Um dia após o outro

o dia amanheceu está na hora de dar alô a esse novo dia, me sinto disposta e isso se deve de alguma forma pelo fato de ter visto minha mãe um tanto melhor ontem. sei que não posso ficar tão preocupa e é por isso que decidir viver um dia após o outro.

vou pro banheiro tomar um banho delicioso com água fria pra despertar de vez, visto minha calça jeans e uma blusa de alcinha, e estou pronta pra trabalhar. saio a procura da minha mãe que por sinal está sentada na cozinha com uma xícara de café.

Sofia - bom dia mãe, que cheirinho maravilhoso de café.

Amélia - bom dia minha filha, acabei de fazer, vem senta aqui e tome café comigo, tem bolachas.

Sofia - que bom estou faminta. vou cuidar que tenho que sair logo.

Amélia - tudo bem filha, sabe ia lhe contar que meus remédios estão acabando, não queria incomodar você com essas coisas.

Sofia - tudo bem mãe, não fala assim você sabe que eu faço tudo de bom grado, sabe que é eu e você contra esse mundo inteirinho.

minha mãe sorri e eu também, mas por dentro só eu sei o que tenho passado esses últimos meses que minha vida mudou completamente.

...10 meses antes...

era um fim de tarde e eu vinha chegando em casa da escola, quando antes de abrir a porta ouvi um choro alto e logo me dei conta de que se tratava de minha mãe. Entrei às pressas pra dentro de casa e vi ela desabada no chão, um homem tinha em mãos um papel e ao me ver ele se direciona a saída e antes de sair me diz...

homem - eu sinto muito por sua perda.

o que ?? como assim perda?? fico martelando isso na minha cabeça, até que minha mãe chora mais ainda e eu vou até ela pra ver do que se trata, eu já estou ficando angustiada.

Sofia - calma mãe vem aqui.. pego ela e ponho no sofá e em seguida tento entender o que está acontecendo aqui..

- mãe respira fundo, me diz alguma coisa o que está acontecendo aqui? porque está chorando assim ?

minha mãe me olha com um olhar de profunda tristeza então tenta falar...

Amélia - filha.. filha seu seu pai...

sinto meu coração bater acelerado, e ao mesmo tempo descompassado no peito, um frio me sobe a espinha e um no se forma em minha garganta.

Sofia - aí meu Deus, não me diz que.... isso não é verdade... meu Deus... não (começo a chorar descontroladamente e soluços saem da minha garganta)

Amélia - filha infelizmente seu pai sofreu um acidente juntamente com o senhor torres, um carro ultrapassou o sinal vermelho se chocando contra o carro que seu pai dirigia, infelizmente o baque do lado do motorista foi muito forte e seu pai não resistiu... o senhor torres está internado em estado grave no hospital.

me sinto tonta com tudo que ouvir não acredito que meu pai, meu pai não não não pode ser .. isso não está acontecendo meu Deus porque ? porque ele ? porque agora?? me sinto tonta e minha visão escurece

desperto com algo forte em meu nariz, e vejo minha mãe preocupada tentando me despertar.

Sofia - mãe, por favor diz que isso é um sonho, diz que isso não está acontecendo.

Amélia - calma filha, infelizmente é verdade, temos que ser fortes e apoiar uma a outra nesse momento de tamanha dor pra nós duas.

minha mãe me abraça e eu abraço muito forte buscando apoio.

como meu pai era motorista particular do senhor torres e estava trabalhando acabamos por receber uma recisão devido o acidente.

não era muito e tínhamos algumas dividas a quitar, passou-se 4 meses e minha mãe ainda sofria pelo luto mais começou a sentir umas dores irregulares na região do estômago, foi ao médico fazer uns exames e pra nossa total surpresa e decepção os exames apontaram um câncer em estado avança em seu estômago... nos desesperamos e choramos e mais uma vez senti meu mundo inteiro desabar.

o médico disse que precisava fazer uma cirurgia as pressas pra tentar reverter a situação de minha mãe, mas a fila de espera era grande, não podia esperar tanto por esse motivo o doutor explicou os valores pra fazer a cirurgia particular e foi isso que fizemos com o dinheiro que ainda havia sobrado da indenização de meu pai.

gastamos nossos últimos fundos na cirurgia e acabamos ficando em uma perna justa, mas não poderia correr o risco de perder minha mãe, não enquanto eu ainda poderia fazer alguma coisa pra que isso não acontecesse.

após a cirurgia dela acabei optando por largar os estudos e começar a trabalhar no sinal pra trazer dinheiro pra casa e ajudar com os remédios pro tratamento da minha mãe. não queria ter que parar de estudar estava cursando o 3° ano do ensino médio.. mas amo muito ela e farei tudo que estiver ao meu alcance por ela.