Cap 11 Mayume

É a primeira vez que Thomas faz algo que aprovo sem questionar..., tô louca pra deixa-lo em casa e ir para o meu apartamento tomar um belo banho quente e ficar longe dele..., nos despedimos sem muitas palavras. Ainda terei que levar meu carrinho para lavar, ele está muito sujo e dessa vez nem posso culpa-lo.

Assim que chego vou direto para o banho..., fico lembrando do toque dele em meus lábios..., meu corpo esquenta só de imaginar que poderia ter sido beijada por ele, e sei que não é a água quente, toco minha boca imaginando como seria..., ainda estou no banho e ouço meu celular tocar insistentemente..., é meu pai..., tinha esquecido deles...

Apesar de todos os meus esforços para fugir do tal noivado, não consegui um bom álibi para convencer meu pai a desistir disso..., ele até havia concordado, que se eu encontrasse alguém..., um amor..., ele aceitaria e me deixaria livre do compromisso, mas, não encontrei ninguém..., nossas tradições e minha submissão a obediência me fizeram ceder e aceitar um jantar com o pretendente..., estou praticamente atrasada… É claro que ele iria ligar para se certificar de que irei.

Chego na casa de meus pais passando quase 15 minutos do combinado..., nem lavei o cabelo direito. Abraço minha mãe e a primeira frase que escuto.

Dona Yuki:_ Que cheiro é esse?

May:_ É uma longa história..., depois faço um resumo...

Sr Seiji:_ Está atrasada Mayume...

May:_ Pai, me desculpe..., fiquei presa no trabalho..., mas já estou aqui, pode começar o circo...

Sr Seiji:_ Espero que se comporte, nossos convidados estão na sala...

May:_ Convidados?

DonaYuki:_ A família toda...

Meus pais falam quase que sussurrando..., caminhamos até a sala de estar, me deparo com os pais e o homem, é claro que já conhecia os pais dele, mas não imaginava que viriam todos: Sr Kazumi, senhora Yoko e o pretendente..., esse faz anos que não nos víamos, ele estava estudando e trabalhando no Japão, veio para ajudar o pai. Nos cumprimentamos e sentamos para comer..., nossos pais iniciam uma conversa sobre os negócios, fico de cabeça baixa, mas sinto o olhar dele sobre mim.

Akira Saito, deve ter uns 35 anos, assim como eu, ele fala os dois idiomas, mas o português dele tem um leve sotaque japonês..., fico ouvindo a conversa. De repente sou surpreendida.

Sr Kazume:_ Vamos ao que interessa, Seiji..., peço em nome do meu filho Akira oficialmente a mão de sua filha, fechamos o compromisso o quanto antes, já demorou tempo demais para esse casamento.

Sr Seiji:_ É claro que ela aceita...

May:_ Pai?..., não disse que o jantar era de compromisso..., disse que era para nos conhecermos...

Sr Seiji:_ Já se conhecem..., não vejo motivos para não acertarmos de uma vez o compromisso, afinal já estava decidido...

Dona Yuki:_ Filha..., depois conversamos...

Fico calada olhando nossos pais fecharem um acordo, Akira não falou uma palavra comigo..., os homens conversam entre si, não perco a oportunidade, já que estou fadada a passar por isso, tenho o direito de conversar com meu futuro marido..., apesar de manterem as tradições, meus pais tem muitos costumes modernos..., ele não irá se opor em me deixar conversar a sós com o homem...

May:_ Pai..., gostaria de conversar com meu..., com ele..., podemos, ir na varanda?

Sr Seiji:_ É claro..., fiquem a vontade.

Akira enfim lenvanta e me segue, não sei o que ele acha de tudo isso, mas acredito que podemos chegar a um acordo também..., posso tentar convence-lo a desistir..., dou uma olhada para me certificar de que estamos longe o bastante para nossos pais não ouvirem.

May:_ Lembro de você..., quase não mudou...

Akira:_ Já você..., se tornou uma linda mulher...

May:_ Obrigada...

Akira:_ Está nervosa?

May:_ Não..., ansiosa..., irritada...

Akira:_ Não quer o noivado?...

May:_ Não..., não me leva a mal, mas, não acha um absurdo termos que ser obrigados a isso?

Akira:_ É normal em nossos costumes, não vejo problema...

May:_ Costumes ultrapassados..., não tem vontade de fazer suas próprias escolhas?

Akira:_ Não..., respeito nossos costumes, deveria fazer o mesmo...

Já vi que o cara foi educado a seguir a risca as tradições, ele não esboça emoção nenhuma..., isso é pior do que imaginei..., mas jantar, não é casamento, ainda tenho tempo de mudar essa situação.

Akira:_ Posso fazer uma pergunta?

Enfim alguma reação, quem sabe agora consigamos nos entender e chegar a um acordo...

May:_ Claro..., o que quer saber?

Akira:_ Por que ta com esse cheiro?

Mas é um idiota mesmo..., depois dessa, é melhor voltarmos para junto de nossos pais, preciso de um plano de fulga..., enquanto penso, minha talvez futura sogra é a terceira que pergunta sobre o cheiro..., aproveito para contar a todos com detalhes...

May:_ Estava em uma estrada debaixo de chuva com meu chefe, foi necessário empurrar o carro e acabamos caindo na lama, juntos..., na verdade, ele caiu sobre mim e ficamos lá deitados por muitos minutos..., por isso o cheiro...

Sr Seiji:_ MAYUME...

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