Capítulo 4

No entanto, não pude deixar de notar que seus olhos brilhavam enquanto ele me olhava com prazer.

— Amor, você é minha mulher, meu bem mais precioso — ele sussurrou em meu ouvido enquanto me abraçava com força.

Eu sorri, sentindo-me completamente realizada naquele momento. Eu sabia que tinha feito a escolha certa ao compartilhar meus sentimentos com ele. E mesmo que a rejeição tivesse sido uma possibilidade, eu estava disposta a correr o risco.

Nós voltamos para a festa e continuamos a dançar, enquanto todos ao nosso redor nos aplaudiam. Eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo, tendo encontrado meu verdadeiro amor no meu aniversário de dezesseis anos.

E assim, comecei a nova etapa da minha vida, certa de que, não importa o que acontecesse, eu sempre teria o apoio e o amor da minha família e das minhas queridas amigas.

— Vamos fingir que isso nunca aconteceu. Você deveria estar fazendo coisas mais importantes da sua idade e não tentando amadurecer tão rápido como agora. Eu gosto de mulheres, não de meninas. Procure alguém da sua idade ou melhor ainda, amadureça primeiro, porque você não entende nada sobre amor — ele saiu andando de volta para a festa enquanto eu lutava para conter as lágrimas, sabia que ele poderia me rejeitar, mas não esperava uma reação tão brusca como aquela.

Voltei para a festa fingindo felicidade e decidi ignorá-lo enquanto ele fazia o mesmo. Minhas amigas me perguntaram o que aconteceu, mas eu disse que contaria no dia seguinte com calma, que não era o momento nem o lugar, mas elas perceberam que algo deu errado.

—

Filha, você deveria se despedir do Romeo, acho que ele está indo embora — minha mãe veio ao meu lado e falou com seu sorriso claro como sempre e sua voz tão calma que a caracterizava.

— Estou ocupada, mãe, e não acho que ele queira perder tempo se despedindo de mim — não medi minhas palavras e isso fez com que ela franzisse a testa.

— Aconteceu alguma coisa que eu deveria saber? — ela me perguntou com seriedade agora, ela sempre gostou muito dele.

—

Deixe, Margot, ela está com os amigos dela, é normal que não queira perder tempo se despedindo de mim — ele apareceu atrás de mim e quando olhei para meus amigos, eles já haviam se afastado alguns passos.

— Esqueci de te dar meu presente de aniversário, espero que goste — ele me entregou uma pequena caixa retangular.

— Você pode deixar junto com os outros presentes lá ou pode levar, um homem mais velho não deveria dar presentes a uma menina pequena, você deveria fazer algo adequado à sua idade. Não estava indo embora? — falei com mais raiva do que nunca, em um tom baixo para que ninguém ouvisse e o encarei furiosa.

Ele se afastou olhando para mim com raiva e surpresa, pois sempre o tratei com doçura, mas agora, mesmo que eu quisesse, não poderia. Ele havia quebrado minha primeira ilusão de amor da pior maneira, me fazendo sentir uma idiota, em um dia especial para mim.

Nunca esqueceria meu aniversário, o dia em que meus sonhados dezesseis anos se transformaram em uma lembrança amarga, gravada para sempre em meu coração.