Mariana
Mari, acorda! Tá na hora, levanta! Vamos sair em meia hora.
- Já vou, tia. Droga, perdi a hora.
Fiquei até tarde fazendo um trabalho do cursinho. Saio correndo para o banheiro, faço minhas higiene matinal.
Chego na cozinha, meu tio dando café para o Arthur. Sento junto do Arthur e ajudo meu tio Miguel com a bagunça que o Arturzinho faz.
Todos tomamos café.
- Mari, você poderia ir no armazém buscar os tecidos que separei? Não vou poder ir, tenho que ir ao dentista.
- Claro, tia.
Vou sim.
Deixo o Arthur na escolinha e vou no armazém depois do café. Tia Clara leva o Art pra escovar os dentes e pegar sua mochila pra ir pra escolinha.
Arthur tem três anos e é um verdadeiro milagre. Minha tia não podia ter filhos, foi o que os médicos disseram, mas não foi a vontade de Deus.
Quando a tia passou mal e foi para o hospital, pensávamos que ela estava doente. Imagina a alegria dela ao saber que sua doença já estava com três meses. Foi uma festa só.
Todos ficamos felizes com a notícia depois que Arthur nasceu. Meu tio Miguel quase enlouqueceu.
Tinha que cuidar da família e da fábrica que tinha. Era muita coisa, mas os dois sempre deram um jeito.
Acho lindo o amor e o jeito que tio Miguel olha pra tia. O amor nos olhos deles brilha. São um casal lindo.
Nem todos têm a sorte de encontrar alguém para construir juntos. Há dois anos moro com eles.
Ajudo a cuidar do Arthur e também ajudo na fábrica.
Meus tios pagam meus estudos, sou muito grata a eles por tudo. Por isso os amo tanto.
Tia Clara é minha melhor amiga. Sou a caçula de três filhos, tenho dois irmãos: o Marco, o mais velho, e o Caio, o mais novo.
Amo eles muito, são a minha família e meus pais e a vó Antônia.
- Cuidado, querida. Qualquer coisa me liga, tá? Beijos, bom dia.
- Bom dia, tia.
Pode deixar, ligo sim.
Pego o carro, deixo o Arthur na escola, vou direto pro armazém. Estacionamento.
Quando tô saindo do carro, uma SUV preta passa por mim.
Por pouco, não fui atropelada. Idiota.
Só porque tem dinheiro, acha que é dono do mundo. Mané. Sigo pro armazém, falo com João, o vendedor que estava esperando ele trazer os tecidos pra levar pro carro.
Quando um homem lindo, um verdadeiro deus grego, passa por mim como se fosse o dono do mundo.
Esses ricos são um saco.
Os rapazes levam as peças pro carro.
Meu telefone toca.
Procuro ele dentro da minha bolsa.
E minha tia. - Alô? Oi, tia.
Sim, tô aqui.
Já resolvi um.
Vou falar com o João...
- Procuro por João, o vendedor que sempre atende minha tia, andando entre os tecidos, bato de frente com uma montanha de músculos.
Merda! Aí bato em um homem que me segura e olha com raiva.
Olho pro rosto da pessoa que bati. Era o mesmo homem que vi há pouco, mas era lindo.
Olhos verde escuro.
Nunca vi um ser tão sem emoção, frio.
- Olhe por onde anda!
- Desculpa, Estava distraída e não vi você.
- Sério? Pensei que você era desastrada
Mesmo!
Vê se olha por onde anda pra não machucar ninguém.
- Olha, já pedi desculpas. Se não quer, problema seu.
Saio de perto do homem com uma raiva que não tem tamanho. Idiota.
Quando vou saindo do labirinto de tecidos, sou puxada com brutalidade contra um corpo grande. Era o idiota que bateu antes.
- Quem você pensa que é pra falar comigo assim? Não sabe quem sou?
- Me solta ! Não tô nem aí pra quem você seja. Pedi desculpas.
Não aceitou, não ligo.
E você,quem pensa que é pra me puxar assim?
Alguma das suas vadias?
Me solta, seu idiota. Puxo meu braço com força, mas ele nem se mexeu.
Ficou me encarando com olhos de raiva. Solta ou vou chutar seu saco, seu brutamonte.
- Pra um ser tão pequeno, você tem coragem, ferinha.
- Que sorriso é esse?
Tão branco que fiquei cega. Idiota.
- Mari, tá tudo bem?
Senhor Vital, não sabia que estava aqui.
Precisa de alguma coisa?
- Vamos, João, minha tia pediu pra colocar mais duas peças. Saio de perto daquele ogro.
Sai de perto dele quase que fugindo.
Que perfume é aquele!
Sorriso branco e perfeito.
Sério, que existe um ser como aquele?
Nossa, nunca fiquei tão perdida diante de alguém. Pego tudo que tia pediu, vou pro carro, saio do Armazém, dou de cara com o idiota entrando na SUV.
Tinha que ser o idiota metido a Deus grego, não.
Daniel Vital.
— Senhor Vital, bom dia.
— Bom dia, Domingos, meus pais?
— A senhora no jardim, e o senhor Vital no escritório à sua espera.
— Obrigado.
— Bato na grande porta de madeira.
Meu pai manda entrar.
Lá está o grande empresário Augusto Vidal. Todos admiram o grande homem que ele é, um verdadeiro tubarão do mundo empresarial.
Estou aqui.
— Bom dia, filho. Que cara é essa?
— Por que não diz logo o que quer comigo? Vamos direto ao que me chamou aqui!
— Direto como sempre. Bem, quero lhe fazer uma proposta.
— Proposta?
E qual seria essa proposta?
— Para você continuar à frente dos negócios, tem que tomar jeito. Não quero mais o nome da nossa família nas notícias desses jornais que só publicam suas besteiras.
— Qual é, pai? Isso não é uma proposta, é uma imposição.
O senhor quer me obrigar a casar para continuar nos negócios da família.
Não de jeito nenhum.
Isso é loucura.
Dei meu sangue nos negócios e hoje o senhor ameaça tirar tudo?
Ficou louco, só pode.
Eu sou seu filho, seu único herdeiro, a não ser que tenha bastardos aí, já que o senhor nunca foi santo.
— Não me faça tirar tudo de você.
Já fiz muito limpando suas besteiras.
Você tem um mês para nos apresentar sua futura esposa. Agora saia e aja como um homem, e não um playboy mimado.
— O senhor não está falando sério. Não vou me casar. Se quer tirar, então faça isso.
— Saio do escritório batendo a porta. Era só o que faltava.
— Filho, que saudades. Que cara é essa!
— O pai enlouqueceu.
— O que é isso, Daniel?
Que modos são esses de falar do seu pai?
Tenha respeito.
— Respeito, mãe?
Ele quer que eu me case para continuar como presidente das empresas.
Se não fizer isso, ele vai tirar tudo.
Ainda acha que estou com falta de respeito com ele?
Não, né. Passo as mãos bagunçando meu cabelo.
Já vou indo, mãe.
Depois nós falamos.
Beijo sua cabeça.
Não espero sua resposta.
Não quero ser desrespeitoso com ela. Afinal, ela não tem culpa das loucuras do meu pai.
Pego meu carro e vou para o armazém encontrar o Vinícius, somos amigos e parceiros.
Chegando no armazém, desço e vou para seu escritório. Preciso conversar com alguém.
Minha cabeça já está explodindo e não é de ressaca. Bom dia, senhor Vital.
— O Sales está?
— Sim, nodepósito.
— Não sou simpático nem amigável.
Foi assim que meu pai me ensinou a ser, frio em tudo, nos negócios e na vida.
Assim, ninguém onde estar esse idiota.
Sinto um corpo se chocar com o meu, seguro para que não caia!
— Desculpa.
— Que perfume e esse !
Esses olhos tão escuros.
Ela é diferente !
Olho para o corpo magrinho vestindo uma calça jeans rasgada, um all-star e uma regata bem peculiar.
Seu jeito de vestir. Olho para ela, quando percebo que fiquei tempo demais a olhando.
Deveria prestar mais atenção por onde anda.
— Já pedi desculpas.
Se não aceita, problema seu.
— Quem você pensa que é para falar comigo assim?
Sabe quem sou?
— Quem você pensa que sou! suas vadias, para falar assim?
Já pedi desculpas.
Não aceitou, não ligo.
Se não me soltar, vou chutar seus...
— Para um ser tão pequeno, você até que tem coragem, ferinha.
— Ela ia responder quando o mané do João.
— Tá tudo bem aqui?
— Senhor Vital, bom dia!
Preciso falar com o Sale.?
— Claro, ele está no depósito.
— Obrigado.
— Essa garota é muito atrevida.
quem ela pensa que é?
Deveria ter mais cuidado por onde anda.
Entro no depósito e vejo o Vinícius, meu amigo e parceiro nos negócios.
Preciso desabafar com alguém.
— E aí, Daniel, o que houve?
— Meu pai enlouqueceu.
Ele quer que eu me case para continuar à frente dos negócios da família.
Se não fizer isso, ele vai tirar tudo de mim.
— Que loucura!
E o que você vai fazer?
— Não tenho a menor ideia.
Só sei que não vou me casar só para satisfazer o ego do meu pai.
— Calma, vamos pensar em uma solução juntos.
Enquanto conversamos, a garota do incidente no armazém me vem à mente.
Seu jeito de falar e agir me intrigou.
Ela era diferente das outras mulheres que eu conhecia.
Será que ela poderia me ajudar a resolver essa situação complicada?
Agradeço a ajuda do Vinícius e decido voltar para casa. Preciso resolver essa questão com minha família, mas não sem antes descobrir mais sobre aquela garota do armazém.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Jucelia Oliveira
colocar fotos deles fica mais interessante
2024-10-04
1
Rita Lira
eu léu tá com ums três anos são maravilhosas essas histórias
2024-10-01
0
Euridice Neta
Começando ler em 30/09/2024
2024-10-01
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