Capítulo 15

...💞💞💞💞 BELÉN GIMÉNEZ 💞💞💞💞...

Concluí o primeiro ano da minha graduação com minha bolsa garantida, podia respirar em paz. Já fazia um tempo que não via minha família. Desde que Romeo me trouxe, nunca mais fui, mas eles vieram por turnos.

Aqui não consegui fazer muitos amigos, porque sou muito entediante. Não me encontro com ninguém, apenas estudo e isso me afasta de todos que podem fazer o curso de forma descontraída. Mantenho contato frequente com minhas amigas, embora sinta muito a falta delas e queira vê-las.

A única coisa que não deixei de fazer é ir à academia, aqui tenho uma bem perto que abre quase o dia todo e isso me dá a oportunidade de ir quando tenho tempo livre. Além disso, me ajuda a liberar o estresse causado por tantas provas.

Em termos sentimentais, estou conhecendo alguém que me atrai muito, não sei se é amor para o futuro, mas no momento tenho muito carinho por ele.

(...)

Passaram-se quatro meses e estou feliz por ter começado um relacionamento com Julián, alguém três anos mais velho que eu. Tenho muito carinho por ele, mas não sinto que o amo.

Tudo se resume a nos encontrarmos e fazer planos diferentes. Minha tia gosta dele, embora não acredite que tenhamos futuro juntos. Costuma me dizer que sou realmente difícil de se apaixonar e talvez um pouco fria.

Ainda não demos nenhum passo mais importante e não tenho pressa, embora Julián queira, ele espera pacientemente que eu esteja pronta.

(...)

Um mês a mais de namoro e terminei várias provas, finalmente podendo respirar tranquilamente. Julián me convidou para jantar, ele iria cozinhar para mim esta noite e talvez algo mais aconteça entre nós.

Chegou a hora do jantar e minha tia me emprestou seu carro para ir até lá, não planejava que além de ele cozinhar para mim, também tivesse que vir me buscar.

Cheguei lá, comemos e depois começamos a nos beijar, acabando na sala dele. Ele foi devagar e acabamos fazendo amor, mas não senti grande satisfação, foi apenas algo comum, embora ele tenha se esforçado muito e tenha sido carinhoso o tempo todo.

Com o passar das semanas, eu tentava evitar oportunidades de fazê-lo novamente porque era sempre a mesma coisa, sentia que algo nos faltava e provavelmente esse algo sou eu. Não conseguia me concentrar, por momentos, até pensava nas minhas aulas ou em algum exercício difícil, esquecendo que estava fazendo sexo com Julián.

O sexo começou a se tornar um problema ainda maior quando, depois de um mês sem fazermos, eu criava desculpas que Julián percebia serem para não fazê-lo. Terminamos terminando, não conseguíamos seguir assim, encontrando um problema para cada solução.

Não houve sofrimento nem lágrimas, nada. Pode-se dizer que percebemos que, como casal, éramos bons amigos.

Passei mais um ano sozinha, tentei ter um relacionamento, mas nunca ver um namorado não é bem aceito por ninguém. Minha prioridade agora é terminar minha graduação, porque não posso perder a bolsa, nem pensar nisso, e estou tão perto de concluir.

Fui para casa para passar o Natal, chegando de surpresa. Meus pais estavam emocionados com minhas conquistas até então. Meus irmãos me abraçaram e um deles está em um relacionamento com um bebê a caminho. Enquanto o outro tem uma namorada, mas nenhum plano de ter filhos.

Vi Anto e Cami, os outros não estão aqui. Conversamos sobre tudo, meu relacionamento fracassado, o estado das coisas para eles, os estudos.

Enquanto estava em casa, eu estudava algumas horas por dia para adiantar ainda mais.

Vi Romeo depois de muito tempo, ele me abraçou como quando se despediu de mim. Agora, me olhava diferente e eu percebia, mas não o via como um homem, apenas como um possível amigo muito bonito.

Ele me tratou com cuidado e talvez esperasse que eu o tratasse como das últimas vezes, mas não foi assim. Não sinto mais desprezo por ele, nem rancor profundo. Ele faz parte da minha família afinal, então não valeria a pena brigar se continuaríamos nos vendo sempre.

Você nunca me mandou uma mensagem - ele reclamou me seguindo quando fui para o jardim.

Troquei meu número e perdi os contatos, às vezes nem escrevia para meu namorado - ri me lembrando das vezes que eu dizia "respondo quando terminar isso" e deixava em 'visto'.

Você tem um namorado? - seu rosto demonstrava total seriedade.

-Eu tive, mas não funcionou, você sabe como é a vida de um estudante. E você, como tem estado? - ele me olhou surpreso porque perguntei sobre sua vida.

-Expandi a academia e comprei algumas bicicletas e aparelhos novos.

-Fico muito feliz por você, parabéns. Gostaria de ver isso - eu soltei, fazendo-o se surpreender ainda mais.

-Troque de roupa e vamos.

Fui me vestir com roupas esportivas e depois fomos para a academia dele. Ele foi bem modesto ao falar sobre o que fez, mas estava realmente fantástico. Ele me disse que pegou um empréstimo pequeno e investiu todas as suas economias no que fez. Agora podia receber mais pessoas e seus lucros eram bons.

-Estamos bem? - ele perguntou enquanto corríamos lado a lado na esteira.

-Estamos bem, acho que não soube me comportar bem e você também não me ajudou muito. Foi grosseiro quando eu era apenas uma criança e me senti muito ofendida. Por muito tempo, continuei assim e mantive distância.

-Você era muito doce e eu te tratei mal, não sabe o quanto me arrependi depois. Senti falta das nossas brincadeiras e tudo mais. Para você ver que estou verdadeiramente arrependido, não vou te chamar de pequena nem de professora de natação d'agora em diante - nós dois rimos.

-Eu sei que não sou nenhuma das duas, então também não me afetaria, mas agradeço. Deve ser um grande esforço o que você faz - eu continuei a brincadeira.

Treinamos e, ao chegarmos à casa dos meus pais, anotei o número dele e fiz uma ligação perdida para que ele anotasse o meu. Tudo ficou no passado e cada um estava em uma fase diferente da vida. Ele com mais responsabilidades no trabalho e projetos, enquanto eu ainda precisava me formar e depois estudar um pouco mais, para então começar a trabalhar.

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