Cap 15 Luna

Preciso aquecer Dilan, ele está gelado, tremendo, pode adoecer e piorar ainda mais as chances de voltar a andar, se desistir..., não posso deixar ele desistir..., entendo que tenha ficado muito abalado, mas não pode se prejudicar por pessoas que não merecem tanta importância.

Fico angustiada em vê-lo nesse estado, não sabia que sentiria tanto..., agi sem pensar e nem sei se fiz o certo em abraça-lo assim..., a única coisa que sei é que quero ajuda-lo..., beija-lo..., esqueço tudo quando me puxa sobre ele..., o beijo com sentimento..., com desejo...

Vou diminuindo a intensidade do beijo para nos olharmos..., ele desliza as mãos por meu pescoço..., passando-as em minha cintura..., como se estivesse me descobrindo..., gosto das mãos dele..., mas, fico em dúvida se devemos continuar...

Luna:_ Dilan..., não deveria ter o beijado..., me desculpe.

Dilan:_ Não precisa..., se desculpar..., eu entendo...

Ele afasta as mãos de mim..., Droga..., acho que agora piorei a situação..., ele está achando que o beijei por pena..., ele meio que começa a se mover me fazendo sair de cima dele..., permaneço no mesmo lugar...

Luna:_ Não é o que tá pensando..., eu gosto de você...

Dilan:_ Não precisa falar assim para me fazer sentir melhor..., até eu sinto pena de..., de toda essa droga que chamo de vida...

Luna:_ Não sinto..., ta me ouvindo?..., não sinto pena..., não por isso...

Dilan:_ E..., pelo quê?

Luna:_ Por você não entender que é capaz de seguir em frente..., por escolher ficar preso nessa cadeira e nessa cama sabendo que você tem tudo para voltar a ser o que era...

Dilan:_ Eu..., não quero..., ser o que era...

Luna:_ Então não seja..., mas faça algo por você..., enfrente seus traumas..., mostre que não é um coitado que todos olham com pena..., não acabe com o que restou de você por eles..., chega de sentir pena de si mesmo.

Dilan me olha pensativo..., vejo insegurança e confusão em seus olhos, mas ele está entendendo o que quero dizer...

Dilan:_ Estou perdido..., não sei como fazer...

Seguro o rosto dele, o faço me encarar..., e prestar atenção nas minhas palavras..., se depender de mim, será a última vez que ele fraqueja por causa daqueles dois idiotas...

Luna:_ Você confia em mim?

Dilan:_ Eu..., confio..., não sei como, nem porquê, mas confio...

Luna:_ Se você me deixar te ajudar…, o ajudar de verdade..., vamos mostrar a eles que isso não o abala..., que eles não significam nada..., que você seguiu em frente, só precisa de si mesmo...,e sua força de vontade.

Dilan:_ Não sei, se consigo..., não quero mais fazer isso...

Se aqueles covardes não tem coragem de encara-lo..., penso que poderia usar isso para o motivar..., as vezes, precisamos nos agarrar a coisas, pessoas ou sentimentos que nos incentive na busca de objetivos..., ele pode usar toda essa carga de mágoa e ódio em seu benefício ao invés de deixar esses sentimentos ruins acabarem com ele..., precisa enfrenta-los para seguir em frente ou ficará estagnado...

Luna:_ Você consegue..., acredito em sua força..., não ficará dentro desse quarto acabando com sua vida..., e você quer isso..., a partir de amanhã irá começar exercícios mais eficazes..., fará outras terapias...

Dilan:_ Luna..., não...

Luna:_ É um novo acordo Dilan..., irá reagir e trabalharemos juntos para você voltar a andar com as próprias pernas ou irei embora..., não quero mais o ver como o vi hoje..., não suporto...

Dilan:_ Não pode ir embora..., você disse que faria pelo dinheiro..., que precisa...

Luna:_ Era o que você queria..., que eu fosse..., não consigo mais fingir que está tudo bem..., nem pelo dinheiro..., por mais que eu precise..., não quero mais fazer apenas pelo dinheiro..., quero fazer por você...

Estou tão confusa e dividida..., estou arriscando perder meu irmão..., mas, não suporto em ve-lo assim de novo..., tento me afastar dele..., estamos numa especie de D.R. confusa..., Dilan me segura...

Dilan:_ Aceito..., mas não vá..., não me deixe..., se você for, não vou conseguir...

Nessa hora eu entendo o que tá acontecendo..., acabei gostando dele além do que me era permitido..., estou me apegando emocionalmente..., sinto as lágrimas em meus olhos e Dilan enxuga uma...

Luna:_ Aceita?..., mesmo?

Dilan:_ Sim..., acho que você sempre consegue o que quer...

Luna:_ Eu sei...

As lágrimas se transformam em um sorriso de esperança..., tento parecer confiante e nada modesta..., ele continua a me olhar..., com desejo..., ele me quer..., e me terá..., não pelo dinheiro, e sim, porque também o quero...

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