Cap 8 Dilan

Não sabia que quando meu pai resolvesse me deixar viver o resto de meus dias em paz, estranharia tanto..., já passamos da segunda semana e ele não falou mais em tratamento ou terapia.

Enfim, posso passar os dias que me restam dormindo sob efeito de remédios, me culpando e odiando Aline e Sandro..., passo horas assistindo nossos vídeos de festas, passeios, fotos..., dois malditos traidores covardes, o que eles achavam?, que eu nunca mais iria voltar do coma?..., meu pai acha que não sei ou finge… como não saberia dos dois, se as redes sociais deles estão cheias de fotos juntos, se beijando..., Sandro não foi homem nem para me encarar numa cadeira de rodas e dizer que ficou com minha mulher..., talvez já me traíssem antes, estava tão cego pelos dois que não percebi.

Consigo me virar sozinho no banheiro, meu pai mandou adaptar tudo para minha atual situação, após um banho..., volto para a cama, estou perdido em um desses sites de fofoca, olhando uma foto dos dois..., talvez tenha acostumado a me torturar...,

Estou distraído..., a porta se abre e uma mulher estranha entra em meu quarto..., pelo uniforme mais uma fisioterapeuta..., sabia que ele não desistiria tão fácil..., essa é bem mais bonita que a última, tem mais..., peitos..., antes de expulsa-la, ela atropela a minha fala.

Luna:_ Você é o Dilan, óbvio..., deitado, cadeira de rodas..., confesso, que achei que seria menos..., interessante...

Dilan:_ Sim, sou eu..., já pode sair, é pelo mesmo lugar por onde entrou...

Baixo a cabeça a ignorando e me concentrando na tela do notebook..., percebo que ela me observa..., ela caminha até a cadeira de rodas, a vira na minha direção e senta nela..., mas que porr4 que ela pensa que tá fazendo?..., essa é mais irritante do que as outras e está conseguindo me fazer odiá-la..., falo impaciente e nem disfarço a raiva crescente em mim...

Dilan:_ O que tá fazendo?

Luna:_ Sentando...

Dilan:_ Eu sei que está sentada..., mas, tem que ser na minha cadeira?...

Luna:_ Seu pai disse que você odeia essa cadeira...

Fecho os olhos e respiro fundo..., ainda tento ignorar a presença dela..., mas a maluca começa a movimentar a cadeira para frente e para trás..., ela conseguiu..., fecho o notebook com força..., só espero que não tenha quebrado...

Dilan:_ Que m3rda tá fazendo agora?

Luna:_ Nada...

Dilan:_ Como nada se tá movimentando a cadeira...

Luna:_ Se sabe o que tô fazendo, por que pergunta?

Já entendi..., meu pai escolheu alguém para me torturar e fazer eu me matar..., ela chega a ser pior, até do que o velho que ele contratou uma vez...

Dilan:_ Não sei de onde meu pai tirou você, e não me interessa nenhum pouco..., só quero que saia do meu quarto e me deixe em paz..., quando eu resolver me matar, faço isso sozinho..., não preciso do incentivo de ninguém..., AGORA, SAI DAQUI...

Ela me encara como se estivéssemos disputando..., por um momento achei que ela havia entendido, já que levanta bruscamente da cadeira e caminha até a porta..., achei que ela iria sair..., ela apenas nos tranca e tira a chave guardando no bolso..., agora ela me enfureceu de vez, se quer consigo falar..., ela passa a minha frente e começa a explicar...

Luna:_ Me chamo Luna..., serei sua cuidadora..., não me importo se você irá colaborar ou não, só estou aqui pelo dinheiro, preciso dele, e se quiser passar o dia nessa cama mofando..., por mim tá tudo bem...

Dilan:_ Tá maluca?..., olha o jeito como fala?..., que tipo de profissional é você?...

Luna:_ O tipo que o ajudará se você quiser ou que ficará sentada até a hora do expediente acabar e você, continuará na mesma...

Dilan:_ Destranque a porta e vá passar seu horário em outro lugar.

Ela baixa um pouco a guarda e senta ao meu lado próximo as minhas pernas..., acompanho os movimentos dela..., ela apoia a mão em minha perna como se fóssemos conhecidos, apenas para ter minha atenção..., fico olhando para a mão dela..., consigo sentir o toque..., recuperei a sensibilidade das pernas..., fiquei distraído e parei para ouvir o que ela tem para falar...

Luna:_ Desculpe..., não deveria ter sido grossa..., é que você é muito irritante e mimado...

Dilan:_ Pede desculpa e no segundo seguinte me chama de irritante e mimado?

Luna:_ O que, quero dizer..., é que preciso desse trabalho..., me ouve..., podemos fazer um trato...

Dilan:_ Que tipo de trato?

Nem acredito que estou ouvindo ela..., mas seja lá o que for, se depois disso ela for embora, farei esse esforço.

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