Capítulo 14 Rafa

Estou deitada em sua cama quando o ouço entrar no quarto.

— Já estava indo embora.

Me perco no seu sorriso quando ele ouve a minha voz.

— Achei que já tivesse ido.

Me levanto e sigo até ele, envolvo meus braços em sua cintura, repouso a minha cabeça em seu peito.

— Senti sua falta!

— Eu também senti a sua, para sobreviver naquele lugar eu me apeguei a cada momento que passamos juntos.

Ele pede para dormir com ele esta noite, se eu disser que não gostei, estarei mentindo.

Fico sem acreditar quando vejo que ele teve todo carinho em comprar as coisas de higiene que eu uso. Eu não sei o que nós temos, mas eu estou curtindo muito.

Após proteger o meu antebraço com plástico, entro no chuveiro e me entrego a água quente que percorre todo o meu corpo, agradeço pela minha liberdade, mas ainda dói tudo o que eu passei nos últimos dias.

Sem esforço nenhum as minhas lágrimas se misturam com a água do chuveiro. Estou imersa na minha dor quando sinto o Léo envolver a sua mão na minha cintura.

Me viro de frente para ele e choro toda tristeza, angústia, dor que há dentro de mim.

— Obrigada por tudo o que você tem feito por mim.

Digo após me acalmar.

— Não precisa me agradecer, tenho certeza que você faria o mesmo por mim.

— Deixa eu lavar o seu cabelo, não esforce o braço machucado.

— Em falar nisso, passou a dor?

— Passou sim, obrigada pelos remédios.

Fico aproveitando o cuidado dele em lavar os meus cabelos, com toda delicadeza. Chega até ser engraçado um homem com todo estes tamanho conseguir se delicado.

Deito em seu peito após secar o meu cabelo com o secador, amanhã o meu cabelo estará uma coisa de louco.

— Você e a Lilian já tiveram alguma coisa?

Minha curiosidade foi maior do que eu.

— Claro que não! Porque a pergunta?

— Por nada! Só preciso saber o território que estou adentrando.

Me levanto e vou até os seus lábios, dando início a um beijo calmo e repleto de saudades, ainda não havíamos no tocado desde que eu saí.

O beijo foi se aprofundando, se tornando mais intenso, as minhas mãos passeiam pelo seu abdômen lhe causando arrepios.

— Você sabe que não precisa fazer isso.

Ele diz entre o nosso beijo.

— Eu quero que você me faça sua neste momento.

Quero aproveitar estes momentos bons ao seu lado, não sei quanto tempo ficaremos juntos, quero deixar guardado em minha memória cada momento nosso.

Preciso ressaltar que o nosso momento de intimidade desta vez foi diferente, foi além do desejo carnal, tinha sentimento de ambas as partes. Eu deito em seu peito e logo adormeço.

— Rafa acorda! Acorda!

Acordo chorando, com o Léo me envolvendo em seus braços.

— Foi só um pesadelo.

Ele diz quase que em um sussurro.

— Eu estou aqui com você.

E como no estalar de dedos, eu vou me acalmando.

— Quer água?

— Não, obrigada.

Ele se deita novamente e eu me deito no seu peito. Eu não quero voltar a dormir, estou com medo, foi tão real.

Olho no relógio e vejo que ainda são 04hs20. Sinto que o Léo voltou a dormir, me levanto e sigo para a cozinha.

Estou apreciando o meu chá de capim-santo, pensando no momento que eu e o Léo nos amamos.

— Perdeu o sono?