Revelações.

Não demora muito chegamos na casa dos pais dele, a mãe dele tá com um sorriso enorme em nos vê, mais vai se desfazendo dele depois que vê a cara de bunda do Luan.

LIARA

- eu jurava que ia ver vocês dois felizes vendo passarinho, o que aconteceu.

Eu olho pro Luan, e ele não me olha de volta, continua calado.

BRIAN

- xiiiii, parece que o Luan não puxou o pai não.

LUAN

- sou melhor que o senhor, mais o problema aqui não é esse?

BRIAN

- hahahahah não exite melhor do que eu, não é Liara?

LIARA

- pra mim ter certeza tenho que experimentar outros homens, aí sim posso dá o veredito final.

O Brian olha pra ela com um olhar mortal, e posso ter certeza que daria uma lição nela se não estivéssemos aqui.

BRIAN

- vou deixar pra mais tarde isso, vou me lembrar cuidadosamente das suas palavras viu.

LUAN

- a Mia tomou a pílula do dia seguinte pra não engravidar.

Ele solta de uma vez só, eles me olham como se eu tivesse cometido um assassinato.

Luan olha pra mim.

LUAN

- agora se vira.

E vai pra escada pra ir pro nosso quarto.

LIARA

- tem algum motivo especial pra você não querer ter filhos?

MIA

- ele me prometeu o divórcio em um ano, como vou criar um filho sozinha?

BRIAN

- divórcio?

LIARA

- depois eu te explico Brian, vai conversar com o Luan e eu converso com a Mia.

Brian afirma com a cabeça e passa por mim.

BRIAN

- já estive na sua posição de não querer ter um filho, mais a Liara vai te explicar o motivo. Espero que você tome outra decisão depois de conversar com ela.

Eu só digo que sim com a cabeça e ele sobe atrás do Luan.

Liara me leva até a sala e se senta no sofá.

LIARA

- eu disse que um dia te contaria toda minha história que passei com o Brian, e vou te contar tudo.

Eu dou um sorrisinho de lado, duvido que a história dela seja mais revoltante que a minha.

Ela começa contando sobre o estupro que o padastro dela fez com ela, da sua fuga de casa, da sua mãe a acusando de seduzir o marido abusador, do primeiro encontro com o Brian no banheiro com direito ao primeiro beijo dela.

Eu fico chocada com cada detalhe que ela vai me contado da sua vida.

De como a máfia a esnobou por não ser de nenhuma mafia e assim não pode casar com o Brian, da luta, das fugas que ela dava no Brian quando eles não podiam ficar juntos.

E mesmo com todas as dificuldades, ele enfim conseguiram se casar, o que foi de um dia pro outro.

Ela começa a me falar da rejeição do Brian de ter um filho, e explica o motivo, mais depois que a Ana nasceu ele não desgrudava dela.

LIARA

- e mesmo depois do nascimento do Luan, ele e a Ana foram muito apegados, ela uma vez me disse que tinha um namorado, e eu contei pra ele, ela tinha em volta de 12 ou 13 anos, ele foi na escola e mandou o menino se afastar se não ele ia cortar o pipiu do menino e ia dar pro tubarão de estimação dele comer, sei que o menino mudou até de escola kkkk.

MIA

- nossa Liara, vocês passaram por tudo isso e sobreviveram ao relacionado até hoje?

LIARA

- sim Mia, porque apesar das dificuldades, nosso amor nunca deixou de existir, o Brain foi essencial pra mim não me perder pelo meu trauma, ele me mostrou que pode existir os bichos papãos, mais sempre teremos um príncipe pra nós salvar.

Ela pega nas minhas mãos e me olha com carinho.

LIARA

- vou te perguntar uma coisa, você sente alguma coisa pelo Luan?

Olho pra cima pra ver se não estou sendo vigiada as escondidas, e vejo a câmera.

LIARA

- entendi, vem vamos ver as estrelas do céu.

Ela me puxa até o jardim, lá tem uns postes de luzes acessa e é bom confortável aqui.

MIA

- eu não sei o que sinto pelo Luan, ele mexe comigo de alguma forma desde o dia que nós conhecemos, eu estava fugindo de um maluco e ele impediu dele chegar perto de mim. Mais eu não sei se posso suportar tudo essa história de máfia, de bala pra cá bala pra lá eu morro de medo de uma bala me acertar e eu morrer.

LIARA

- todos temos um trauma, me diga, o que aconteceu pra você ter tanto medo de arma assim?

respiro fundo, porque essa história ainda dói, mesmo que já tenha se passado 3 anos, ainda me machuca muito, ela era minha única amiga.

MIA

- estava vindo da escola eu e a minha amiga Liz, a gente estudava juntas, na mesma sala, e éramos vizinhas de porta, eu dormia na casa dela, ela dormia na minha, nossas mães também eram bem amigas. Nesse dia estávamos voltando da escola quando um carro preto parou do nosso lado, eles mandaram a gente entregar o celular, mais nem eu e nem ela tínhamos isso. Então um deles desceu do carro e disse que se a gente não entregasse o celular ou algum dinheiro, que ia levar a gente pro "abate" e ia nos vender. Eu já comecei a ficar apavorada, não tinha dinheiro e nem celular. minha família é humilde, nunca passamos fome graças a Deus meu pai sempre trabalhou, mais como minha só sabe gastar com coisas fúteis não sobrava dinheiro pra nada.

Fecho meus olhos, e consigo lembrar exatamente como aconteceu, e meus olhos já enchem de lágrimas.

MIA

- como eles viam que não íamos dar o que ele pediu, agarrou a Liz e ia puxando ela para dentro do carro, e quando ele virou de costas taquei minha mochila cheia de livros pesados na cabeça dele, ele se debruçou soltando a Liz, eu peguei no braço dela e comecei a puxar pra gente correr, e de repente eu ouvi um barulho alto, pensei que era bombinha, e olhei pra trás e vi ele com a arma apontada e a mão da Liz escorregar da minha e ela cair no chão de bruços, olhei pros caras e eles entraram no carro e foram embora.

Ela passa a mãos nas minhas costas, porque eu não conseguia mais para der chorar.

MIA

- eu me ajoelhei próximo dela e virei o corpo dela de frente pra mim, ela ainda respirava, muito fraco, mais respirava, e eu vi a alma dela indo embora, ela morreu nos meus braços ali no meio da rua. comecei a gritar chamar atenção de todo mundo ali e berrava pra me ajudar a salvar a minha amiga, eu chamava o nome dela mais ela já tinha fechado os olhos, e sua respiração não estava mais presente, e eu chorava aos berros.

Comecei a soluçar, e a Liara vem mais pra perto e me abraça.

MIA

- não demorou muito chegou carro de polícia, de resgate e ambulância, veio tudo de uma vez, e logo em seguida chegou a minha mãe e a mãe dela, ela se ajoelhou ali e começou a chorar junto comigo. Os policiais tentava me puxar, pra mim largar a Liz, mais eu não poderia largar ela, não poderia deixar ela ali sozinha. Eles me deram um sedativo pra mim largar dela e me afastar. Minha mãe veio e me abraçou , depois fomos pra delegacia, e eu tive que contar tudo pro policial. Ele me mostrou algumas armas pra mim tentar identificar, e quando eu vi aquilo me afastei e comecei a respirar com dificuldades, chamaram um pessoal ali e já começou a me dar dar remédio, e disse pra minha mãe que eu tenho asma, pra ela cuidar. Depois eles me mandaram embora e até hoje o homem não foi preso, tá matando mais gente por aí.

LIARA

- oh menina vem aqui, se acalmar viu. Eu tenho certeza que igual a mim, você também vai superar isso, essa dor nunca vai sumir, ela sempre vai ficar na sua memória, mais quando você superar, você vai ter ela como uma cicatriz, aquela que quando você olha se lembra do que passou.

Estou em soluções mais ela está aqui me abraçando, e fico pensando em tudo que ela passou e se tornou essa mulher forte e apaixonante

Talvez ela esteja certa, talvez eu devesse tentar parar de lutar contra o Luan, e aceitar logo esse casamento, pelo que eu percebi ele nunca vai me liberar, nunca vai me dá o divórcio, ele tá obcecado por mim, e eu nem sei o porque.

Saio do abraço dela olhando bem em seus olhos.

MIA

- só fico se você me transformar nessa mulher que você é, quero aprender tudo, quero ser a senhora mafiosa também.

Ela abre um sorrisão e pega na minha mão me levando Para o fundos da casa, onde tem uma porta lá.

Ela sorrir pra mim e abre, e eu até me espanto, é uma sala de tiros, ela vai começar logo pelas armas, droga Liara.

LIARA

- ei não fica com essa cara não, vamos tentar primeiro te livrar desse medo que você tem de ver uma arma.

Ela me leva até uma mesa com várias armas ali, eu fico desconfortável com isso, mais ela me olha e sorri.

LIARA

- pensa que essas armas são para te salvar e não te matar, pensa que antes de alguém atirar em você, é você que vai atirar ok.

Ela pega na minha mão e coloca uma das armas, e quando eu a sinto tiro minha mão a deixando cair no chão.

Ela sorrir e se abaixa pegando a arma e me leva até uma das cabines e vai pra outra, e mira acerta no meio do alvo.

LIARA

- duvido você fazer igual.

Meu sensor de desafio me chama, mais o meu sensor de medo me empurra contra aquilo.

LIARA

- Eu sabia, não existe mulher melhor que eu no tiro ao alvo, e nunca vai existir.

Droga, porque eu tenho que ser assim, olho pra trás e olho as armas, quero pegar uma e mostrar pra ela que eu sou boa no alvo, adorava jogar dardos e sempre acertava o meio, mais como fazer isso com armar?

Ela vai até a bancada, e pega uma bonita e abre minha mão e coloca a arma segurando firme a minha mão.

Nessa hora o Luan entra na sala de tiros, e me vê ali segurando a arma. Ele sorrir e se aproxima de mim, me vira de costas pra ele e me conduz até a cabine.

Ele segura a arma na minha mão e me ajuda a mirar, e aperta um botão que tem do lado da arma e mira novamente pro alvo e atira.

Quase acertamos o alvo, e eu olho pra ele sorrindo, e ele abaixa a cabeça me olhando, nossos rostos estão bem próximo.

LUAN

- temos que melhorar essa mira.

MIA

- temos?

Não entendi do que ele se referia.

LUAN

- temos, olha erramos o meio do alvo.

Olho pra frente e entendi do que falava agora.

Ele da um beijo no meu pescoço e levanta minha mão novamente pro alvo. Ele me ensina como mirar com a arma, e eu presto atenção na sua aula, fecho um dos olhos e mexo a arma, mais ele puxa de novo pra onde estava.

MIA

- não está na mira

LUAN

- está sim, olha com os dois olhos abertos.

Eu sem querer aperto o gatilho e me assusto, ele sorri, diz pra mim segurar a arma com firmeza pra ela vai dá um tranco pra trás e acertar meu rosto.

Depois dessa, ele solta minha mão e manda eu tentar sozinha.

Ele segura na minha cintura, e seu corpo tão colado no meu não está me deixando me concentrar direito, tento o máximo, até ele coloca o seu rosto colado na minha cabeça de lado e sua respiração bater no meu ouvido.

Eu começo a descer a minha mão, mais ele volta a subir elas com a sua.

LUAN

- sem distração, você tem que acertar o alvo.

MIA

- então sai de trás de mim diabo.

Ele sorrir e se afasta, eu miro e consigo acerta do lado do meio do alvo.

LUAN

- logo logo se tornará a melhor Mafiosa do mundo.

Eu sorrio pra ele, e acho que a Liara tem razão, vou dar um chance pra esse casamento.

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