Entre o horror e a dor

...Sofia Barcelos...

Parada atrás do bonitão meu coração está acelerado, não consigo parar de pensar em tudo que estava preste a me acontecer nesse beco escuro, eles iriam tirar minha virgindade, roubar minha pureza e de forma tão cruel, como poderia eu imaginar um dia passar por tamanha turbulência.

ainda assustada agarro a camisa do homem que acaba de me salvar, mas agora estamos os dois nessa fria, o homem grita e faz que vem pra cima de nós, seguro mais firme ainda usando o homem como escudo quando ele me diz.

Guilherme - calma moça ele não vai mas te machucar.

penso comigo (como não ele está com uma faca, esse homem tá será doído?)

me tremendo de medo vejo o homem com a faca avançar pra cima de nós, é quando fecho os olhos e quando abro o bonitão está em cima do homem que agora está sendo enforcado pelo bonitão.

me sinto aliviada e ele me pede que chame a polícia, não tenho celular então ele me pede pra pegar o dele no bolso do paletó, pego e logo faço a chamada.

com uma corda que o bonitão achou ali por perto ele amarra o meliante, e vem em minha direção e começa a me avaliar. me olhando de cima a baixo ele tira seu paletó e me diz...

Guilherme - por favor vista isso.

só então me dou conta de que aqueles desgraçados tinham rasgado as minhas roupas, a raiva me sobe e sem pensar chuto aquele maldito que está amarrado no chão.

começo a agradecer e a dizer que se não fosse por ele eles teriam feito muitas coisas desprezíveis comigo. ele me diz que faria isso por qualquer pessoa.

sinto que ele está inquieto talvez essa situação tenha o afetado de alguma forma mas não consigo entender apenas observo.

não demora muito a viatura chega, e o policial me diz que precisa de meu depoimento, fico apreensiva de ir na delegacia mas sei que preciso pra que esses meliantes não façam coisas piores com outras pessoas, o bonitão se ofereceu pra ir junto, o olhei achando estranho mas não recusei e foi aí que ele falou....

Guilherme - a final me chamo Guilherme.

Sofia - me chamo Sofia, obrigada por tudo que fez por mim, não sei o que teria acontecido se não tivesse me visto e me ajudado. ( lágrimas escorrem por minha bochecha)

Guilherme - calma o pior já passou, só precisamos fazer a denuncia contra esses mal feitores.

Eu faço que sim com a cabeça e ele me direciona até seu carro, estranho isso e ele percebe e me diz que tá tudo bem, vamos no seu carro pra que eu me sinta melhor.

chegando na delegacia o policial me cumprimenta e cumprimenta o Guilherme e pra minha surpresa o policial conhece ele, na verdade não só conhece como diz - é muito bom revelo juíz.

então ele é juíz? minha nossa eu quase atropelei com minha bicicleta um juiz. Guilherme diz que também está feliz em revelo e por fim começo a falar tudo que aconteceu naquele beco e o delegado me diz que teria que passar por um exame de corpo de delito para que tenham provas o suficiente para incriminar aqueles trastes que foram presos.

mesmo receosa pelo fato de ter que tirar minhas roupas para fazer o exame vou em direção ao local. chegando lá sou atendida por uma moça e apreensiva pergunto se será uma mulher a me examinar, a moça diz que sim e me sinto mais aliviada.

durante o exame tentei ficar relaxada, pois mesmo que não tenha precisado tirar minha calcinha e sutiã ainda me sinto muito envergonhada, não gosto e nem costumo ficar assim na frente das pessoas. o exame termina e enfim sou liberada pra ir pra casa.

ao sair da sala vejo Guilherme sentado, aparentemente me esperando, fico surpresa de ele ainda está por ali.

Guilherme - Sofia vou levar você pra casa.

Sofia - Guilherme realmente não precisa você já fez muito por mim hoje, não sei como lhe agradecer por tudo.

Guilherme - eu faço questão e afinal você ainda está com suas roupas rasgadas e usando meu paletó. por favor me deixe te ajudar ok

olho para meu corpo e realmente ele tem razão não posso ir assim. principalmente de bicicleta... ( putz minha bicicleta eu larguei ela lá, como pude esquecer)

Sofia - minha bicicleta ela ficou naquele beco.

Guilherme - ah sim, um rapaz que mora ali perto guardou e você pode buscar outra hora.

Sofia - que alívio ela é minha parceira, então vamos você pode me levar em casa e desde já muito obrigada mesmo.

seguimos pro estacionamento e entramos no seu carro que ainda não tinha reparado em como ele era grande e luxuoso.

... Guilherme...

ainda não consigo imaginar como aqueles vagabundos poderiam fazer tamanho mal a Sofia ela é tão jovem e aparentemente tão frágil, esse cara vai ter o que merece e espero muito a ser eu a dar a sentença.

continuo dirigindo em direção a casa da Sofia ela me passou as informações pra chegar lá e então estamos dobrando a esquina quando me deparei com uma ambulância em frente uma pequena vila e muitas pessoas próximas observando o que estava acontecendo.

olhei pra Sofia que parecia ter ficado inquieta e quando eu paro o carro ela logo desce correndo, vejo ela falar com uma mulher e percebo seu desespero. mas o que está acontecendo aqui ??