A Herdeira Do Seu Amor - Catarina
A noite estava chuvosa.
Raios trovões.
- Vai a onde? (pergunta o homem)
- Buscar minha filha. Ela é apenas uma criança para ir a esse tipo de festa desacompanhada. (fala a mulher)
- Querida ela já tem dezesseis anos. Por mais que falamos e damos conselhos, nesta idade os adolescentes custam a escutar. Faça o seguinte fique aqui e logo ela estará de volta ou ligará para ir buscá-la. (fala o homem)
Para ele era apenas uma travessura de adolescentes.
- Eu sei que você quer que eu relaxe mas não consigo. Ela é apenas uma adolescente de dezesseis anos não sabe nada dos perigos da vida. Vou atrás dela neste exato momento. (fala a mulher pegando as chaves)
- Vou junto. Alguém precisa ser o mediador entre mãe e filha.
- Não querido fique aqui caso ela volte. Vamos dar um bom castigo a essa menina quando voltar. (fala a mulher)
- Não minta para si mesma, você a ama tanto que amolece diante do choro dela. Eu terei que ser o carrasco da vez! (fala o homem rindo)
A mulher chega perto dele e o beija.
- Eu não demoro! Te amo. (fala a mulher saindo)
****** 4 ANOS DEPOIS ******
Era Madrugada.
Houve uma batida na porta.
A resposta foi silêncio.
Outra batida na porta de madeira. Mas vendo que ninguém iria abrir a pessoa entra.
- Pai??
- Já falei que queria ficar sozinho. (fala o homem)
Ele ignora a presença dela ali na sala.
- Pai, vim trazer sua comida, quero que se alimente. Ilda me disse que o senhor ficou o dia todo trancado aqui sem comer nada.
O homem bufa irritado.
- Dei ordens explícitas para que ninguém me incomodasse neste dia. Quero ficar sozinho. (fala com a voz um pouco alterado)
- Pai eu também estou sofrendo. Queria ao menos sua companhia para suportar o luto. (fala ela)
O homem bate com a mão na mesa irritado.
- Eu não tenho obrigação nenhuma de te consolar Catarina. Minha esposa morreu a anos mas é como se a dor estivesse presente aqui até hoje. Tudo isso é culpa sua.
Ela engole a seco. Ele se irritou de novo.
- Minha culpa pai? (fala Catarina)
- Não me chame de pai. Sabe muito bem que não existe nenhum laço de sangue entre nós, você é apenas uma garota adotada que só concordei em acolher em minha casa por amor a minha finada esposa. Eu nunca a quis em nossas vidas mas para satisfazer Rebeca, eu a adotei. (fala o homem com raiva)
Catarina joga a bandeja com a refeição toda no chão. Sua ira era visível.
- Eu não pedi a caridade de vocês. E no caso da morte de minha mãe, pois sim a considero minha mãe mesmo ela não tendo me gerado, a morte dela foi um acidente. Um acidente.
O homem ri amargamente. Os olhos destilam ódio e rancor.
- Acidente? Ah! Se você aos dezesseis anos não tivesse saído as escondidas para ir naquela festa, e ter obrigado minha esposa preocupada com o seu bem estar ir atrás de você, nada disso teria acontecido. Ela estaria aqui ao meu lado, por isso eu a culpo sim. É culpada pela morte dela sua bastarda.
- Eu era apenas uma criança. Não tinha noção de meus atos. (fala Catarina)
O homem a olha com raiva.
- Me escute bem Catarina meu aviso. Nunca vou te perdoar pelo que fez naquele dia. Por sua infantilidade em nós desobedecer recusando-se a acatar ordens, levou minha esposa embora. Por sua culpa ela morreu naquele acidente de carro. (fala o pai)
- Eu não queria... eu também a amava. (fala Catarina)
- A única coisa que nos une Catarina é o testamento dela que me obrigou a ser o seu tutor legal até completar vinte um anos. Felizmente falta um ano para isso acabar. Depois disso você está por contra própria me ouviu?? Agora saia quero ficar sozinho. Não suporto te ver. (fala o homem friamente)
Ele volta a sentar na cadeira. Todo o escritório estava com um ar sombrio.
O pai dela voltou a abraçar a foto da esposa falecida.
Catarina desistiu te tentar argumentar e saiu dali triste.
Respirou fundo encostada na porta do lado de fora ela deixou as lagrimas rolarem.
Ao longo dos anos Catarina conseguiu aguentar as ofensas do homem que chamava de pai. Após a morte da esposa ele a chamou de sangue ruim, de adotada, de amaldiçoada. Ela só suportou todas as ofensas se blindando e endurecendo o seu coração. Nas poucas vezes que demonstrava afeto era pra se reaproximar de seu pai. Mas todo o esforço foi em vão.
Catarina guardava tudo para si, e em seu coração ainda pesava a morte de sua querida mãe. A mulher que lhe acolheu com todo amor.
- Catarina? Menina está chorando. (Fala a governanta)
Quando a mulher ia abraça-la Catarina levanta a mão impedindo. Limpa o rosto.
- Estou bem Ilda. Depois mande alguém para limpar o escritório de papai. Acabei tropeçando e derrubei toda a bandeja.
- Vou providenciar outra refeição. Está bem minha querida seu rosto está horrível. Ele te ofendeu de novo? (fala Ilda)
- Hoje foi um dia pesado ele fica triste no aniversario dela. Mas vai passar. Papai não me ofendeu é o jeito dele de lidar com a dor, eu não ligo. Agora vou dormir.
- Bom descanso menina Catarina. (fala Ilda ainda distante dela)
Catarina não queria pena, não queria que os outros a olhassem com pena, aquele olhar de pobre menina adotada sofrida. Ela era mais forte que isso. Ou pelo menos pensava ser.
- Boa noite Ilda.
Do outro lado da cidade.
Um homem falava sozinho a refletir.
- Eu tenho apenas uma meta, conseguir aquelas ações da filha adotiva do meu meio irmão. A garota tem direito a porcentagem que era da mãe. Se eu conseguir as dela ficarei com a maior participação na empresa. (fala o homem bebendo seu drink calmamente no seu escritório)
Alan Maronni queria o poder absoluto e ele iria conseguir a qualquer custo.
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Nota:
** Essa História começa no livro (Confusões de uma Adolescente) a onde se conta um pouco da história de Catarina...
Vamos à continuação...
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Valdenice Oliveira
começando a ler 26/11/2024
acabei de ler confissões de uma adolescente /Heart//Heart//Rose/
2024-11-27
0
Hilda F.P Marchesin
Iniciando Leitura
04/10/2024 08:29 AM
Baixada Santista / SP
2024-10-04
1
Vilma Alice
Começando a ler em 9/9/2024 às 00:25.
2024-09-09
1