Cap 16 Thomas

As palavras de Mayume ficam martelando em minha cabeça..., tive um surto de ciúmes..., não suporto imaginar que outro cara tenha ela..., que a tenha da forma que não poderei ter se realmente ela casar..., aos poucos vou lembrando de mais algumas coisas..., ela falou de acordo, não existe amor, nem intimidade..., ela não quer o tal casamento..., fiquei tão cego de ciúmes que não quis ouvir as suas explicações...

Em outros tempos me enfiaria em uma balada qualquer, encheria a cara e dormiria com a primeira que me quisesse..., não tenho vontade pra isso..., só quero ouvir ela dizer que é comigo que quer ficar..., é de mim que ela gosta..., que é só a mim que ela beija..., não é qualquer beijo, é o nosso jeito insano..., de tirar o fôlego...

Fico deitado em minha cama..., mas meu pai não me deixa em paz, até me convencer a descer e acompanha-los, meu irmão veio com Lara, tínhamos combinado de assistir a um jogo juntos..., tento me distrair e não comento sobre May..., mas minha cara de poucos amigos me entrega na hora..., Vicente me da uma cerveja..., mal toco na bebida..., ela começa a esquentar e se quer to prestando atenção no jogo...

Sr Bóris:_ Thomas..., não vai dizer que sua ex está de volta..., por que está assim?

Thomas:_ Não é nada...

Vicente:_ É mulher..., tem mulher por trás desse mau-humor todo..., e posso apostar que sei quem é...

Thomas:_ Desde quando me conhece tão bem?...

Vicente:_ E sabe o que é mais grave?

Thomas:_ O quê?

Vicente:_ Ta apaixonado...

Sr Bóris:_ Thomas?..., acha mesmo?

Thomas:_, Não estou apaixonado..., só estou cansado..., estão perdendo o jogo com essa conversa fiada...

Eles sabem que não quero falar disso..., assistimos o jogo..., fico observando meu irmão e a esposa, a barriga de Lara já está começando a aparecer..., ela ainda está se recuperando dos traumas e segue uns cuidados especiais por causa da gravidez..., Vicente é muito cuidadoso com ela..., será que um dia viverei um amor assim?...

As horas passam, nos despedimos, até tento dormir..., mas não consigo, não vou aguentar até amanhã..., num impulso maluco, pego meu carro e dirijo até o pequeno prédio onde May mora..., já deixei ela aqui umas duas vezes quando íamos visitar obras..., ela me recebe com um olhar triste, que rapidamente muda para irritado ao me ver entrar sem ser convidado e sentar..., me divertiria se fosse outra situação ouvi-la falar que me odeia e o olhar dela dizendo outra coisa..., preciso saber mais sobre essa história.

Thomas:_ Estou ouvindo...

May:_ Eu já disse..., é um maldito acordo..., minha família segue algumas tradições malucas...

Thomas:_ Não me espanta seus pais serem malucos..., quero saber por que aceitou...

May:_ Veio até meu apartamento chamar meus pais de malucos?

Thomas:_ Não muda de assunto... Por quê aceitou?

May:_ Não aceitei..., você não entende..., é um acordo feito desde os meus 12 anos..., muitos lugares ainda seguem essas tradições, casamentos arranjados servem para manter a cultura..., para selar négocios entre famílias..., essas coisas...

Ando de um lado para o outro..., tudo o que ela falou é um grande absurdo, como podem fazer esses acordos?..., estou aflito, indignado..., me aproximo dela, seguro seu rosto..., preciso ouvi-la falar olhando para mim..., vejo lágrimas em seus olhos, ela é sempre orgulhosa, por mais que tente não mostrar, está tão abalada quanto eu...

Thomas:_ É o que quer?..., é a sua vontade?

May:_ Não..., mas, tem alguma coisa...

Thomas:_ Diz que não vai casar..., por favor..., só me diz que não vai casar...

May:_ Não vou..., mas preciso de ajuda...

Thomas:_ Ouve bem o que vou falar..., se chegar a subir num altar..., arranco você de lá...

May:_ Me salvaria?

Thomas:_ Sim maluquinha...

Só quero nosso beijo..., quero ficar sem ar nos lábios dela...

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