Um Destino... O Amor! "Amor Assassino"
Prólogo
Eu nunca imaginei que provaria de alguém tão cruel e ao mesmo tempo tão... doce.
Nunca imaginei que viveria uma paixão tão intensa e ao mesmo tempo tão... errada.
Mas aqui estou eu, provando mais uma vez dos lábios mais lindos e deliciosos do planeta, que pertencem à pessoa mais incrível do universo.
Aqui estou eu, provando de um assassino bem pago e totalmente maravilhoso, pelo qual eu sou completamente apaixonada e que tem que me matar.
Aqui estou eu, ciente disso e não me importando tanto quanto deveria, considerando o fato de que ele matou a minha família.
Olhei para o crepúsculo roxo que brilhava ofuscante no céu. O vento brincava com meu cabelo trazendo-me um arrepio confortável. Uma lágrima quente e úmida desceu involuntariamente pelo meu rosto e eu a enxuguei antes que alguém visse. Respirei fundo, uma, duas, três vezes. Olhei para a foto firme em minhas mãos. Eu, meus pais e meu irmão e então me lembrei. Me lembrei de quando era pequena, quando chovia forte e minha mãe me embalava em seus braços; Ou quando meu irmão me abraçava e me reconfortava; Quando meu pai me levava para soltar pipa; Os almoços em família todo domingo que eu tanto odiava. Me lembrei de tudo como um “flash” dos momentos felizes, e não aguentei. Eu me encolhi na espreguiçadeira e chorei.
Chorei porque nunca mais sentiria o toque doce e quente de minha mãe, nunca mais ouviria os sermões do meu pai e as gírias do meu irmão. Nunca mais teria que me preocupar com a reação dos meus pais com o meu desempenho na escola, ou com o que meu irmão faria quando eu começasse a namorar. Nunca mais veria a cara de preocupado do meu pai quando adoecia. Nunca mais compartilharia grande parte dos meus segredos com meu irmão e não ouviria mais os seus segredos... E sabe por quê? Porque eles estão mortos. Todos eles foram brutalmente assassinados por, como os policiais dizem, drogas. A versão da polícia era que meu irmão devia dinheiro para um traficante. Então ele invadiu minha casa, mas se deparou com toda a família. Ele foi visto e matou a todos. Eu só sobrevivi porque fui à festa de quinze anos da minha melhor amiga, Tatiana.
Era por volta das três da manhã, eu me divertia loucamente na festa, mal sabia que enquanto me descabelava toda, minha família era brutalmente assassinada em minha casa. Eu me divertia como nunca, quando me bateu um pressentimento de que algo horrível estava acontecendo e que tinha que ir embora. Desesperada, puxei o celular da minha bolsa e liguei para casa. Primeira chamada: caixa-postal, segunda chamada: caixa-postal, terceira chamada: caixa-postal. Aconteceu isso todas as cinco vezes que liguei, então fui pedir carona. Consegui com a minha amiga Carla, mas ela não queria ir ainda, então tive que esperar por mais meia hora.
Finalmente Carla resolveu ir, o pai dela veio nos buscar com cara de cansado, mas aceitou me levar em casa, com um sorriso simpático no rosto. Ele parou o carro em frente à garagem, eu desci e toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Toquei de novo duas vezes e ninguém atendeu. O pai de Carla esperava pacientemente, mas eu não queria fazê-los esperar muito, então procurei a chave reserva que ficava escondida em cima da porta. Não tive que me esticar tanto para pegá-la, já que estava de salto. Entrei em casa hesitante, pois o
pressentimento havia voltado, mas bem pior.
Com a porta ainda aberta, não foi preciso mais de
três passos, para ver a pior cena da minha vida. Minha mãe, minha doce e amada mãe, jogada no chão da sala toda ensanguentada, me fitando com os olhos abertos, sem piscar uma vez sequer, o rosto sem expressão. Não foi difícil imaginar que o último momento que passara ali fora de muita dor. Gritei. Gritei alto, muito alto. O grito mais carregado de desespero, dor e ódio que eu já dei e ouvi em toda a minha vida. Não demorou para que Carla e seu pai entrassem e vissem o que acontecera ali. Carla me abraçou enquanto seu pai pegava o celular. Mas eu os ignorei.
Minha visão estava turva e eu sentia algo quente e úmido descer pelo meu rosto, mas ainda podia ver os olhos. Os olhos dela, azuis, perfeitos, frios e sem emoções. Estremeci com a lembrança e me encolhi ainda mais na espreguiçadeira. Era como se eu pudesse vê-los agora. Encarando-me, implorando por socorro. A polícia achou o corpo do meu pai ao pé da escada e o do meu irmão em seu quarto, onde também encontraram escondidos em uma gaveta, papelotes vazios de maconha. Eu sabia que era mentira, meu irmão não usava drogas, eu tinha certeza! Ele me contaria se usasse! Sem contar que eu ia a quase todas as festas com ele que nem sequer bebia! E ele já tinha dezoito anos! Eu pude afirmar que sumiram objetos de valor da casa.
Eu senti alguém me abraçando e olhei para cima. Minha tia me envolvia ternamente, com os olhos cheios de lágrimas. Enquanto eu estava ali, ela e minha avó discutiam se eu ficaria aqui na cidade ou se eu me mudaria com a minha tia. Elas não me perguntaram o que eu pensava, mas não me importei, eu não tinha mais certeza se que queria ficar aqui onde tudo me levava a lembranças dolorosas.
- Querida – ela sussurrou limpando a umidade dosolhos – eu e sua avó estávamos conversando sobre onde você vai morar e decidimos que seria melhor que você se mudasse comigo. Tudo bem?
Eu dei de ombros e ela me abraçou firme. A minha tia Jéssica era incrivelmente linda, com seus cabelos loiros caindo até a cintura e seus olhos castanhos cor de mel. Não era só a sua aparência que pertencia a uma adolescente, como também sua mente.
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Comments
Equipe do Levi
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2024-05-03
0
Equipe do Levi
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2024-05-03
0
Bernadete Lopes
Que horror, vc sair pra uma festa e quando voltar encontrar sua familiares mortos.
Imagina a dor que essa garota sentiu, pensando que ficaria só no mundo.
2023-12-06
4