Capítulo 6 Leonardo

[...]

Recebo a notícia que o juiz concedeu o habeas corpus da Rafaella.

— Daniel precisamos sair imediatamente.

— Tudo bem senhor, vou tirar o carro.

— Para onde vamos?

— Para o presídio buscar a Rafaella, quero fazer uma surpresa para a sua mãe.

— Muito obrigado, senhor.

— Eu só vou aceitar o agradecimento se você parar de me chamar de senhor.

— Chegamos.

Saio e fico encostado no carro aguardando ela sair, me sinto ansioso não sei por qual motivo.

Ouço o portão se abrir.

— O que aconteceu? Ela está demorando para chegar até aqui.

— Ela está ajoelhada no chão, chorando.

Logo sinto ela me abraçar, e desta vez eu não sei o porque eu senti a necessidade de corresponder. Confesso que foi muito bom.

O caminho para casa foi divertido, é curioso como eu mexo com a Rafaella.

— Então estamos combinado o café da tarde terá o seu bolo.

— Combinado então.

— Chegamos!

Entramos em casa e vamos em silêncio na cozinha, combinamos de fazer uma surpresa.

— Rosa.

A chamo. Daria de tudo para enxergar este momento.

— Oi senhor Leon... Minha menina!

— Vem aqui me dá um abraço.

— Você emagreceu, vou fazer bastante cuscuz para você ganhar peso.

A Rafaella gargalha e sinto borboletas no meu estômago.

O almoço foi descontraído como a tempos não acontecia.

— Licença, estarei no meu escritório.

— Rafaella não esqueça de fazer o bolo para o nosso café da tarde.

— Sim senhor.

— Assim que você tiver um tempinho por vá até o meu escritório, preciso te passar algumas orientações.

— Só vou terminar aqui e já vou lá.

Estou montando a defesa de um caso, quando alguém bate na porta. Estranhamente o meu coração passa a bater rápido e sinto um frio na barriga.

— Pode entrar.

— Licença, senhor.

— Sente-se por favor.

— O seu julgamento ainda será marcado, portanto eu te oriento a evitar sair a noite, baladas, evite se envolver em confusão.

— Se você me permitir, vou entrar com uma ação contra a joalheria pedindo uma indenização para você.

— Você acha que é possível ganhar a ação contra eles?

— Com toda certeza. Com as provas que temos a causa é ganha.

— Qualquer valor já me ajudaria muito a sair do sufoco.

— Depois da prisão vai ser bem difícil eu conseguir um emprego agora.

— Assim que conseguirmos provar a sua inocência, eu pedirei que a sua ficha seja limpa.

— Nossa eu não tenho como te agradecer, de verdade.

— Faça um bolo bem gostoso.

Hahaha.

O escritório fica em silêncio, o único som que se ouve é da nossa respiração.

Sinto ela se encaixar entre as minhas pernas e envolver suas mãos em meu pescoço. Sinto nossos rostos ficarem próximos em virtude da sua respiração, ela faz um carinho em meu rosto passando os dedos nos meus lábios.

— Posso?

A Rafa me pergunta.

— Pode.

Digo com a minha respiração irregular.

Nossos lábios se tocam levemente, mas imediatamente eles se encaixam em perfeita sintonia.

Que beijo mais delicioso, seguro em sua cintura aproximando mais os nossos corpos.

Eu não tenho a mínima vontade de parar e percebo que ela também não. Encerro o nosso beijo com uma leve mordida em seus lábios.

— Uau!

Ouço ela dizer.

— Que beijo gostoso!

Sorrio.

Levo as minhas mãos até o seu rosto, vou tateando vagarosamente, com a intenção de gravar cada detalhe. Após o meu acidente, os meus outros sentidos ficaram bastante aguçados.

Ela se aproxima novamente dando início a outro beijo.

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