Cap 20 Dilan

Luna tinha razão..., aliás, tenho dado razão a ela com muita frequência..., estava certa em me fazer aceitar as terapias, meu caso não é irreversível, eu era quem estava me prejudicando..., intensificamos os exercícios, musculação, fisioterapia, hidroterapia, já estou conseguindo fazer movimentos de natação..., as massagens relaxantes são essenciais, elas não me estimulam mais sexualmente, consigo ter mais controle sobre meu corpo..., consigo me manter em pé nas barras de ferro por alguns minutos..., aceitei a ajuda de outros profissionais.

Dois meses mantendo uma rotina de exercícios, dieta, trabalho em casa..., meu corpo parece que guardou a memória esportiva, tenho conseguido bons e rápidos resultados.

Nesse período trabalhamos muito, Luna segue sua rotina de trabalho, mas agora, ela tem três dias na semana livre pela manhã, nos dias e horários em que estou com o personal treiner e com o instrutor de natação e hidroterapia..., as vezes ela assiste algumas sessões.

Infelizmente a audiência de guarda de seu irmão foi adiada por quase dois meses..., estou incomodado em vê-la triste..., ela tenta disfarçar, mas a intimidade que desenvolvemos já me permite percebe o humor dela..., quando algo a incomoda..., após a musculação, tomo um banho e fazemos a sessão de massagem..., ela trabalha em minhas pernas, mas percebo que está totalmente desconcentra..., sinto que ela vai chorar a qualquer momento, mas está se mantendo firme..., isso não tá bom..., seguro as mãos dela a fazendo parar...

Dilan:_ Já chega..., vamos parar...

Luna:_ Por que?..., ainda não está nem na metade..., vou me concentrar mais...

Dilan:_ Não é por isso..., vem aqui, senta um pouco.

Luna respira fundo e senta ao meu lado..., ela concentra o olhar em suas mãos..., precisamos conversar, só posso tentar ajudá-la se entender o que está acontecendo..., apesar de ser muito falante, ela é muito reservada com seus problemas, evita falar de si mesma...

Dilan:_ Tenho notado sua tristeza, o que tá acontecendo?

Luna:_ Não é nada..., não queria o incomodar.

Dilan:_ Não é você quem me incomoda, é o fato de não me contar o que a preocupa, é por não confiar em mim como confio em você...

Luna:_ Confio em você Dilan, só não quero trazer mais problemas pra sua vida...

Dilan:_ Não estará trazendo problemas para mim, estará buscando meios de soluciona-los, mesmo que seja apenas uma conversa..., me fala, o que tá acontecendo com você?

Ela me olha com lágrimas nos olhos e em poucos minutos está em meus braços..., a abraço tentando conforta-la..., deixo ela chorar por um tempo, ela precisa..., só depois, um pouco mais calma, é que ela começa a falar...

Luna:_ Estou com medo..., tenho medo de todo o esforço que tenho feito não ser suficiente para ter meu irmão comigo..., quando penso que tudo irá se resolver, o advogado surge com um novo problema..., vim de uma visita..., Ravi não acredita mais em mim..., ele disse..., é só um menino..., de uma forma inocente..., mas ele disse, pra não fazer mais nada, quando ele for adulto ficaremos juntos..., não posso mais olhar para ele e dizer que ainda não é dessa vez...

Dilan:_ Por que não me falou?..., Luna, olha pra mim..., posso te ajudar se você deixar...

Luna:_ Não deveria se envolver nisso.

Dilan:_ Já estou envolvido, tudo o que diz respeito a você, interessa a mim..., quero o nome e o número de telefone do seu advogado.

Luna:_ Seu pai não vai gostar que se envolva em meus problemas...

Dilan:_ O nome e o número..., estou esperando.

Ela sabe que não vou desistir..., Luna vai até sua bolsa e pega um cartão de visitas do tal advogado e me entrega, é o suficiente..., peço a ela que pegue meu celular, ligo para o advogado de nossa família, ele é muito competente e confiável..., explico tudo a ele, peço que tome a frente do processo e dispense o advogado de Luna, se precisar pagar algum valor, que me comunique, pagaremos..., peço urgência, quero resultados rápidos..., desligo e agora sim..., consigo ver um pouco de esperança nos olhos dela, mas ainda está preocupada...

Luna:_ Obrigada por tentar me ajudar, mas ainda acho que não deveria...

Dilan:_ Você disse que faria qualquer coisa por ele...

Luna:_ E faço...

Dilan:_ Considere isso uma das coisas que faria.

Luna:_ Tudo bem..., me desculpe, devia ter falado.

Dilan:_ Precisamos renovar alguns acordos e um deles é que a partir de hoje, me fale quando tiver problemas, farei o mesmo.

Luna:_ Aceito Sr Dilan...

Ela estende a mão, aperto e a puxo, fazendo-a sentar em meu colo..., a beijo com sentimento, ela retribui de forma carinhosa..., ainda não definimos que tipo de relação é a nossa: cuidadora e paciente com intimidade, amigos chegados, amantes e amigos, ficantes nas horas livres ou uma mistura de tudo isso..., aproveito que ela está relaxada e farei uma proposta que já tem uns dias que quero fazer..., acho que esse é um bom momento, preciso do apoio dela...

Dilan:_ Tem mais uma coisa.

Luna:_ O quê?

Dilan:_ Ninguém faz nada sem esperar algo em troca, lembra?

Luna:_ Como consegue fazer com que me arrependa tão rápido em aceitar sua ajuda?

Dilan:_ Também preciso da sua ajuda..., e foi você quem me falou isso.

Falo a provocando..., na verdade já ia fazer o pedido a ela, estou com uns planos na cabeça e não sei se Luna irá concordar..., caso não aceite, irei sozinho..., me sinto pronto e preciso fazer isso.

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