Cap 8 Thomas

Estamos a praticamente um mês trabalhando juntos, entre insultos irritantes e discordâncias..., depois de algumas discussões conseguimos chegar a alguns acordos ou, um acaba tendo que admitir que o outro está certo, alguém tem que ceder...

A senhorita razão está sempre dando um jeito de me fazer concordar com ela..., ou quase sempre..., no que diz respeito a fazer visitas em obras, até hoje ela ainda não me convenceu a entrar naquela relíquia que ela chama de carro..., só até hoje...

May:_ Vou no meu carro, se quiser vá no seu.

Thomas:_ Não vamos para o mesmo lugar em dois carros..., e iremos entrar em uma estrada de terra , sua relíquia não iria passar do primeiro buraco que cair dentro.

May:_ Senhor Thomas, poderia parar de chamar meu carro de relíquia?

Thomas:_ Por que?, ele fica ofendido?

May:_ Muito engraçado...

Thomas:_ Tô falando sério, não vou entrar aí...

May:_ Sempre vamos no seu carro, dessa vez iremos no meu..., se não quiser, vá andando.

Ela entra no carro e da a partida..., a mulher parece uma mula de tão teimosa que é..., corro e entro no carro antes que ela saia e me deixe..., dessa vez ela venceu, quero só ver essa coisa funcionando...

Seguimos nossa viagem, e o que era para durar uns 50 minutos, demorou quase 2h para chegarmos..., assim que ela estaciona, saio irritado do carro..., acho que a mania ridícula de falar sozinha que ela tem é contagioso...

Thomas:_ Droga de carro..., Vicente deve ta me punindo por ter escondido que bati o carro dele..., essa porc...

May:_ Ta falando comigo ou é mesmo maluco como imaginei?

Thomas:_ Ótimo, agora falo sozinho também..., saiba que é a primeira e a única vez que entro nessa..., coisa..., vamos de uma vez ver essa maldita obra...

May:_ Não foi tão ruim assim..., você até cochilou...

Thomas:_ Nunca ouviu falar em fingir para evitar mais aborrecimento?

May:_ Quanto drama...

Melhor me calar e evitar que a discussão se prolongue..., encontramos o responsável pela construção, ele nos mostra as instalações, os serviços que já foram realizados, a planta do projeto..., sentamos para avaliar e fazer as modificações necessárias..., até que o trabalho ta tranquilo, consegui relaxar um pouco..., mas como nada com essa garota segue o rumo normal das coisas..., na volta, pelo meio da estrada, começa uma chuva que vai ficando mais forte a cada minuto. O maravilhoso carro dela começa a patinar no barro molhado e liso...

Thomas:_ Eu mereço..., me responde uma coisa..., ele sabe nadar também?, porque patina que é uma maravilha...

May:_ Da pra ficar calado..., estou tentando nos tirar daqui...

Thomas:_ Falei que era melhor o meu carro..., mas você, teimosa como um burro de carga, nunca me ouve.

Eu sabia que não era uma boa ideia..., a chuva só aumentou e agora estamos parados no meio de uma estrada deserta, presos num carro minúsculo..., e ela insiste em que tem razão, e acha que irá fazer milagre e o carro a obedecerá...

May:_ Senhor Thomas, vou ignorar do que acabou de me chamar..., vamos carrinho...

Thomas:_ Para..., ele não vai mais andar..., é melhor esperar passar a chuva, depois você tenta um milagre..., é mais seguro esperar.

Ela enfim concorda comigo..., ficamos olhando para a chuva..., em silêncio..., é a primeira vez que a vejo tão calada..., ela morde o lábio inferior distraídamente..., esse gesto me deixou meio hipnotizado na boca dela..., que droga o que tô pensando?..., deve ser o clima..., não estou tão na seca assim, no final da semana passada fiquei com uma garota numa festa..., ela nem é o tipo de mulher que me atraíria..., olho para o outro lado tentando distrair os pensamentos.

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