Capítulo 6

-Você tá bem, minha pimentinha? - ele me olhava de um jeito tão carinhoso e tão intenso, que meu coração descompassou sem limites.

-E..eu...eu...- mas que droga de gagueira é essa!

-Você...?

-Tô...acho...acho que sim...

-Sabe que não devia ter subido naquele banco, não sabe? Se eu não estivesse te olhando e corrido pra te pegar, a essa hora você estaria toda dolorida e machucada, mocinha!

-Você...estava me olhando?

-Sempre! Eu cuido de você Sofy, mesmo de longe, sem você notar. Eu sempre vou estar por perto.

Aquilo doeu tão fundo no meu peito.

-Mas você não estava quando eu precisei de você, Aaron...Você me deixou sozinha! Eu só...esquece, é passado. - me levantei, saindo dos seus braços. - Obrigada por me ajudar!

Me virei e fingi arrumar umas bandejas de doces.Ele não precisa me ver chorar. Eu não sou fraca!

-Eu sinto muito, minha pequena. Eu não queria ter ido embora...me perdoa por te fazer sofrer, me perdoa por tudo, Sofy!

Aqueles braços fortes me abraçaram por trás, me apertando contra o corpo dele. Eu sentia sua respiração pesada e sua voz embargada, como se aquilo o estivesse machucando assim como estava me ferindo também.

-Tá tudo bem, Aaron. Eu não tenho nada que perdoar. Você não tinha que ficar, eu tinha sentimentos por você, mas você não tem culpa de não sentir o mesmo. No final, talvez tenha sido mesmo como você disse pra mim naquela noite, deve ter sido uma paixão de adolescente...Desculpa ter dito aquelas coisas. - tentei me soltar, mas ele apertou ainda mais o abraço.

-Eu errei Sofy..eu fui covarde o suficiente pra te magoar e fugir de você...pra fugir dos meus sentimentos por você. Eu fui fraco, covarde, um b@bac@ completo! Mas eu...

- Eu preciso ir, Aaron. - me afastei dele. - Tenho muitas coisas pra organizar ainda. Nós conversamos depois.

Dei alguns passos, até percebê-lo parar em minha frente.

-É você quem tá fugindo agora! Eu preciso me explicar e te contar meus motivos.

- MAS EU NÃO QUERO OUVIR!! - gritei, sentindo minha garganta parecer apertar. - CHEGA! VOCÊ FOI EMBORA, VIVEU SUA VIDA, TEVE UM FILHO! AGORA ME DEIXA ESQUECER QUE UM DIA EU TE AMEI, ME DEIXA SER FELIZ, AARON!!

- Não! Eu não vou deixar você sair da minha vida Sofy, não dessa vez! Eu posso ter sido o cara mais babac@ e imbecil por ter me afastado, mas só eu sei o quanto doeu te deixar ir naquela noite. Só eu sei o quanto doeu em mim negar tudo o que eu sentia, tudo o que eu queria com você! - o olhei, surpresa. - SIM, SOFY, EU QUERIA VOCÊ, DROGA! -ele me pegou e segurou minha nuca, me apertando em seus braços e chegando bem perto dos meus lábios, olhando bem no fundo dos meus olhos... - Eu quero você! Eu amo você e você vai ser a minha mulher, só minha, porque eu não aceito menos que isso!

Ele me puxou ainda mais e me beijou. Aquele beijo calmo, sentindo minha reação. Meu corpo inteiro reagiu estremecendo e arrepiando. Eu tentei resistir, mas minha razão não obedecia, e meu coração se rendeu à esse homem. Mais uma vez, esse coração burro, idiota, se entregou de bandeja nas mãos dele, e eu fui envolvida em seu beijo, seus braços, seu calor, seus toques. Sua língua pedindo passagem e envolvendo a minha, seu hábito fresco e ao mesmo tempo quente, suas mãos firmes e grandes, seus braços fortes e sua pegada inigualável...ninguém me toca como ele, ninguém me beija como ele, ninguém me deixa desse jeito!

- Como eu senti saudade desse seu beijo, pimentinha...dessa pele...desse seu cheiro.- ele beijou meu pescoço, meu queixo, e eu soltei um gemido baixinho. - Eu senti tanto a sua falta! Eu não consigo me afastar, por favor, não pede pra eu ficar longe, Sofy! Eu tentei, mas eu não consigo, minha morena...- ele iniciou outro beijo ainda mais intenso e necessitado que o primeiro, me pegando no colo e me encostando em uma árvore enorme, bem afastada dos olhares de todos. - Eu não vou te deixar, não vou sair de perto de você e de hoje em diante você tá ferrada, Sofy Donartti, porque você vai ser minha...e isso não é um pedido!

Aí, aí, aí...alguém me ajude a resistir a esse homem...

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