...Capítulo 03...
O continente Swiuria, é dividido em 5 países, sendo os maiores do leste, Eston, país mais conhecido pela agropecuária e no oeste Ekrand, cujo país destaca-se no setor comercial e industrial. No norte há Qrison, conhecida pelo extrativismo na sua capital em Qrólis. No sul, Idulphia, sua capital Sharard é uma cidade portuária.
Ashar e Pliona eram cidades-estados independentes que se unificaram e se tornaram um pequeno país, Vuskos. Hoje é o país mais rico do continente, apesar de ser pequeno em território. Devido a grande circulação de turistas, lá possui grande diversidade cultural. Vuskos é popular pelo comércio e sua capital agora, fica em Ashar.
~ Tempo atual ~
— Saúde, comandante! — Ergue o copo de cerveja para cima, sorridente.
Ele não para de sorrir e repetir a mesma frase. Já é a quinta vez, eu acho, parei de contar na terceira vez. Ele pega o copo, diz a frase e o vira goela abaixo, nem uma gotinha fica. O fígado dele o considera seu pior inimigo, não tenho dúvidas disso.
Ele tem razão em comemorar.
— Saúde, comandante. — Diz, com a voz estridente, o novo integrante do batalhão.
Finalmente voltamos para Qrólis, minha cidade natal. Depois de com sucesso e sem baixas, concluímos uma operação em Sharard que levou dois meses.
Para o novato, foi a primeira missão.
— Saúde Ravi, aqui…bebi isso. — Digo, e o entrego um copo.
— Argh, isso é água 2º comandante. — Diz, fazendo careta.
— Exatamente, dá um descanso para o fígado. E já disse que você pode me chamar de Mark. — Digo, cruzo os braços para parecer durão e arqueio as sobrancelhas.
— Sim! — Faz continência, o que me faz rir.
A comemoração levou mais tempo do que imaginei, ainda tenho outros planos. Fiquei de ir na casa da Anelise, ajudá-la na decoração do aniversário de Ayla. Vamos fazer uma festa surpresa, reservada para os membros da família. Por isso, nossos pais vão ficar com ela, até amanhã. Estou ansioso para ver seu sorriso quando abrir o presente.
Por mais que a missão em Sharard fosse uma operação difícil, eu conseguia manter o contato de vez em quando com a minha família. Por isso, estava por dentro de alguns assuntos familiares nos dois meses que estive fora. Tento ser o menos ausente possível, principalmente por causa de Ayla que é um grude comigo. Mas, muitas vezes, o trabalho precisa de mim ou como dizem, o dever me chama.
Anelise é uma excelente mãe e profissional. Ela atuou em musicais famosos e ganhou o coração de muitas pessoas. Três anos atrás, conheceu Gale. Eles namoraram por dois anos, depois se casaram e passaram a morar juntos.
Gale está em uma viagem de negócios. Então, não poderá ajudar na preparação. Mas ele prometeu que estará aqui no horário do aniversário. Ele devia ter se organizado melhor para poder ajudar na preparação. Anelise deve estar chateada. Ela gosta de fazer as coisas em família e Gale tem se mostrado muito ausente.
O trabalho pode ser imprevisível, não o julgo, pois também sou muito dedicado ao meu.
Quem sou eu para dizer algo?
Meu telefone começa a tocar. Deve ser a Anelise.
Olho para o número e vejo que na verdade é um número desconhecido.
— Alô, quem fala?
— Aqui é o policial Rubens, da delegacia de polícia de Qrólis. Quem fala é o senhor Mark Lewis?
— Ele mesmo.
Sinto meu coração pesado. Parece que engoli mil agulhas.
— O senhor é irmão de Anelise Lewis que mora na Rua Y, número 21?
— Sim, o que está acontecendo? — Pergunto, com a voz alterada.
Tiro o celular do ouvido e procuro em todo canto o cartão do estacionamento, desesperado. Assim que seguro, escorrega e cai no chão. Meus companheiros olham para mim preocupados e param de sorrir.
— Aconteceu alguma coisa, Mark? — Pergunta o comandante do nosso batalhão, Zion.
Coloco o celular no peito para abafar o som.
— Não sei. — Digo, com a voz trêmula. — Preciso ver minha irmã.
— Mark, acalme-se. Você está pálido.
— O que aconteceu?! — Pergunto, agora com o celular de volta no ouvido, para o policial Rubens.
— Senhor, venha o mais rápido possível para o hospital H. É muito delicado para ser dito ao telefone.
A chamada encerra e fico estático por uns minutos com o celular ainda no ouvido.
— Mark! Você não pode dirigir assim. — Avisa, Zion. Ele coloca a mão em meu ombro.
— Eu consigo… — Digo, mas sou interrompido.
— Jack…aqui está o dinheiro para pagar por tudo. — Ele entrega em suas mãos.
— Certo, senhor! — Responde, Jack.
— Vou te acompanhar até o táxi. — Avisa, Zion.
...🔍...
Quando entro na sala, vejo seu corpo e fico em choque. Minha visão está embaçada, não consigo ouvir mais as vozes e eu despenco de joelhos com os olhos cheios de lágrimas ao lado de seu corpo. Ela está deitada na cama hospitalar, coberta por um lençol, exceto o seu rosto.
Cheguei tarde demais.
— Não… — Murmuro. — Não, não, não… — Digo, com a voz embargada. — Não! — A abraço com força e aliso seu cabelo freneticamente.
— Fiz o possível, mas ela perdeu muito sangue… — Informa, o médico. — Vou deixá-lo a sós.
— Abra os olhos, por favor. — Meu rosto encosta no seu e eu não tiro meus olhos dela. — Não é hora de brincar Anelise, hum. — Exigo. — Acorda! Ayla está esperando por você. — Digo, enquanto choro. — Eu estou esperando por você, maninha. — Concluo.
Sem respostas, fico por horas abraçando-a e gritando de dor. Um pedaço da minha alma foi levado neste dia. Não ver aqueles olhos esmeraldas e alegres outra vez, é o mesmo que me tornar uma casca vazia.
— Senhor, precisamos leva…
Eu interrompo o enfermeiro.
— Vocês não vão tirá-la de mim! Não vão!
Não quero deixá-la naquele lugar frio e solitário. Você salvou Ayla e por que eu não consegui fazer isso por você?
— Não, eu não vou sair. — Murmuro, com a voz rouca de tanto gritar.
Meus pais entram e tentam me levar em meio ao choro.
— Vamos filho, por favor! — Pedi, meu pai. Ele repousa sua mão em minhas costas.
Corro de volta em direção a cama e ele me agarra por trás.
— Anelise, abra os olhos! Eu compro suas coisas favoritas!
— Mark! — Implora, minha mãe chorando. — Por favor... — Diz, com a voz frágil e alisa meu braço.
— Mas ela não morreu…
Eles me abraçam, para me confortar. A dor é tanta que fui egoísta a ponto de esquecer que eles estão sofrendo também.
Saí depois de olhá-la pela última vez, através do vidro da porta do quarto.
Faço uma promessa para mim mesmo.
— Quem tiver feito isso vai pagar caro, serei o seu ceifador.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Marcia Almeida
quero ler mais capítulos
2022-05-28
0
Viiih
Nossa, esse capítulo viu…
2022-05-03
6
Rosa Maria Franco
nossa que dó
2022-04-11
4