Daniel vital

Depois do sonho que tive, não consegui mais dormir. Fui para a academia, precisava extravasar. Depois de duas horas, tomei banho e me senti mais relaxado. Tomei um café e escutei alguém batendo na porta. Olhei no relógio, mas quem seria uma hora dessas? Abri a porta e vi a figura do meu pai. Na minha porta, às oito horas da manhã. Pensei: o que seria tão importante para ele vir aqui a essa hora? Dei passagem para ele entrar e sentou-se no sofá. "Bom dia, pai. A que devo sua visita a essa hora?" - perguntei. "Bom dia, filho. Então, como vai a procura pela sua esposa? Até agora não ouvi falar nada sobre esse assunto, sem falar que você continua sendo assunto desses jornais de fofoca."

"Sério, pai? O senhor vem à minha casa a esta hora para perguntar se já encontrei alguém para casar? Por que tanta pressão e resistência em me ver casado? Para que isso? Gosto da minha vida do jeito que é e não tenho interesse em me casar, mesmo o senhor me pressionando. Droga, pai, não aguento mais essa pressão. Estou cansado."

"Como já disse antes, quero ver você casado, construindo uma família, sendo feliz. Não quero meu único filho sozinho, só isso. Por isso, quero que se case."

"Para que isso? Casar e viver de aparência, fingir ser feliz quando na verdade não suporta nem a presença do outro? Por favor, pai, não sei a quem o senhor quer enganar, mas a mim não. E nós sabemos bem como é sua vida de casado, a linda família que só existe nas fotos. Então, por favor, pare com isso, não insista, pois não vou me casar."

"Certo, não vou mais falar sobre isso. Como havia dito, se não se casar em um mês, perderá o posto de presidente. Tenha um bom dia, filho."

Com raiva e frustrado, era assim que estava me sentindo. Como pode meu pai me ameaçar? O que ele ganharia com isso? Seu único filho, a presidência do grupo vital, é minha por direito. Não vou deixar ninguém assumir meu lugar. Saio de casa para a empresa, chego e vou direto para minha sala. Estava concentrado no trabalho quando minha sala é invadida pela Carol, uma mulher linda, mas muito ambiciosa. Olhando para ela, que me encara com um sorriso safado, se oferecendo com um vestido vermelho com um decote que quase mostra seus seios. Sua maquiagem destaca bem seu rosto. Uma linda mulher, seria ideal para ser minha esposa, mas não é ela que quero. Uma mulher mesquinha, fútil, um corpo lindo, mente vazia. "O que você quer, Carol?" - pergunto. Ela se aproxima de mim, senta em meu colo e tenta me beijar, mas desvio. "Sai, Carol. Tenho trabalho a fazer. Se não te procurei foi porque não quis. Agora sai e não entre mais assim na minha sala. Você não é ninguém para chegar aqui entrando sem avisar. Saia agora. Não estou com paciência." Respiro fundo, tentando não ser rude. Ela sai da sala com cara de choro. Tenho uma reunião e passo uma hora nela. Na minha sala, o telefone toca. Pego e vejo que é o João. Peço que descubra o número do celular da Mariana. Ligo três vezes e ela não atende. Que merda essa garota tem na cabeça? Ligo outra vez, chama duas vezes e nada. Estou prestes a jogar o celular na parede. Respiro fundo, buscando paciência. Ligo de novo e ela atende. Não deixo ela falar, aviso que passarei na pra almoçar. Ela tenta dizer alguma coisa, mas desligo. Vou para sua casa e fico esperando. Minutos depois, ela aparece. Minha raiva está no limite. Puxo ela para meucolo e aperto seus braços. "Olha aqui, garota. Quando te ligar, você atende. Quando mando você fazer alguma coisa, você faz. Você é minha, me pertence. Está me ouvindo?" Olho para aqueles olhos que me perseguem, seu rosto vermelho. Medo era o que vi naqueles olhos. A solto e ela sai correndo, sem olhar para mim. Respiro, me sentindo um completo idiota, arrependido pela forma como falei com ela. Mas já foi, não tinha o que ser feito. Ligo o carro e vou para o lugar que me traz paz.

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