Manuela
Eu sou Manuela, mas você pode me chamar de Manu. Desde cedo, a vida me ensinou que não se trata de um conto de fadas, mas sim de uma jornada implacável. Minha mãe partiu cedo, quando eu ainda tinha 16 anos. Após isso, me vi forçada a abandonar o meu lar, devido ao meu padrasto, que tentou abusar de mim repetidas vezes.
Passei vários meses vagando pelas ruas, perdida na escuridão da cidade, até que o destino me apresentou a um homem que hoje é meu chefe. Ele me ofereceu uma oportunidade que não era exatamente o que eu sonhava para a minha vida. Tornou-me uma dançarina em uma boate chamada Amazon Clube, onde homens frequentam para ver mulheres dançando provocativamente em torno de um pole dance.
Não somos obrigadas a nos deitar com esses homens, a menos que sintamos vontade. Eu mesma o fiz uma vez, iludida pela crença de que Pietro, sonhei que ele ia me tirar daquela vida, já que me prometia mundos e flores, me resgataria daquela vida sombria, prometendo-me um mundo melhor. No entanto, a realidade mostrou-se cruel, ele apenas me usou e partiu.
Assim, eu sobrevivo neste mundo, enquanto meu chefe insiste que Fernanda se junte a nós. Mas esta não é uma vida que eu desejaria para ninguém. É um universo de sombras e ilusões, onde a luz parece estar sempre a uma dança de distância.
Antony
Eu sou Antony, o irmão gêmeo da Fernanda. Hoje, tivemos uma discussão intensa após eu contar a ela que estava prestes a embarcar em uma jornada musical ao lado da minha banda favorita. Meu sonho é me tornar o guitarrista que a banda sempre precisou.
Entendo que ela sinta a pressão de sustentar nossa casa sozinha, e lamento profundamente por isso. No entanto, não posso permitir que ninguém detenha meu ímpeto de perseguir meus sonhos.
Amanhã, partirei com a banda que está prestes a desbravar grandes palcos, até mesmo fora das fronteiras do Brasil. Nada nem ninguém vai me impedir de seguir esse chamado musical que arde em meu peito. É hora de agarrar a oportunidade e deixar minha marca no mundo da música.
Antony irmão gêmeo da Fernanda.
Guilherme
Oh, coitada, da Fernanda, uma jovem tão corajosa, carregando nas costas o peso de sua família. Seu pai, um homem irresponsável, mergulhado no álcool e afogado em dívidas de jogos. Seu irmão, um rapaz que parece flertar com a malandragem a cada esquina que dobra.
Inúmeras vezes, ofereci a ela a chance de vir morar comigo, trazendo consigo os irmãos aos quais está tão ligada. Contudo, parece que o destino teima em nos manter separados. Desde o dia em que nossos caminhos se cruzaram, meu coração se rendeu à paixão que sinto por ela.
Fernanda, com sua alma livre e alegre, é uma verdadeira guerreira, destemida diante dos desafios que a vida lhe impõe. Hoje, ela perdeu o emprego, e agora meu coração se inquieta, sem saber qual rumo ela tomará. Sinto um medo profundo de que ela aceite a oferta daquela boate, pois as oportunidades de trabalho na cidade estão minguando, especialmente para as mulheres. Rezo para que, mesmo em meio às dificuldades, ela encontre um caminho que a mantenha longe das sombras que ameaçam envolvê-la.
Thomas Santino
Eu sou Thomas, o melhor amigo e parceiro de negócios de Jason. Nossa amizade floresceu nos corredores da faculdade, e juntos, aprontamos muitas travessuras. No entanto, isso foi antes de Jason cruzar o caminho de Cassandra, a mulher que se tornaria sua esposa e mãe de seus dois filhos.
Cassandra era uma daquelas almas incríveis que iluminam nossas vidas. Sua perda foi um golpe que ainda ecoa em nossos corações, e o impacto em Jason foi devastador. Desde então, ele se afastou da vida noturna e das diversões. Entendo sua dor, mas a vida, implacável, continua seu curso. Uma hora ou outra, ele precisa encontrar um caminho adiante.
Para Jason, entretanto, a jornada tem sido tortuosa. Além do peso da perda que ele carrega, há também o desafio de conquistar o coração de seus filhos, que resistem em aceitar outra mulher em suas vidas como mãe. É uma batalha emocional que persiste, um quebra-cabeça complicado de resolver enquanto tenta honrar a memória de Cassandra e encontrar seu próprio caminho rumo à cura.
Thomas 35 anos
Jason
Saulo tem sido meu fiel motorista desde que Cassandra partiu, e desde então, eu perdi completamente a coragem de tomar as rédeas de um carro. Fui a inúmeros psicólogos e psicanalistas na tentativa de superar esse trauma, mas eles mal conseguiram aliviar meu fardo. Há um mês, Saulo pediu demissão, e esta é sua última semana ao meu lado, já que ele e sua esposa receberam uma proposta de emprego em outro país.
Decidi então publicar um anúncio no jornal em busca de um novo motorista, de preferência do sexo masculino, pois todos sabemos como as mulheres dirigem, e não quero arriscar minha vida. Além disso, há o risco de gravidez, e é necessário que alguém esteja sempre disponível.
Ao chegar em casa, meus filhos estão sentados diante da televisão, e por um momento, parecem dois anjinhos. Julia se aproxima rapidamente, pulando em meu colo.
Jason: Oi, minha princesa, como você se comportou?
Julia: Com um sorriso radiante, ela responde.
Julia: O Pedro ficou puxando meu cabelo o dia todo.
Pedro, Cruzando os braços e com um olhar desafiador, diz.
Pedro: Fofoqueira, é mentira, pai.
Jason: Pedro? Eu sei que sua irmã não conta mentiras.
Pedro, revira os olhos e murmura.
Pedro: Que saco, o senhor sempre defende ela!
Jason, com voz firme, ele repreende.
Jason: Cuidado com o palavreado, garoto. Vá para o seu quarto.
Pedro bufando responde.
Pedro: Está bem, vou para o quarto, mas não é justo!
Helena: Senhor Jason, posso servir o jantar?
Agradecido, ele assente.
Jason: Só vou tomar um banho, Helena, obrigado.
Após um banho revigorante, troco de roupa por algo mais confortável e desço as escadas. Antes de ir para a mesa de jantar, entro no quarto de Pedro.
Jason: Filho, está na hora do jantar.
Pedro: Com um suspiro resignado, ele responde.
Pedro: Não estou com fome, pai. E não é justo, eu só estava brincando.
Jason, com um olhar compreensivo, ele diz.
Jason: Eu sei que estava brincando, Pedro, mas precisamos manter a paz em casa. Vamos resolver isso depois do jantar, está bem?
Pedro: Está bem, pai.
Helena: Senhor Jason, o jantar está servido.
Jason, agradecido a Helena, ele olha para o filho e sorri, dizendo.
Jason: Obrigado, Helena. Vamos comer em paz, certo?
Pedro, com um olhar melancólico, ele quebra o silêncio. - Pai, eu queria tanto que ela estivesse aqui. Sinto falta dela.
Jason, com ternura, abraça o filho. - Eu também, filho. - Seu tom é carregado de saudade. - Ela está em um lugar maravilhoso agora, Pedro.
Pedro, com a voz embargada, questiona. - Mas por que, pai? Por que tinha que ser ela?
Jason: Com os olhos marejados, responde: Sua mãe era uma mulher incrível, filho. Foi por isso que Deus a quis ao seu lado.
Pedro: Com lágrimas nos olhos, desabafa: Sinto tanta saudade dela. Esta casa é tão triste e vazia sem ela.
Jason: Com um suspiro pesaroso, concorda: É verdade, filho... Tudo nessa casa lembra ela...
Julia: Com a curiosidade típica da infância, interrompe: Papai, vamos jantar. O tio Thomas está lá embaixo devorando tudo! Por que vocês estão chorando?
Jason: Com um sorriso triste, tenta disfarçar: Não estamos, filha.
Julia: Com uma pitada de inocência, diz: Parece que sim!
Pedro: Tentando manter a compostura, afirma: Claro que não, sua boba. Homens não choram.
Julia: Com um olhar desafiador, rebate: Bobo é você!
Jason: Em tom conciliador, diz: Tudo bem, vamos descer antes que o tio coma tudo.
Pedro: Com um toque de ironia, questiona: Ele não tem casa não?
Jason: Com um sorriso de resignação, responde: Parece que não.
Descemos para o jantar.
Thomas, já na mesa cumprimenta a todos.
Thomas: Oi, família."
Pedro, sauda de forma breve: Oi.
Thomas: O que há com ele ? - Com humor, cutuca Jason. - Oi, "Mine Jason."
Pedro: Em tom sarcástico, diz: Você não tem comida em casa não?
Thomas, com um sorriso cúmplice, brinca.
Thomas: Tá vendo, você é igualzinho ao seu pai, réplica perfeita!
Com doçura, Julia defende-se.
Julia: E eu? Não pareço com meu pai.
Thomas, com carinho, responde.
Thomas :_ Nem fale uma besteira dessa, pequena Júlia, você é uma princesa igual a.... - Thomas faz uma pausa, num gesto involuntário, baixa a cabeça por um breve instante, um silêncio que fala volumes sobre Cassandra, a mãe das crianças, cuja ausência ainda os atormenta. Ele não pronuncia o nome dela, mas Julia compreende o significado desse momento e sorri com ternura. Com um riso carinhoso, ela confirma.
Julia: Eu sei, com quem me pareço com mamãe, eu sei! Rsrsrsr.
Thomas, com um suspiro repleto de lembranças, ele assente: É sim. Ela era uma pessoa incrível.
Jason
Todos se acomodam à mesa, incluindo Helena, a quem faço questão de incluir em nosso convívio.
Helena: Com uma nota de saudade em sua voz, ela começa a compartilha suas memórias.
Helena: Quanta falta a nossa Cassandra faz. Lembro que esta casa vivia em harmonia, repleta de vida, com as flores que ela adorava cultivar, inclusive o pequeno roseiro.
Jason: Com um olhar suave e distante, ele adiciona.
Jason: É, Helena. Ela tinha um amor profundo por rosas.
Helena, com delicadeza, ela propõe: Deveria me permitir pegar algumas rosas, senhor, para enfeitar a casa.
Jason, com firmeza, ele reitera sua decisão.
Jason: Já disse a vocês antes, Helena, ninguém mexe nas rosas.
Helena: Com um sincero pedido de desculpas, ela responde humildemente: Desculpe, senhor, não quis chateá-lo.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Maria Izabel
acho que Fernanda vai se candidatar a vaga de motorista so imaginando o que ela vai fazer para ser contratada pelo jeito desse Jason ser irredutível com as mulher 👊
2024-01-13
4
Jaciara Barbosa
eita que vai ser difícil conquistar esses corações viu
2024-01-05
1
Rosana
Estou gostando do livro até aqui ,tem personagens pra todos os gostos kkkkkk
2023-12-30
1