Capítulo 16

...☘️☘️☘️☘️ BELÉN GIMÉNEZ ☘️☘️☘️☘️...

Romeo me escreve regularmente depois que começamos uma amizade. Ele sempre me faz rir com suas piadas ou quando me envia memes engraçados, o que é um refresco para a seriedade que minha vida adquiriu devido aos meus estudos.

Comecei meu estágio em uma empresa pequena, onde me apresentei como se estivesse trabalhando nessa área há anos, mas nem tudo correu bem. Recebi propostas indecentes e acabei me demitindo porque não aguentei o assédio.

Depois disso, consegui um emprego em outra empresa onde havia mais mulheres trabalhando e não tive problemas.

Conheci um rapaz na academia, ele tinha a minha idade e começamos a namorar depois. No início, tudo estava indo bem, mas depois tivemos companhia em nossos encontros e, por acaso, a prima dele, Ludmila, juntou-se a nós.

Tudo estava bem até que combinamos de sair para dançar em um fim de semana e, no último minuto, ele cancelou, mas como alguns dos meus colegas de trabalho estavam saindo, decidi me juntar a eles. Tive uma bela surpresa quando o vi dançando e beijando sua suposta prima.

Ali percebi que ela nunca existiu como prima, mas que eles estavam olhando para o meu rosto sem sentir o menor remorso. Com todo o meu orgulho, parabenizei-os pelo relacionamento e fui com meus companheiros aproveitar a noite, pois não me permitiria sofrer por alguém que não merecia, nunca.

Além disso, estávamos juntos há pouco tempo, portanto, era melhor que fosse cedo do que tarde para que tudo isso acontecesse.

Terminei minha graduação e também comecei uma nova com uma bolsa de estudos integral para me ajudar na minha, que era apenas um curso de pós-graduação de vários meses.

Tudo ia muito bem no trabalho e na escola. Eu conseguia me sustentar com o que ganhava, então parei de receber dinheiro dos meus pais. Pedi a eles que não me enviassem mais dinheiro, eles não aceitaram muito bem, mas concordaram com meu pedido mesmo assim, sempre com o aviso de que, se eu precisasse de algo, deveria pedir a eles.

Fiquei sozinho por vários meses até conhecer uma pessoa e começar um novo relacionamento. Tudo estava indo particularmente bem, mas, embora eu achasse estranho nunca termos feito sexo, nunca senti uma grande necessidade disso e, em vez de me sentir desconfortável, achei bom evitar o assunto o máximo possível.

Viajei no Natal para ver minha família e amigos e para apresentar o Federico. Em minha mente, era um grande plano que funcionaria perfeitamente, mas, às vezes, as coisas não estão destinadas a dar certo.

Cheguei em casa com Federico, todos pareciam simpáticos, exceto Romeu, mas ele se absteve de fazer comentários que pudessem prejudicar nossa recente amizade.

Meus pais não queriam que eu e Fede dividíssemos um quarto, então Romeo gentilmente se ofereceu para hospedá-lo em seu apartamento.

Parecia estranho para mim que ele fosse tão gentil, mas ao mesmo tempo eu estava feliz por poder contar com ele.

Chegou o Natal, um lindo dia com a família em que abrimos os presentes e pudemos ficar juntos depois de tanta distância.

Tudo estava bem até que Federico bebeu demais. Isso me incomodava muito, mas era apenas uma festa em que todos nós bebíamos demais, então eu deixava para lá. Depois do brinde, as coisas ficaram estranhas quando meu novo namorado tentou beijar meu irmão e meu irmão bateu nele.

Nosso relacionamento terminou naquele momento, e agora eu era ridicularizado por levar um namorado gay para a festa da família.

Romeo colocou o braço em volta dos meus ombros e bagunçou meu cabelo como meus irmãos costumavam fazer.

-Não é de se admirar que seu namorado estivesse olhando tanto para mim, mas ele decidiu optar pelo meu amigo", brincou.

-Muito engraçado, sempre tente ser bem-sucedido com as mulheres porque os homens não gostam de você - segui a piada dele.

-Você não o amava, não é mesmo? ele ficou sério e me olhou nos olhos.

-Não, mas eu pensei que tudo daria certo e que isso viria com o tempo, nunca imaginei que ele gostaria mais do meu irmão do que de mim - eu ri.

\Se você não se apaixonar, não comece um relacionamento, ele está fadado ao fracasso", ele aconselhou e eu achei que estava certo.

-É por isso que você não formaliza", belisquei seu braço, rindo.

-Obviamente, não dou esperança a ninguém se sei que nada mais pode acontecer além de um dia de diversão.

-Vou seguir seu conselho, não vou apresentar mais ninguém, vou mantê-los em segredo - eu ri, mas ele me olhou com raiva.

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-Você não precisa fazer isso, você não vai ganhar nada assim, pelo menos você deve estar com alguém em quem confia, alguém que você saiba que vai tratá-lo bem e com quem você sentirá algo, senão é melhor que você fique sozinha - explicou calmamente.

-Mensagem anotada professor - comecei a rir, mas ele me olhou e balançou a cabeça.

-Você tem ideia de quando vai voltar aqui? Nós nunca mais te vemos.

-Estou quase terminando e imagino que vou voltar, mas antes vou deixar currículos, não voltarei sem um emprego garantido - respondi seriamente.

Conversamos depois da academia dele e no dia seguinte, que estava fechada, ele abriu só para nós, passamos um bom momento e nos divertimos muito voltando para casa dos meus pais.

Sem dúvida foi um bom dia juntos, depois ele me convidou para jantar e saímos para um restaurante simples e familiar.

-Se eu não te conhecesse, pensaria que é um encontro - rimos.

-Isso te incomodaria? - ele perguntou ainda sorrindo.

-Amigos não têm encontros, você não precisa brincar assim comigo - devolvi sua expressão e ele voltou sua atenção para o prato.

-Você está certa, gosto desse lugar porque a comida é deliciosa, poderíamos voltar antes de você ir embora, se quiser.

-Parece bom, é um lugar bonito, obrigada pelo convite.

Quando terminamos de jantar, ele me levou para casa e antes de ir embora, me deu um grande abraço de despedida, algo que minha mãe viu.

-Gosto dele como genro - disse quando atravessamos a porta.

-Romeu? - perguntei incrédula.

-Quem mais? Fariam um bom casal e acho que ele não se interessaria pelos seus irmãos - já parecia estranho que ela não fizesse comentários engraçados sobre o assunto.

-Isso é certo, mas somos amigos, mãe, e temos pouco mais de dez anos de diferença, ele sempre me viu como uma irmã mais nova e eu como amigo dos meus irmãos, alguém quase da família, como você me disse - dei um beijo nela e depois de desejar boa noite, fui descansar, tanto tempo na academia me deixou super cansada.

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