Capítulo 8 Leonardo

— Você não enxerga, mas continua tendo um bom gosto. Ela é linda!

— Márcio, fica na sua.

— Me diz o que está pegando?

— Nada, você não ouviu ela dizer que só nos beijamos, foi exatamente isso o que aconteceu.

— O que você veio fazer aqui?

— Amanhã temos uma reunião com aquela construtora que estamos tentando fechar contrato faz tempo, como mudou o diretor acho que conseguiremos desta vez.

— Onde será?

— No escritório deles às 10hs.

— Estarei lá, depois só me passa o endereço.

— Vou embora.

— Vamos tomar um café antes.

Chegamos na cozinha, a Rosa tinha acabado de fazer o café. O cheiro do bolo está bem gostoso.

— Rafaella, se o bolo estiver tão bom quanto o cheiro, você está de parabéns.

— Senhor a menina foi embora tem um tempinho.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não que eu saiba.

— Tudo bem então.

Tomamos o café e o meu irmão se despediu de mim.

Volto para o meu escritório e continuo estudando a defesa do meu cliente, o seu julgamento será daqui alguns dias.

[...]

Hoje é sexta-feira, conseguimos fechar o contrato com a construtora. Agora teremos bastante trabalho, provavelmente teremos que contratar mais pessoas. Estou muito satisfeito com o resultado.

Eu e a Rafa não nos falamos desde aquele dia do beijo. Confesso que estou com vontade de vê-la novamente. Eu curti ficar com ela, eu gosto do jeito simples dela de ser.

Preciso ir, tenho uma audiência e não posso me atrasar.

Volto dos meus desvaneios.

Ufa ganhamos na primeira instância, mas sei que eles irão recorrer, preciso me preparar para isso.

— Rosa muito obrigado pelo almoço estava uma delícia.

— Como está a Rafaella?

— Não sei senhor, não a vejo desde o início da semana, só nos falamos por telefone.

— Estranho!

— Daniel se prepare para sairmos daqui a pouco.

Tomo um banho, escovo os meus dentes, visto uma bermuda azul claro com uma camisa polo branca, calço um mocassim.

— Pronto Daniel podemos ir.

— Bom final de semana Rosa, assim que terminar aí vocês podem ir.

— Muito obrigado senhor.

— Daniel você vai me levar por favor até a casa da Rafaella.

— Ok, senhor.

— Chegamos.

Desço do carro, o Daniel me guia até a porta da casa dela tocando a campainha.

— Toca de novo por favor.

Nada dela atender.

— Rafaella eu não vou embora sem antes falar com você.

Digo em um tom autoritário.

Passado alguns instantes ouço a porta ser destrancada.

— Pequena o que aconteceu com você?

— Nada Dani, vai ficar tudo bem.

— Obrigada pela preocupação.

— Oi Leonardo, quer entrar?

— Eu vim para isso.

— Daniel pode levar o carro, e ir descansar.

— E o senhor?

— Pelo visto vou demorar aqui, depois eu me viro.

— Espere um momento.

— Você dirige Rafaella?

— Sim.

— Então você pode usar o carro para buscar os seus pais e deixá-lo aqui.

— Combinado então senhor.

— Tchau pequena.

— Tchau Dani.

Ela pega em minha mão e me guia para dentro da sua casa.

— Sente-se e fique a vontade.

— Eu só vou tomar um banho e já volto.

— Você pode me dar um copo de água antes por favor.

— Gelada?

— Sim.

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