Razões Para Te Amar Vol.1
Eu estava ali parada ouvindo aquele absurdo todo entre meu pai e aqueles idiotas que se acham os donos do mundo. Eu tinha que pensar rápido e sair logo daquela situação ou eu não teria como escapar.
Eu sabia que meu pai era capaz de tudo para permanecer no cassino jogando sem parar e bebendo da mesma forma mas não imaginei que ele iria tão longe. Foi o fim pra mim então pensei rápido e discretamente fui até a escada e subi até o primeiro andar do cassino. Coloquei algumas roupas dentro da bolsa e quando fui pegar meu dinheiro num fundo falso que improvisei no guarda-roupa a porta se abriu.
Oliver: O que está fazendo, querida?
Ele falou com um sorriso sombrio. O Oliver era dono do cassino e meu pai achava que eles eram amigos mas Oliver só se divertia ao ver meu pai jogar e perder quase sempre além de tudo bem bêbado que forma um combo perfeito para um cassino como o dele. Desisti de chegar até o fundo falso e pulei a janela o mais rápido que pude. Acho que a adrenalina não permitiu que eu sentisse de imediato o impacto disso e corri o mais rápido que consegui. A dor maior que senti foi ouvir meu pai concordando em me colocar como moeda de troca para que sua dívida no cassino fosse "esquecida". Eu chorava enquanto corria e via alguns homens chegando perto e de repente esbarrei numa mulher linda, com um vestido incrivelmente chique.
Mulher: ei. - disse se virando para me encarar.- o que está acontecendo?
Alice: Por favor, me ajude. Eles querem me estuprar. - falei então a primeira coisa mais absurda que veio em minha mente para que ela pudesse fazer algo por mim.- por favor!
Mulher: Entre logo no carro e vamos ligar para a polícia.
Em um segundo que ela destravou o carro, entrei e me abaixei no banco. Não a conhecia mas se houvesse a possibilidade deles não conseguirem ver onde entrei melhor. Ela me ajudou e agradeci muito a Deus pois algo bom finalmente aconteceu em minha vida.
Os caras tentaram atirar mas já estávamos longe o suficiente para que eles fossem incapaz de nós ferir. A mulher se assustou com tudo isso e parou o carro num lugar público e quando pensei em descer ela travou todo o carro e isso me assustou ainda mais e voltei a chorar.
Mulher: o que significa isso?
Alice: Muito obrigada. - falei com a voz trêmula e ainda chorando. - Meu pai me doou para um daqueles homens para que sua dívida no cassino fosse perdoado.
Assim que falei comecei a pensar "o que irá acontecer com meu pai agora?" Eu fugi e nem pensei no que poderia acontecer com ele.
Mulher: qual seu nome?
Alice: ah, me chamo Alice.- falei tentando sorri em meio ao choro
Mulher: Prazer, me chamo Luna Wollinger.
Ela destravou o carro e saímos. Eu ainda tremendo e observei a atitude dela ainda assustada.
Luna: Quero que me conte tudo, enquanto isso, gostaria de comer?
Ao mencionar a palavra "comer" finalmente parecia que minha mente e corpo estavam se reconectando e ouvi meu estômago roncar. Lembro que só comi no final da manhã.
Alice: Nossa, corri tanto que só agora lembrei que estou morrendo de fome. Mas não posso, sai com a roupa do corpo.
Isso me fez pensar em "como vou fazer pra comer?" "Onde vou dormir?"
Luna: Por tudo isso que passamos agora acredito que vale a pena pagar um bom jantar.
Eu sorri e nem consegui conter toda minha euforia. Eu estava livre e terei minha primeira refeição e aquela mulher incrível, cara e jeito de rica foi tão boa pra mim. Não pensei nas consequências e a abracei. Ela retribuiu o abraço mas se afastou logo após.
Luna: Vamos jantar, quero entender tudo.
Entramos no restaurante e eu estava completamente descabelada, desarrumada e toda sem graça então travei assim que pensei nisso.
Alice: Desculpe, acho que não estou apropriada. Pensando melhor, a senhora poderia jantar e eu espero aqui.
Luna: De forma alguma, você está comigo e vai comer dentro do restaurante ao meu lado.
Ela tirou um casaco do carro, colocou em mim, me ajudou a ajeitar um pouco o cabelo e sorrimos. Entramos no restaurante e todos pararam para olhar aquela mulher deslumbrante entrando com uma garotinha desarrumada.
Homem: Senhora Wollinger, como vai? Irei acompanhá-la a sua mesa favorita.
Ele falou praticamente me ignorando. Entramos e ela fez o pedido pra nós. Eu nem sabia pronunciar o nome daquele prato e não iria pagar por ele então nem perguntei o que era apenas sabia que iria matar a fome e era o suficiente.
Luna: Me conte, Alice. O que está acontecendo?
Alice: Minha mãe morreu quando era pequena então cresci com meu pai "cuidando" de mim. - quando falei a palavra cuidando fiz aspas com os dedos e respirei fundo tentando conter as lágrimas.- Ele começou a beber demais e perdeu o emprego, então quando completei 15 anos o "amigo dele" dono do cassino ofereceu que ele trabalhasse lá em troca de comida e um lugar para dormir. Ficamos lá até hoje, ele apostava, perdia, no fim do mês não recebia nada e ainda ficava devendo.
O garçom nos interrompeu ao nos servir a comida e nem pude acreditar que aquela comida de nome tão chique era apenas macarrão com uma espécie de molho estranho e algum tipo de proteína que não identifiquei.
Luna: Nossa. Sinto muito que não tenha convivido com sua mãe. Vamos comer e voltamos a conversa depois.
Eu sorri e comecei a comer. Tinha um gosto estranho mas era gostoso. Comi tão rápido e ao perceber o que estava fazendo tentei me acalmar, bebi um pouco do suco que o garçom nos trouxe.
Alice: Muito obrigada, não tenho palavras pra agradecer. Ajudou uma pessoa que mal conhece, numa situação no mínimo estranha e mesmo assim não pareceu duvidar de mim. Agradeço de verdade. Resumindo, meu pai perdeu tanto no jogo e com bebidas que a dívida ficou gigante. Então o dono do cassino resolveu fazer a proposta mais indecente que já ouvi e meu pai aceitou me entregar como pagamento. Ele assinou um papel que me "vendia" para o Oliver. - comecei a sentir as lágrimas escorrerem e quando eu pensei em enxuga-las a mão suave de Luna fez esse trabalho tão delicadamente que me fez sorri.
Luna: Uma crueldade sem tamanho o que fizeram com você.
O garçom nos trouxe a conta e ela fez o pagamento. Levantamos e saímos de lá.
Alice: Obrigada por me ouvir e entender. Eu precisava disso. Estou me sentindo fazendo aniversário. 23/09 será como mais uma nova data de aniversários para mim. Irei guardar seu gesto no meu coração pra sempre.
Luna: Vou ajeitar um lugar para passar a noite e amanhã nos encontraremos.
Alice: Não posso aceitar. Me ajudou tanto, não tenho como retribuir e não quero mais incomodar.
Luna: De forma alguma. É uma ordem que você me acompanhe.
Disse a mulher deslumbrante com um sorriso iluminado. Retribuir o sorriso e a segui. Era o melhor a fazer, descansar e pensar melhor amanhã o que farei com a minha vida. O mais importante é que agora eu irei tomar as rédias da minha própria vida.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
mandinha
Já faz tanto tempo que li que nem me recordo mais ... 🤭🤭❤️❤️
2024-09-17
1
Neide Lima
começando 15/7/2024
2024-07-15
1
Marinalva Souza
Eu tô torcendo pra que essa Luna não seja essas mulheres que são envolvidas com tráfico de meninas jovens.
2023-09-09
8