— A semana foi bem corrida, trabalhando bastante na fábrica, com o dinheiro que meus tios me pagam junto para pagar o curso de veterinária e compro algumas coisas para mim.
Quero te dizer que está acontecendo coisas de mulher. Não sei o que seria de mim sem a minha tia. Se não fosse ela, nem sei o que seria de mim.
Hoje sou muito grata a eles por me acolherem, por cuidar de mim como se eu fosse uma filha. Eles não me pedem, eu ajudo a cuidar do Arthur.
Um menino carinhoso, esperto, sapeca; tem uma energia ligada no 220 24 horas por dia.
— Mari, vem jantar.
— Já vou, tia.
— Olho para o meu caderno de desenho.
Desde que trombei com aquele homem, não consegui esquecer seus olhos. Devo ter batido a cabeça.
Por sorte, não o verei nunca mais. Saio do meu quarto, entro na cozinha. Arthur está comendo, minha tia está colocando o suco para ele.
Cadê o tio que não veio jantar ainda?, pergunto para ela.
— Seu tio foi assistir o jogo com os amigos. Sabe como ele é doido por futebol. Venha, coloque seu jantar. Vamos assistir um filme nós três, o que acha?
— Por mim, está ótimo. Sei que meus tios não estão bem, brigando muito e mal se falam. Mas a tia sabe disfarçar. Não pergunto mais, fico triste, eles são bem unidos. De uns meses para cá, tudo está diferente entre eles.
Jantamos, lavo a louça, deixo a cozinha arrumada. Vou pegar meu celular, olho alguma coisa nas redes sociais. Na sala, tia e o Arthur estão assistindo desenhos.
Sento do lado dela, que sorri para mim. Ficamos ali nós três, assistindo. O Arthur dormiu rápido, a tia foi colocá-lo na cama. Estava escolhendo um filme para assistir. A tia desce, pergunta se eu quero pipoca. Respondo que sim.
Ela faz a pipoca.
— Tia volta para a sala com dois baldes de pipoca. Faz tempo que não ficamos assim, só nós duas assistindo filmes.
— Mari, como anda o curso?
— Bem, está um pouco complicado, mas estou saindo bem, sorrio para tia.
— E namorados, querida? Você é linda, inteligente, esforçada. Te admiro muito.
— Não tenho ninguém, tia. Vou ficar solteira para sempre, sinto um aperto no peito.
Só de imaginar alguém perto de mim, não, tia, estou bem assim. Meu foco é o meu trabalho e meu curso.
— Filha, sei que não é fácil superar o que você passou, mas vai chegar uma hora que vai se apaixonar, sorri. Encontrará um cara legal e será feliz. Não existe pessoa certa, e sim pessoas que querem que der certo, só assim se pode criar um sentimento que logo vira amor. Você merece ser feliz.
Vamos dormir, amanhã você tem aula, e você vai para o aniversário da sua avó.
— Não sei, tia. Não gosto de bebedeira e muita gente. Não me sinto bem, começo logo a me dar falta de ar.
— Certo, vamos dormir.
— Vou para o quarto. Aqueles olhos frios não saem da minha cabeça. Balanço a cabeça tentando tirar esses pensamentos.
parece mentira, com dezoito anos, nunca beijei e sou virgem.
Troco de roupa, boto meu pijama, deito e logo adormeço. Acordo com o meu celular tocando. Sério, gente, preciso dormir mais um pouco. Desligo o alarme e me deito.
Acordo com a pessoa me balançando.
— Vem, Mari, a mãe mandou você levantar ou vai chegar atrasada.
— Já vou, só mais um pouquinho.
— Não, Mari, vem, a mãe mandou você levantar.
— Claro, vamos. Desço, tomo café. Percebi que meu tio não está aqui desde ontem.
Tia está com uma cara triste. Troco de roupa, pego meu material e pego o carro da tia.
Vou para o curso. A manhã passa rápido. Saio da sala, no corredor, escuto alguém chamar meu nome. Olho para trás e Nanda parece um furacão. Ela é linda, uma grande amiga.
— hei, está fugindo de quem?
— Eu de ninguém, por quê?
— Está olhando para os lados a todo momento, não é nada, só gosto de ver essa galera correndo, rimos muito uma da cara da outra.
Saindo do curso, quando vou abrir a porta, escuto me chamar. Viro para ver quem é.
Não acredito que esse cara está aqui.
Vou abrir a porta, quando a mão do ogro fecha sem nenhuma delicadeza. Puxo minha mão.
— O que você quer?
— Falar com você agora.
— Olha, não te conheço e tão pouco me interessa o que você quer falar.
Como sabe onde estudo e porque veio aqui?
— Vamos conversar ali.
— Fala logo, estou atrasada, tenho que trabalhar.
— Não seja mal educada. Quero que você se case comigo.
— Olho para o ogro, não acredito no que ouvi. Bebeu foi?
— Olha, não te conheço, e mesmo se te conhecesse, jamais me casaria com alguém como você, que se acha dono do mundo das pessoas só porque tem dinheiro.
Já conversamos, tenha uma boa tarde, senhor que nem sei o nome. Saio sem olhar para trás, onde já se viu me casar com um cara que nem conheço.
Sinto meu braço sendo puxado. Olho para o ogro, me solta.
— Olha aqui, menina, ou você baixa sua bola, ou vou cobrar a dívida da sua família e de quebra mandar seu irmão para a cadeia?
— Do que você está falando, que dívida?, e o que meu irmão fez para ser preso?
— Entre, carro, vamos conversar em outro lugar.
Sem opção, faço o que ele manda, entro no seu carro com o coração a mil.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Maia Maia
Rss
2024-11-18
0
Flávia Aguiar
só um detalhe autora, não sei quando estão dialogando ou quando estão pensando tá meio que misturado.
2024-10-15
0
Euridice Neta
Eita homem grosso, arrogante que se acha a última bolacha do pacote vai usar a menina pra seus propósitos, faze-la sofrer por algo que ela nem fez coitada...
2024-10-01
0