Dois dias após os acontecimentos do capítulo anterior.
O povo de Ghishnoil exigia uma resposta do novo rei, Sael, porém, o mesmo ainda não sabia como respondê-los de forma que não despertasse a revolta popular. Então, o povo reuniu-se aos poucos à frente do palácio de Ghishnoil, discutindo e protestando contra a falta de resposta de Sael e de seus subordinados.
- Impossível o rei ter morrido tão novo. - Falava uma das pessoas que estava ao protesto. - Nossa medicina é tão avançada assim quanto eles dizem?
A medicina avançada não era tão acessível à população mais carente daquele reino, apenas os nobres eram capazes de usufruir totalmente daquela ciência.
- Dizem que uma nova doença está se espalhando e o rei foi a primeira vítima! - Disse outro protestante, aumentando o medo e a insegurança do povo reunido.
- Ouvi dizer que o rei foi envenenado pelo próprio filho!
No meio daquelas pessoas, existia um grupo que se destacava em meio a multidão, com roupas azuis da cor do céu, com detalhes dourados. Os Famirs, como eram conhecidos, uma família antiga e reconhecida no reino de Ghishnoil, principalmente por protagonizarem alguns dos protestos contra a corte.
O líder era Jaecks Famir, descendente direto do primeiro Famir, que fundou o grupo.
- Precisamos saber o motivo de nosso rei ter morrido tão novo! - Gritava Jaecks. - Não sabemos as intenções e o caráter deste novo rei. E se ele aumentar nossos impostos? Se obrigarem nossos filhos a entrarem em guerras de novo, se envolvendo com o perigo e com a incerteza da morte, que nos perseguiu por tantos anos e tantas décadas?
Soldados então saem do castelo e caminham em direção àquele homem que exigia respostas, pegam ele forçadamente e o levam pelos braços até a escadaria do rei, colocando ele de frente para o povo, fazendo com que todos os observassem. De repente, Sael sai pelas portas da entrada do castelo, com uma espada na mão direita, e um cajado, que tinha o sol em sua ponta, na mão esquerda. Suas vestes longas brilhavam com o reflexo do sol. À sua cabeça, uma coroa com cobras e um sol ao centro. O povo que antes estava barulhento e agitado, agora permanecia quieto e sussurrante, sem gritos e sem badernas.
- Povo de Ghishnoil. O povo do Sol e de seus filhos. Sei que todos querem respostas, e eu lamento a todos por não ter a fornecido antes. Meu pai era novo, porém sua saúde não foi abençoada. Helmor, filho de Faemur, morreu decorrente de uma doença genética, vinda de minha avó e sua mãe, Iznis. Não entrarei em detalhes, mas seu estado era precário. O mesmo optou por não se mostrar ao povo em seus últimos meses. Como muitos pensam, não pretendo aumentar impostos, muito menos me envolver em guerras. - o rei olhava ao líder dos manifestantes e depois voltava a olhar ao povo. - Hoje, Nuemór(domingo em Traemiúr), dia 30 de Nokneis(novembro em Traemiúr), do ano de 1249, vos declaro feriado nacional do reino Ghishnoil, em que recordaremos nossos líderes e nossos ancestrais, que ajudaram a fundar este país, a construí-lo, tanto moralmente, quanto estruturalmente.
O público iniciava uma salva de palmas para o discurso que o rei dera, e ao seu decreto colocado ao povo. Mas nem todos estavam contentes com essa resposta curta e pouco informativa do novo líder.
No meio do povo, caminhava a antiga serva, com a criança que Barhenit havia concebido. Tudo aquilo já havia sido premeditado anteriormente por Sael, sabendo que logo a população se revoltaria. O rei pediu para ela esperar o dia da manifestação chegar, assim ela teria a oportunidade de se colocar ao meio do povo, e dificilmente seria notada por isso. Com a criança coberta por um lençol, ela se dirigia até a entrada do reino, onde encontraria algumas carruagens que eram usadas para levar civis de um ponto para outro no vasto reino.
Então, a agora ex-serva do rei, encontra uma das carruagens vazias, e caminha até o seu dono para pedir que a levasse para longe dali.
- Senhor, quanto custa para me levar até esse endereço? - Ela tira um papel com o nome do lugar, e entrega ao homem.
- Bem, por apenas 2 Sóis eu levo a senhora a este lugar. - O homem olhava ao redor rapidamente, parecia um pouco assustado.
- 2 Sóis? Que absurdo! Qualquer um faria por 10 Saents. - Dizia a mulher, surpresa com o preço exorbitante que o Raev(Cocheiro, em Traemiur) propusera. - Desculpe, mas eu vou esperar o próximo.
- Pode esperar, mas duvido que ele a leve muito longe se soubesse o que levas nesse lençol. - Ele a encarava diretamente, como se já soubesse de tudo.
- C... Como assim? Não há nada aqui para se ver! Ora.
- Senhora, sei de onde vens. Suba na carruagem e pague-me com suas moedas de ouro. Depressa, antes que nos vejam. - Dizia o homem já abrindo as portas da carruagem para a mulher entrar.
Então, sem escolhas, acaba aceitando o preço e viaja com o homem até o seu destino. Aquele Raev parecia saber tanto, a ex-serva acabava por se assustar um pouco. Não imaginava que aquele homem fora o maior milagre que ela pode presenciar em sua vida.
Fim da parte 1.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
WangXiao🐢💛
tem sempre alguém q sabe
2023-01-16
1
WangXiao🐢💛
uq ñ é nenhuma novidade
2023-01-16
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