Capítulo 2

Sofy

-Bom dia tia Mercedes! - dou um beijo estalado na bochecha da minha querida babá.

Tia Mercedes veio pra nossa casa para ajudar a cuidar do Brian, depois que minha mãe voltou a trabalhar. Quando eu nasci, ela passou a cuidar de nós 2. Nosso carinho por ela é tanto que ela continuou trabalhando conosco, mesmo depois de crescermos. Hoje ela cuida da nossa caçulinha, a Manu!

-Bom dia, minha menina! Acordou cedo hen.

-Hoje é um dia muuuito especial tia. Minha pitica faz 5 aninhos.

-E eu não sei!? Ontem ela só falou nisso o dia todo, e antes de dormir, me falou pra não esquecer de fazer o bolo "bem bunito" dela.

Manu é uma criança maravilhosa, doce, carinhosa e muito sapeca! Ela veio ao mundo pra alegrar nossas vidas e nos encher de amor.

-Vou preparar uma bandeja e levar o café dela na cama, o que a senhora acha?

-Ela vai gostar, tenho certeza. É um grude com você! Dá gosto de ver o quanto vocês se amam, sabia?

-Ela é meu xodózinho. Nem sei como era minha vida antes dela do tanto que essa pequena me faz bem.

Peguei umas coisinhas que ela gosta e coloquei numa bandeja. Coloquei uns biscoitos amanteigados também e o leite com chocolate, que não pode faltar. Subi as escadas e passei no quarto dos meus pais antes de ir acordá-la.

Bati na porta e meu pai veio abri-la.

-Xiii, deu formiga na cama, pipoquinha? Bom dia! - ele me deu um beijo na testa.

-Bom dia paizinho lindo! Levantei cedo pra levar o café na cama da minha aniversariante preferida.

-Oba...hum, que cheirinho bom. Vou lá com você também. - meu pai pegou um pão de queijo da bandeja.

-Pai! É pra Manu...

-Calma, menina, só peguei um...parece até sua mãe!

-O que tem eu? - minha mãe saiu do banheiro. - Bom dia minha princesa! de pé tão cedo, o que te deu hoje?

-Aí gente, todo mundo vai implicar por eu acordar cedo? Bom dia, mãe! - falei já emburrada.

-É uma coisa rara, né filha!? - minha mãe sorriu. - E essa bandeja cheia de coisas gostosas, pra quem é?

-Ela preparou pra nossa sapequinha, baby. - meu pai falou. - Não é fofo esse amor entre as nossas princesas?

-É a coisa mais linda, meu bem. E me enche de orgulho ver você e sua irmã tão unidas, mesmo você já sendo adulta e ela ainda tão pequena.

-Adulta, que adulta o quê, mulher!? A Sofy ainda é a minha menininha...

Revirei os olhos e caminhei até a porta do quarto. Me preparando para sair...que papai ciumento esse meu!

-Vou lá acordá-la. Vocês vêm comigo?

-Claro! - os dois responderam juntos.

Saímos em direção ao quarto da Manu, mas Brian nos encontrou no corredor.

-Bom dia família mais linda! Hum, cheirinho bom de biscoito. - ele tentou pegar um, mas dei um tapinha em sua mão.

-Não! São pra Manu! Tem mais lá na cozinha, se quiser.

-Aí, Sofy! Fazendo questão de um biscoitinho?

-O papai também já pegou um pão de queijo. Se eu der bobeira, a bandeja chega vazia no quarto da minha pitica!

-Mas tem um monte de coisa aí, sua feia. - ele fez língua pra mim.

-É porque vamos todos tomar café junto com ela, no quartinho dela. Por isso para de querer pegar os biscoitos!

Ele deu de ombros e, num bote, pegou dois biscoitos e colocou tudo na boca...Brian sendo Brian. Bufei e fui até o quarto da Manu, e os três foram atrás.

Abrimos a porta devagar e meu pai arrumou a bandeja na escrivaninha e nós nos sentamos em volta dela, na cama.

-Vamos começar a cantar parabéns no três. - falei baixinho. - Um, dois...

-Três, acordeeeeiiiii...- Manu destapou o rostinho, nos pegando de surpresa. - Peguei vocês!

- Olha que sapeca, nos enganou né!? - fiz cócegas nela.

-Eu ouvi vocês no corredor. O Brian fala muito alto! Pra fazer surpresa, tem que falar baixinho, irmão. Igual a Sofy fez! - ela olhou para o Brian, que ficou segurando a risada.

-Ok, minha pequena. O irmão promete que vai falar baixo da próxima vez, tá bom? - Brian a abraçou. - Feliz aniversário, minha princesinha! O irmão te ama demais!

-Feliz aniversário, minha bebezinha. Que você cresça com muita saúde e que seja abençoada todos os dias da sua vida. Mamãe te ama infinito, meu amorzinho! - minha mãe a pegou no colo e apertou em seus braços a enchendo de beijos.

-Feliz aniversário, filhotinha! Como o papai te ama, meu pinguinho! Que você continue sendo essa criança linda e carinhosa, te desejo toda felicidade do mundo. Papai te ama! - meu pai a abraçou, junto à minha mãe.

Olhei aquele sorriso tão lindo e sincero...como eu amo essa pitica! Ela é meu pontinho de luz, meu amor pra vida inteira e além. Eu não sei explicar, mas minha ligação com a Manu vai além de tudo o que já senti ou imaginei...é um amor incondicional.

-Sofy...tá chorando? - ela saiu do colo da minha mãe e me abraçou apertado. - Eu te amo...fica feliz pra gente cantar parabéns pra mim. Se você parar de chorar, eu te dou o primeiro pedaço do bolo da minha festa.

Eu sorri com a inocência dela...meu amorzinho!

-Eu estou feliz meu amor! Hoje você está fazendo 5 aninhos, já tá virando uma mocinha e eu estou tão, tão, tão feliz, que chorei, mas é de felicidade...Parabéns minha pitica linda! A irmã te ama um montão, ão, ão! Que seu dia seja incrível e que você comemore muitos e muitos anos, essa data tão especial.

-Vai ter bolo todos esses anos aí que você falou? - ela me encarou.

todos nós rimos do seu jeitinho fofo.

-Se depender de mim, vai ter bolo, doce, festa, brincadeira, pula pula e muita coisa legal.

Seus olhinhos brilharam de felicidade.

-Obaaaa!!! Então eu quero!

Cantamos parabéns pra ela e tomamos café juntos, em família, celebrando o aniversário de uma das pessoas mais especiais da minha vida...minha pitica!

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-Valeu pela carona, grandão!

-De nada, pequena. Trabalhamos no mesmo prédio, esqueceu? - meu irmão beijou minha testa. - E mesmo se fosse do outro lado da cidade...eu te compraria um carro e te mandaria ir dirigindo. - ele me zoou.

-Seu bobo! Sei que você me ama...beeeem lá no fundo.

-Sim...lá no fundo, bem fundo, tipo quase no centro da Terra, é, eu te amo!

Era assim desde sempre. Eu e Brian implicávamos um com o outro, mas era bobagem. Na verdade, somos muito amigos...melhores amigos e confidentes. Mas uma zoação não faz mal...

-Vai direto pra faculdade quando sair daqui, pequena? - Brian perguntou, quando entramos no elevador.

-Sim, hoje tenho prova. Sério, nem acredito que tô terminando o quarto período. E só de pensar que ainda faltam mais quatro...- fiz cara de choro.

-Nossa, que cara de desânimo é essa, Sofy? - Alice entrou no elevador.

-Bom dia, minha vidinha linda!

-Bom dia, metadinha!

Eu e Alice somos unha e carne, queijo e goiabada, enfim, uma completa a outra. Gêmeas de mães diferentes!

Nos abraçamos apertado e ela abriu a bolsa e me entregou um batom.

-Passa pra dar um Up nessa boca linda!

-Mulheres...aff. - meu irmão revirou os olhos.

-Bom dia, Sr. Donartti. - Alice o cumprimentou.

-Sério isso, Alice? Eu te conheço desde pirralha, você já trabalha comigo a quase 1 ano, e ainda me chama assim?

-Aqui eu sou sua assistente Sr. Por isso tenho que ser formal. - responde, realmente num tom bem profissional.

-Se me chamar assim de novo, eu vou me irritar e te demitir, isso sim! - as portas se abriram e um Brian muito irritado saiu do elevador em direção à sua sala.

- Xiiii, o que deu no seu irmão? Acordou com o pé esquerdo ou a Ava dormiu de calça? - Alice e suas tiradas.

-Sei lá, ele parecia bem hoje cedo...bom, mas quanto à Ava, acho que o rolo deles desandou...e eu tô é dando pulinhos de alegria por isso. - confesso, baixinho.

-Até que durou muito né, Sofy!? Eles ficaram oque? Um mês? - desdenha.

-Acho que até menos. Brian tem que tomar jeito e arrumar uma pessoa legal e levar à sério, isso sim. Ele já curtiu muito. - resmungo, porque é verdade.

-Mas e se a Ava for essa pes...

-Nem termina, Alice! - ergo a mão. - Aquela dali é problema certeiro. Maior interesseira, falsa e muito pegajosa. Ninguém lá de casa gostava dela.

-Mas se o poderoso chefinho está todo mal humorado, deve estar sentindo falta dela. - minha amiga pondera.

-Ou ele está irritado por uma certa pessoa estar tratando ele de um jeito muito formal e distante últimamente. - a encarei, estreitando os olhos. - Você desistiu mesmo dele?

-Sofy...- ela suspirou. - Eu me apaixonei pelo seu irmão sabendo que ele não é homem pra mim, e também ele nunca demonstrou interesse nenhum, amiga. É tipo crush platônico, sabe? - ela deu de ombros. - Vou viver, tratá-lo de forma profissional e me afastar o máximo possível. Assim eu esqueço...pelo menos eu acho. - faz uma carinha triste.

-Sei bem como é, amiga. - também suspiro.

-Desistiu do Aaron também? - ela me olhou, torcendo a boca.

-Nem sei porque tive esperança um dia. Ele só me vê como a irmãzinha mais nova do Brian. Alice, eu passei os últimos 4 anos da minha vida tentando esquecer esse homem. E aí, ele volta depois de passar 3 anos longe, com um filho que ninguém nem sabe quem é a mãe...e pra piorar meu martírio, meu pai decide me colocar pra estagiar justamente com ele. Parece mentira, né!? - agora eu quem faço cara de derrota!

-Amiga, que destino triste o nosso. Temos que ficar olhando os Boy e tentando esquecê-los ao mesmo tempo...ohh trabalho difícil! - Nós duas reviramos os olhos.

-Bom, como diz o ditado...se não pode esquecê-los, junte-se a eles! - falei, desanimada.

-O certo não é vencê-los? - ela me olhou, confusa.

-No nosso caso é esquecê-los mesmo, parceira! - afirmo.

Rimos da nossa triste realidade e caminhamos para nossas mesas. O dia está só começando...

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