O Arthur não quis ir a universidade novamente então fomos até um lago que naquele horário parecia calmo e sem muito movimento e nesse tempo aproveitei pra contar uma parte de como encontrei a mãe dele sem mencionar nada sobre o cassino e tudo mais.
Alice: Ela viu que eu precisava de ajuda então foi me ajudando. Se não fosse por ela... Não sei onde eu estaria agora.
Arthur: Então seu pai é um babaca que é viciado em bebida e jogo e agora você conseguiu fugir dele? - Ele disse me olhando parecendo que não acreditava.
Alice: É. Isso não importa mais. Ela foi incrível comigo e eu esperava conseguir retribuir.
Arthur: Ela é a mulher e mãe perfeita. Talvez eu não tenha sido o suficiente. Eu deveria ter prestado mais atenção nela.
Alice: Você a tratava como uma rainha. Apesar de... - achei melhor não falar nada negativo pois o momento era péssimo.- Ela te amava demais. Toda vez que encontrava com ela... Era "meu filho tão doce e carinhoso." "Meu filho tão atencioso e cuidadoso."
Vi que ele sorriu e começou a chorar novamente encarando o lago em nossa frente.
Arthur: Como vou fazer agora? Como vou viver? Aquele homem que chamo de pai... - ele suspirou.- Não sei o que farei agora.
Alice: Universidade, trabalho... Ela gostaria de ver você crescer ainda mais. Ela quer...
Arthur: Cala a boca, garota. Eu fui muito bom com você até agora. Chega.- ele disse enxugando as lágrimas.- Saia daqui. Você não sabe de nada.
Ele falou tão grosseiramente que me assustei de um pulo pra trás. Ele me encarou após minha reação e seu olhar era de raiva.
Arthur: Não preciso de você. Saia daqui
Alice: Bem que Malu me avisou mas eu... Eu pensei que você pudesse ter algo da sua mãe aí dentro. Já que pai e filho são iguais.
Eu disse tudo aquilo sem pensar em como iria atingir ele e sai correndo chorando sem parar. Que turbilhão de emoções num dia só. Eu estava meio perdida pois não conhecia aquele lugar e quando cheguei na avenida ouvi a voz dele atrás de mim.
Arthur: Levo você em casa.
Alice: Eu prefiro me perder enquanto procuro como voltar pra casa do que está no mesmo lugar que você. Muito obrigada pela sua gentileza.
Falei com um tom irônico e fui andando e perguntando as pessoas onde eu poderia pegar alguns ônibus que eu sabia que me levariam pra casa e assim conseguir chegar em casa depois de quase 2h. Entrei no apartamento e Malu estava lá com Sam e Isabelly.
Malu: Pelo rosto inchado e vermelho... - Ela disse correndo pra me abraçar e eu desabei a chorar.
Sam e Isabelly me abraçaram também e ficamos assim enquanto eu contava o que aconteceu sem mencionar a parte que sai com o ogro do Arthur. Comi o almoço maravilhoso que a Isabelly fez e ficamos ali tentando pra me distrair. A noite eu voltei a universidade depois que a Malu insistiu muito. Estava ansiosa pelo primeiro dia e não esperava que fosse assim. Entrei na sala e vi uma das garotas que estava com o Arthur no almoço. Ela ficou me encarando a aula toda. O que ela queria? Será que ela me viu saindo com ele? Será que.. ela era namorada dele? Mas ele tava com duas. Depois de assistir todas aquelas aulas sem prestar muita atenção fui pra casa e cheguei bem tarde. A Malu já havia chegado do trabalho e adormecido no sofá. Eu a acordei e fomos dormir em nossos quartos.
~ Dois dias depois ~
Cheguei pouco antes do horário da aula e fiquei sentada lendo meu livro favorito "Poliana". Ele era a única coisa que eu conseguia lembrar da minha mãe. Meu pai em seus raros momentos sóbrios me contava o quanto esse livro encantava minha mãe. Vi o Arthur novamente com seu grupo passar por mim e baixei a cabeça voltando a ler o livro. Depois um tempo eu o fechei para guardar e senti uma pessoa sentar ao meu lado.
Arthur: Como você está?
Alice: O que? O senhor Wollinger quer saber de mim? Cuidado, alguém pode te ver sentada com a chacota da faculdade.
Arthur: ah é. - ele disse revirando os olhos.- minha mãe pediu que eu cuidasse de você.
Alice: Você está mais do que liberado desse pedido. Eu sei me cuidar. - falei levantando.
Arthur: Tá me dando um fora, garota? O que pensa que é pra falar assim comigo?
Alice: Alguém que não se importa com você assim como você comigo. Não precisa fingir. Sua mãe não iria gostar de ver você fingindo algo. - respirei fundo. - Não quero que me vejam com você, com licença.
Levantei e sai nervosa e tremula. Nunca pensei em tratar alguém assim mas ele merecia. Se ele não queria ser visto comigo isso seria recíproco. A garota que me encara nas aulas estava apareceu e se agarrou no pescoço dele mas ele não parecia tão interessado. Espera, porque tô reparando tanto assim? Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos e continuei andando até a sala e lá se foi mais um dia em que não consegui me concentrar tanto mas já estava melhorando. As matérias são legais e em alguns momentos me prendia mais do que meus pensamentos.
Sam: Surpresa! - Ele disse aparecendo de repente em minha frente.
Alice: Que susto, Sam. - Disse rindo e tentando controlar novamente meus batimentos.
Malu: Falei que não era boa ideia. - Ela disse rindo.- Vamos curtir uma baladinha?
Alice: Eu acho que prefiro dormi.
Isabelly: Você nunca sai de casa, vamos lá. Prometo que será legal.
Alice: Com essa roupa? - falei dando uma voltinha pra que eles reparassem que não estava adequada.
Malu: Trouxemos roupa. Vai lá que estamos te esperando.
Ela me entregou uma bolsa e eu fui me trocar. A Isabelly tinha razão, desde que tudo aconteceu com a Luna eu só trabalhava, estudava e ficava em casa então achei que eu merecia um pouco. O valor do meu salário seria bom pois o diretor foi bem generoso na negociação, ele me fez um adiantamento de 30% para que eu conseguisse ir me virando até o fim do mês então eu estava controlando cada centavo mas eu precisava me distrair também então troquei de roupa e para o meu azar dei de cara com o Arthur e seus amiguinhos.
Garoto 1: Olha só, a novata até que não tá mais tão estranha.
Garoto 2: Nada mal. - Ele disse com um sorriso malicioso que me fez encolher.
Garota 1: Ela é muito desajeitada. E com essas sardas na cara fica ainda mais ridícula.- Ela riu e eu coloquei as mãos nas minhas bochechas tentando esconder minhas sardas.
Arthur: Deixem ela em paz. - Ele disse num tom autoritário mas ao perceber que todos estranharam ele deu risada tentando disfarçar.- Ela, suas pintas e sua roupa nova devem está apressadas para dormir.
Eles ficaram rindo e eu saí correndo dali. Tentei me controlar e acabei esbarrando na Isabelly.
Isabelly - Ei. O que aconteceu? - ela disse preocupada e me segurando.
Alice: Nada. Tava tão escuro por lá que me assustei. Só isso, podemos ir embora logo?- falei tentando disfarçar.
Isabelly- você demorou. Todos estão no carro nos esperando, vamos.
Fomos para uma balada que eles já conheciam e foi bem legal. Consegui relaxar e me distrair. Foi tão legal. O Sam me fez provar um drink alcoólico mas achei tão ruim e fiz careta.
Isabelly- Com o tempo você se acostuma. Por enquanto beba esse. -Ela me ofereceu um sem álcool.
Sam: Sem álcool não tem nem graça.- ele disse rindo animado. - Eu deveria ter tirado uma foto da sua cara enquanto tomava.
Malu: Vamos deixar de moleza e dançar?
Alice: de novo? - eu disse rindo. - já estou com os pés doendo.
Malu: Nem começa.
Ela me arrastou pro meio do salão de dança e eu tentei novamente dançar mas estava muito envergonhada completamente o oposto da Malu e Isabelly.
Sam: Relaxa. - Ele disse tentando me ajudar a dançar.- tá só começando nossos dias de glória. - falou dando um gole na bebida dele.- Amanhã é sábado e da pra descansar.
Alice: Como sabe que eu estava preocupada com o que tenho pra fazer amanhã.
Sam: Só sei que eu sei. Eu acho que já te conheço o suficiente. E não tô bêbado. Pare de me olhar assim. - Ele disse me abraçando pra dançar comigo.
Alice: Tá, né? - eu disse rindo e tentando entrar na vibe deles.
Chegamos em casa de madrugada. Eu nunca tinha dando tanta risada na minha vida e eu não fazia ideia de como precisava daquilo. O Sam dormiu no sofá e eu dormi com a Isabelly.
Eu nem acredito que minha vida finalmente tá mudando. Meus pensamentos geralmente vão para a senhora Luna e minha mãe. Raramente lembro do meu pai e pretendo continuar assim. Apesar de tentar imaginar o que será que aconteceu com ele depois de tudo aquilo.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Mágda Virgínia Rocha
O Arthur foi cruel demais
2023-06-29
6
Silvana Celia
que idiota a Alice estava doando apoio e ele trata assim
2023-02-23
3
mandinha
Bem merecido 👊👊
2022-12-05
3