Como não encontrou a amiga, Antônio foi até a cachoeira, e lá encontrou a menina tomando banho junto com os outros meninos! Não entendeu direito por que, mas ficou com raiva dela levar outros meninos para o local preferido dos dois.
Aquele lugar era onde Antônio se desligava do mundo, como se fosse um território apenas dele e de Luci. A relação dos dois não tinha maldade, era moldada pelo amizade de duas crianças que faziam bem uma para outra, mas agora essas crianças estavam crescendo, e nem sempre é fácil essa fase de transição para a adolescência. Diante daquela cena ele ficou ali parado, vendo sua melhor amiga, brincando com os outros meninos, parecia que se divertiam, ela dava muita risada, nadava melhor do que qualquer um deles.
Ver a felicidade da menina naquele lugar, com outros garotos que não ele, fez Antônio se sentir um tolo, por achar que os dois tinham algo especial. Quis ir para casa e deixá-los lá, mas estava tanto tempo sem ver a amiga.
A alegria e a felicidade dela eram combustível para a vida rígida que ele levava, então foi até eles.
Quando Luciana viu o amigo deu pulos de alegria, não acreditava que Antônio estava ali, estavam a tanto tempo sem se ver, ela tinha tanta saudades dele.
- Antônio! Ela gritou.... nadou da cachoeira até a margem, e correu abraçar ele.
- Oi Luciana! Tudo bem! Vejo que você está muito bem né! Falou com um pouco de ciúmes.
- Sim eu estou ótima, melhor agora com você aqui! Falou enquanto abraçava o amigo, sem se importar de estar molhada.
- Calma Luci, vai me molhar todo! Respondeu rindo do jeito espontâneo dela.
Não tinha como ficar bravo com ela, via em seus olhos a alegria que estava sentindo ao vê-lo.
- Venha Antônio, entre aqui conosco! Meninos, esse é nosso mártir. Foi ele quem descobriu esse nosso paraíso! Ele é o motivo de nossa alegria! Falou para os demais meninos que estavam lá.
A menina pegou na mão de Antônio e puxou para ele entrar no rio com eles, a princípio Antônio não quis entrar, preferia estar apenas com Luciana, como sempre foi. Mas ela implorou com aqueles lindos olhos verdes e ele não poderia negar, então tirou a camisa e entrou. Luciana espirrava água nele e dava risada.
- Ah é! Agora você vai ver! Falou Antônio enquanto abraçava Luciana, e se jogava com tudo na água. Os dois caíram e afundaram no rio. Logo emergiram dando muito risada. Então seus olhos se encontraram, um olhar, e um minuto de silencio, tiveram a impressão de estarem sós, e ambos tiveram a mesma sensação de borboletas no estômago. Luciana quebrou o silêncio.
- Duvido você ganhar de mim, quem chegar antes na beira da cachoeira, pega o melhor lugar da pedra.
- Combinado!
- Pedro, você que dá a largada, falou para outro menino que estava lá.
- Ok, se preparem.... um, dois, três e já!
Luciana aprendeu a nadar muito bem, era a mais rápida de todos dali, não foi difícil ganhar de Antônio.
- A discípula supera o mestre, falou Antônio, fazendo referência ao fato de ter sido quem a ensinou a nadar.
Antônio se sentiu bobo por ficar com raiva dela, como ter raiva de alguém como Luciana? Ela era pura vida, pura alegria, puro amor. Passaram um dia muito agradável, Sentaram na pedra preferida dos dois e ficaram olhando os meninos brincar no rio. Luciana falou para Antônio sobre cada um e de como eles eram legais com ela.
A menina era melhore do que todos no futebol, nas bolinhas de gude, no tiro ao alvo, nadando ou correndo. Ela era a melhor entre os moleques. Enquanto ela falava, Antônio ficava hipnotizado por sua beleza, vivacidade e principalmente por sua alegria.
- Luci agora está cada vez mais difícil eu conseguir tempo para vir te ver! Meu pai está cada vez mais enérgico e rígido. Tenho estudado muito, ele criou uma agenda exaustiva de estudos para mim. Fico no colégio interno a maior parte, e nas poucas vezes que venho para a fazenda, ele tem uma programação chata para meu tempo.
- Mas você sempre conseguiu fugir Antônio! Sempre deu um jeito.
- Sim, eu sei disso. Mas antes eu era mais novo, mais criança, e minha mãe sempre me ajudava a fugir. Agora ela anda doente, e meu pai acho que para não pensar na doença dela, tem exigido mais de mim.
- Mas o que a tua mãe tem?
- Não sei direito, eles não me falam nada, mas ela fica mais na cama do que em pé! Está fraca e pálida. Quando chego, sempre está dormindo, e quando consigo falar com ela, conversamos só um pouco e ela volta a dormir.
Enquanto contava a situação da mãe, o menino tinha lágrimas nos olhos, sua mãe era sua ligação com a bondade, amor, caridade e humildade. Não fosse por Anna, Antônio seria um homem frio e sem sentimentos.
A maioria dos homens precisam disso, de alguém para lembrá-los do lado bom da vida, senão eles ficam presos em suas obrigações e responsabilidades e esquecem disso.
- Tudo vai ficar bem Antônio, venha me ver quando puder! Mas não se esqueça que vou estar aqui sempre, e vou orar por você e sua mãe sempre.
Os dois se abraçaram e Antônio foi e desta vez ficou por muito tempo sem vir ver sua pequena Luciana.
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Atualizado até capítulo 50
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