Capítulo 5

Ally

Papai me acordou hoje com muito bom humor. Levou-me até café na cama. Não que eu estranhasse meu pai fazer alguma coisa do tipo, mas algo iria acontecer. Como não gosto de comer sozinha, eu desceria com minha bandeja para a cozinha.

Eu desço, e já vejo Lúcia com um monte de panelas no fogo e as suas duas ajudantes, Safira e Clara, correndo de lá e para cá com muita rapidez. Ainda eram 09H00, mas meu pai nunca se importou do almoço atrasar... porque elas começaram tão cedo?

Enfim, como as minhas torradas com requeijão e suco de amora enquanto converso com Lúcia, Safira e Clara. Descubro por elas que haverá um almoço hoje aqui em casa. Pergunto a elas quem serão os convidados da vez, e a resposta que eu menos queria ouvir, é dita:

S - Senhorita, serão os Campbells.

Por mais que eu ame a tia Marisa e o tio Herman eu ainda preferia os evitar a ter que olhar para Austin. Eu e as meninas continuamos conversando, decido ajudar no preparo das comidas. O cardápio de hoje é leve, mas com muito sabor. Um dos pratos era um dos meus favoritos, carré ao molho madeira. Vou picando alguns vegetais para preparo das saladas e dos acompanhamentos.

Quando eu vejo a hora, já são 11H30. Ligo pra Antonella e aviso que logo estou na sua casa. Quando eu digo algo assim, Tonton já sabe os meus motivos. Ela disse que hoje iremos comer fora, em um sushi lá no deque no nosso condomínio!

Procuro por meu pai no escritório com uma cara de preocupação fora do comum. Observo ele à distância, e me pergunto se tem algo acontecendo. Sabendo que ele ainda está cheio de coisas a resolver, bato na porta, entro e digo rápido a ele que passarei o dia com Antonella. Ele me disse que teremos convidados, mas trato de dizer que temos alguns assuntos a resolver. Ele me libera então.

Não sei se papai sabe sobre os incidentes com Austin. Se ele souber, fico feliz que ele não tomou partido em me defender, pois sei que o laço das nossas famílias ficaria abalado. Eu acho que nem tio Herman e tia Marisa sabem disso. Então eu não sei como reagem quando sempre me esquivo dos jantares e almoços em família.

Enfim, com a minha bicicleta, celular e carteira em mãos, vou saindo para casa de Tonton. Ligo para ela e digo que já estou próximo. Antonella mora na ala leste e eu moro na ala norte do condomínio, então é um caminho a se percorrer. Mas sempre que ela ou eu precisamos nos distrair, marcamos de nos encontrar no deck que dá acesso à praia e lá passamos o nosso dia. Às vezes só marcamos de passear pelo condomínio mesmo, já que é enorme, dá pra esfriar bem a cabeça. Todos os moradores têm direito a um quiosque, já que eu fui para a ala da Antonella decidimos ficar no quiosque dela.

Passamos o dia todo conversando, rindo, comendo, xingando Austin e rindo disso também. Me bateu uma vontade de ir ao fliperama que tem aqui perto. Isso me deixa sempre muito feliz. Antonella concorda em ir comigo e disse que vai bater o meu recorde no pac-man, eu disse a ela que sonhar não custa nada.

Dito e feito, fomos ao fliperama e Antonella tentou bater meu recorde, mas não conseguiu, falhou miseravelmente. Eu fiquei rindo disso por mais ou menos 15 minutos ininterruptos. Tonton ficou chateadíssima mas também começou a rir. Jogamos vários jogos e o sol já estava se pondo no horizonte. Não era tarde, olhei no relógio e eram 18H00.

Tonton recebeu uma ligação de sua mãe dizendo que sua gatinha tinha sumido. Cá entre nós, A Antonella é difícil de lidar, somente eu quem consigo domá-la, nem a sua própria mãe tem esse dom. Então ela sempre usa a desculpa de que sua gatinha sumiu para que a Tonton volte para casa, e isso sempre me faz rir. Mas antes dela ir, me propõe fazer um brinde, até porque o nosso dia foi muito bom.

Compro duas vitaminas uma de açaí com banana pra Tonton e um smooth de sorvete de creme e café para mim. Tiramos uma foto e nos despedimos.

Ainda não me sinto confortável em voltar para casa, então decido jogar mais alguns jogos, e vou ao último corredor para ver quais são as máquinas de jogos disponíveis lá. Concluo não haver nenhum jogo que me interessa. Quando estou saindo, esbarro numa pessoa alta. O meu pânico e vergonha são tão grandes que eu nem olho para quem é, então eu só digo:

A.S. — Ei! Desculpa.

? — Não, tudo bem.

A.S. - Me deixa te ajudar

Digo já passando um guardanapo em quem quer que seja.. Mas quando a pessoa vê que sou eu, seu humor muda na hora.

A.C. — Ally?

A.S. — Austin? Me.Me desculpe, eu juro que não foi proposital.

A.C. — Tem certeza? Porque não é o que parece! - ele fala com todo a raiva possível, mas ainda sem fazer um escândalo - Por que fez isso?

A.S. — Eu juro! Não foi minha intenção.

A.C.— Eu não confio em você. Está descontando tudo o que eu fiz como brincadeira?

Mudo a minha expressão, de preocupada pra uma cara de raiva absurda. Quem ele pensa que é pra falar assim comigo?

A.S. — Quer saber? Que se f@%#! - dei a ele um tapa na cara - Mas não se atreva a querer comparar isso - derramo o resto do smooth nele - às "brincadeiras" de antigamente.

Quando parei pra pensar no que fiz, eu já respirava fortemente. Olho pra ele com meus olhos vermelhos de raiva. Fui para saída de lá, mas sinto meu braço ser puxado e colido com Austin. Ele me prende na parede mais próxima, e me deu um beijo selvagem e cheio de repreensões.

Ele para o beijo o qual eu não correspondi e diz:

A.C. — Não ouse me bater novamente.

Antes que ele pudesse sair de lá, eu lhe acertei mais um tapa.

A.S. — Nunca mais encoste em mim dessa forma. Você não tinha o direito.

Eu saí de lá primeiro sem olhar pra trás. Meus olhos estavam cheios de ódio, raiva, medo e decepção. Ainda não tinha dado o meu primeiro beijo. Tinha que ser com ele? e ainda, nessa situação?

Mais que depressa eu dei tchau ao Mark, o atendente do fliperama, e peguei minha bicicleta. Fui andando o mais rápido possível sem direção alguma. Não queria estragar o dia que eu tive com Antonella e não queria voltar para casa ainda. Pedalei tanto que me vi sem rumo. Parei quando vi somente a lua e as ondas. Então eu parei e desci para a praia. Fiquei por alguns bons minutos.

Chorei horrores e ainda me perguntava por que Austin tinha que ser tão idiota comigo. Eu ainda não tinha me conformado do porquê Austin fazia aquilo comigo quando criança, mas quando eu cresci isso amenizou. Não o perdoei ainda, pois sei que aquilo não era do nada, mas já não sinto tanta raiva dele.

Porém, hoje, aquilo que eu tinha como reservado, foi retirado de mim por ele sem nem saber o quão importante era para mim. Você pode pensar ser somente um beijo, mas eu estava esperando conhecer a pessoa certa. Eu sei, sou uma romântica incurável, então isso realmente era importante para mim. E ele tirou em um piscar de olhos sem delicadeza alguma. Eu tenho tanta raiva desse garoto que se eu pudesse eu o esganava.

Quando penso que não, Austin está bem atrás de mim com a mão no coração e respiração descompassada.

A.C. - Ally!!!

A.S. - O que faz aqui? E o que quer?

A.C. - Podemos conversar?

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