Capítulo 07

Antonella

assim que entramos na sala de jantar Michel segura minha mão, meu corpo fica tenso, ele me dá um olhar mortal, a mãe e irmã que já estavam sentadas permanecem sentadas.

– sente-se em outro lugar Martha, esse lugar agora é da minha esposa

Michel fala e Martha me olha furiosa

– Veja bem Petra como seu irmão trata sua mãe por uma qualquer. – ela diz quando se levanta para sentar em outra cadeira.

– É mamãe, mas não se preocupe, com certeza ela não vai aguentar muito tempo – Petra diz com um olhar diabólico que arrepia todos os meus pelinhos.

–Afinal de contas, que história é essa de casamento Michel? — Martha fala

– Eu e Antonella estamos casados há um ano, temos um filho e é só isso que vocês precisam saber e contar quando alguém perguntar. – Michel diz não dando tanta atenção

– Disso eu não estou sabendo. – Petra diz encarando o irmão

– tem certeza que o filho é seu? Vai ver é só um golpe de barriga, dinheiro é o que move esse tipo de gente. – Martha alfineta me olhando com nojo.

Eu nunca senti pena de tanta gente como sentir agora. Eles se acham o rei do mundo, mas não são ninguém, não amam a si mesmo, ou seus parentes mais próximos, vejo que tudo que os liga é o dinheiro, não vou retrucar não posso, não quero e não sei se tenho forças para fazer isso hoje, quanto mais eu me afastar e me desligar deles melhor, vai fazer com que isso passe rápido, assim espero.

– A origem da minha esposa não interessa a vocês, Antonella e o menino vão ficar aqui por enquanto, então por favor comam e esqueçam esse assunto. Não vou pedir de novo. – Ele não se refere a ele morando aqui, ou seja não vai ser preciso dormir com ele, pelo menos isso.

Após a ordem dele, todos começam a comer, eu também tento. Quando termino peço licença e subo para o quarto de Matheo, não que alguém se importe com minha presença.

– Ele é uma ótima companhia, senhora – Tina diz assim que entrei no cômodo

– sim ele é – digo orgulhosa do meu bebê ser uma criança calminha.

– Já vou preparar o leite desse príncipe e trazer para a senhora imagino que não vá querer descer e enfrentar a fera – ela diz e arregala os olhos castanhos e eu acho graça pela primeira vez – perdão senhora.

– Não tem problema – Asseguro e ela relaxa – lhe agradeço muito se fizer isso por mim Tina, e você tem razão, eu não quero enfrentar a fera.

Brinco e ela rir colocando a mão na boca envergonhada, Tina é uma jovem senhora simpática e será uma grande companhia nessa casa.

Por volta de 20h eu coloco um pijaminha de moletom fofo no meu bebê, depois do meu banho eu já tinha banhado com a água morninha agora só troquei a sua fralda, dou o leite que Tina fez.

Faço ele dormir e o coloco ele em seu berço, como o quarto é improvisado ainda tem uma cama aqui, vou no meu quarto graças a santa Tina não preciso descer para tomar água já que a mesma deixou uma jarra no quarto de Matheo. Pego uma camisola de seda e visto vou para o quarto do meu filho e vejo que kira está me ligando.

📲Que história é essa de pai do Matheo Ella? – Kira pergunta surpresa

📲 É uma longa história kira – afirmo cansada

📲 Estou ouvindo, tenho tempo – diz e pelo que conheço ela não vai desistir

📲Tudo bem.

Conto pra ela tudo o que posso, e quando ela descobre que o pai do Matheo é o meu chefe ela fica estática. Falo que a gente decidiu morar junto um tempo pelo bem do bebê.

📲 E você está feliz? – ela pergunta.

Não, quero gritar um socorro bem grande e alto, mas não posso, o medo de ficar sem o Matheo me deixa muda e obediente.

📲 Sim, muito – engulo a mentira que desce rasgando – vai ser bom para o Matheo.

📲 Sim muito bom, se você está feliz fico feliz por você.

📲 Tudo bem, vejo você amanhã.

📲 Ok, fica bem amiga, espero que dê tudo certo nessa sua nova família com o ex rabugento do seu chefe. – ela diz animada

Se ela soubesse, mas não vou importunar ou envolvê-la nos meus problemas, vou conseguir superá-los sozinha.

Odeio dar trabalho para alguém, odeio me sentir intrusa, ou ser aquela pessoa que incomoda os outros, sei que às vezes é necessário pedir ajuda, mas eu não sei, não consigo.

Por volta das 3h, depois de trocar a fralda do matheo, dá o leite da madrugada, colocar para arrotar e depois no berço eu me deito novamente quando estou para dormir a porta do quarto se abre, me obrigo a relaxar o corpo e fingir que estou dormindo.

– P0rr4 Antonella tá de sacanagem comigo? – ele diz e caminha até a minha cama, fecho os olhos, vejo movimentos como se ele tivesse tirando a roupa ele caminha para o banheiro do Matheo e volta de lá só de cueca e se deita do meu lado. – tá vendo a merda que você faz eu fazer.

Está cheirando a perfume feminino, e muitos dele, difícil diferenciar, isso mostra que ele saiu e ainda teve a cara de p4u de se deitar ao meu lado.

Quem dera se ele se casasse com outra e me deixasse em paz, eu ficaria imensamente feliz.

Meu filho não precisa de um pai assim, que não liga para ele, não se importa, que só o registrou e sabe de sua existência por conta de um acordo de negócios.

Acordo sentindo um incômodo com algo me segurando, quando abro os olhos vejo que os braços de Michel estão na minha cintura, que porcaria, me desvencilho com dificuldade e vejo no relógio do meu celular que é 6h vou para o banheiro tomar um banho pedir forças do universo para sobreviver a mais um dia, me arrumo primeiro, na creche dão o primeiro banho do dia, graças a Deus, então não preciso banhar Matheo logo cedo, seria até judiação, sendo assim só o troco ele acorda e choraminga um pouco.

– shiu amor, fique calminho para você não acordar o troglodita.

Ele boceja vou para a cozinha que está silenciosa a Jane da cozinha já está lá, conheci ontem também foi simpática.

– bom dia Jane. – cumprimento

– bom dia senhora – ela responde

– já falei para esquecer o senhora – Eu digo

– Infelizmente não podemos senhora, senhor Becker ou Martha nos arrancaria a cabeça. – ela fala e eu Sorrio da sua articulação com as mãos como se tivesse arrancando a cabeça e por fim concordo, faço o leite do Matheo e dou para ele ali mesmo.

Quando da 7h30 sai pela porta da frente, quando já ia chamar um carro por aplicativo, Sean aparece.

– Vamos senhora – ele diz

– Não precisa, eu vou chamar um carro. – falo mostrando meu meu celular

– Senhora, por favor, senhor Becker não irá gostar, estou a sua disposição. – Sem mais argumentos ele abre a porta e entro com meu bebê no colo. – Hoje mesmo comprarei a cadeirinha para o pequeno Becker.

Quero dizer para não chamá-lo assim, mas não quero conversar com ele que claramente faz tudo que o Michel mandar, e não quero complicações para o meu lado, vou tentar ficar o mais invisível que eu puder.

Deixo matheo na creche, não encontro kira, então sigo para a empresa.

Faço meu trabalho como sempre, faço também o trabalho da cobra Suzanne, o elevador se abre e quando penso que é o dono dos meus pesadelos é a megera da publicidade em pessoa vindo com um sorriso de orelha a orelha, não para pra perguntar se o chefe pode recebê-la, quero avisar que ele ainda não chegou, mas como não perguntou deixo que veja por si só.

Porque ele não se casou com ela? Teria sido tão fácil, ela estaria feliz, eu estaria continuando minha vida tranquilamente com meu bebê e não metida nessa confusão toda.

Ela percebe que não tem ninguém é o sorriso some.

– O sua inútil, cadê Michel? – Emma pergunta vindo para frente da minha mesa.

– Ainda não chegou senhora. – digo sem encará-la

– E por onde ele está? – Ela pergunta cruzando os braços

– quem deve saber disso é a sua assistente pessoal senhora, mas ela também não chegou.

Eu digo e ela fica brava, com certeza imaginando o pior.

– se ele estiver com ela eu vou dar um jeito de tirar ela do meu caminho– ela diz mais para si mesmo, quando ela vai perguntar outra coisa que eu não faço questão de saber o elevador se abre, revelando Lúcifer, ou como diz na sua certidão Michel Becker. Imediatamente o sorriso da megera se amplia e ela vai na sua direção e se inclina para beijá-lo.

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