– Irmãs Magnus.
Cassandra não consegue pensar em algo melhor para se definir, além de fogo e dor, ela adora se aventurar em lugares diferentes, se inturmar em uma briga e causar uma queimadura nas pessoas para deixar sua marca.
Aos auges dos seus dezessete anos, ela se sente segura com seus poderes nas mãos, o calor do seu corpo em contato com as chamas lhe faz bem, lhe liberta.
Cassandra tem um temperamento alto, assim como seu elemento, poucas vezes ela evita confusão, mas mesmo assim é uma boa pessoa.
– [...]
Ainda no mesmo dia, antes de Elizabeth ter sua Aula Compartilhada, Cassandra entra pelo portão da Universidade e corre rapidamente para dentro, indo diretamente até um de seus enormes corredores, subindo as escadas e ficando por lá.
— Vamos ver a aula de hoje...— disse ela se sentando no corredor que dá visão para o Pátio, onde estava começando a aula.
Após os alunos e professores se ajuntarem no Pátio, Cassandra foca em sua irmã e sorri.
As Magnus são muito atenciosas uma nas outras, ver o sorriso no rosto de uma é satisfatório para outra.
A aula foi se passando até que chegou ao fim, Elizabeth de repente cai ao chão enquanto os outros ainda estão acordando do feitiço, Cassandra vendo tudo aquilo desceu as escadas rapidamente e se juntou a irmã, ajudando aa professoras a levarem Elizabeth à enfermeira da Universidade.
Elizabeth, ainda desacordada por motivos desconhecidos, começou a mexer as pontas dos dedos e resmungar.
— hnm... — resmungou virando o rosto.
— Elizabeth? Você tá bem? — Cassandra disse rapidamente após ver que a irmã acordou.
— Oi? — a garota disse de olhos fechados, pouco a pouco abrindo. — Kathryn?
— Não, Elizabeth, sou eu, Cassandra. — ela pegou na mão da irmã.
— Cassandra... — ela sorriu e piscou algumas vezes, se acostumando acostumando com a luz do cômodo. — o que aconteceu?
— Você de repente caiu na Aula Compartilhada e a gente te trouxe pra cá. Você se sente bem? — perguntou preocupada.
— Sim... eu acho. — deu um sorriso desajeitado.
— Bom, eu preciso arrumar algumas coisas, você pode sair quando se sentir melhor, tá bom? — deu um beijo na testa da irmã.
— Tudo bem. Obrigada Cass. — ela agradeceu e esperou sua irmã sair.
"Será que dessa vez estou livre?"
Elizabeth pensou exausta e pôs a mão na testa, sentindo-se bem, logo respirando fundo e se sentando na cama, sentindo a temperatura gelada do chão nos seus pés.
– [...]
Sem querer ir para o quarto, Elizabeth chega na biblioteca e pede um livro à bibliotecária:
— Me passe o livro de Terra e o Fogo, por favor? — disse para a bibliotecária que vive dormindo por causa da poção do sono que Elizabeth lhe deu.
Após pegar o livro, ela o abriu e foi lendo antes de chegar na mesa, lendo ele por um bom período de tempo.
Mesmo após ler muito, Elizabeth ainda se sente confusa sobre seus poderes, ela não se acha o suficiente por ser de Terra, e também pelos traumas de infância, que seus pais lhe causaram.
Elizabeth se compara muito com sua irmã, por ela ser corajosa e forte, e principalmente pelo Fogo, o poder que Elizabeth mais inveja.
Olhando para o nada, a garota avista pernas entrando na biblioteca.
— hum? — resmungou.
Focando na pessoa, ela percebe ser uma menina, que nunca esteve na Universidade, e que olha todas as estantes com livros como se fossem uma coisa de outro mundo, começando a andar entre as fileiras.
Elizabeth se levanta rindo e vai na direção da garota, abandonando seu livro.
— Olá? — ela disse para a garota, que se vira em sua direção assustada.
— Ah! Olá, prazer me chamo Angel Sampaio, sou nova aqui! — sorriu animada. — Tudo bem? — ela deu um sorriso largo e bonito.
— Sim, e com você? — Elizabeth retribuiu a simpatia.
Analisando-a, a garota percebe que não há nada na mãos de Angel.
— Você veio ler?
— Acredito ser por isso que vim até aqui, talvez eu devesse pegar algo… — olhou para os livros confusa do que pegar. — Me recomenda algo relacionado as lendas?
— Claro! — disse gentil e pensou no primeiro livro que veio à mente. — O que acha de “A lenda do século passado”? — Elizabeth a levou para a próxima fileira de livros e o pegou, entregando para a novata. — Quem sabe você me vê dentro desse livro? — a Magnus riu fraco.
— Obrigada, mas, como assim? — perguntou confusa.
— A muitos anos atrás, eu fui uma Bruxa, quem sabe eu esteja aí? — explicou.
— Ah... — ficou surpresa. — entendi...
— Você quer ler agora, ou aproveitar para conhecer seu quarto e o resto? — se referiu ao resto da Universidade.
— Se não for um incômodo me levar até lá, ficaria grata — sorriu.
— Venha. — Elizabeth saiu na frente.
Elas saem da biblioteca e começam a conversar pelos corredores.
— Você tem quantos anos? — a Magnus perguntou.
— Dezesseis, faço dezessete daqui a algumas luas, e você?
— Dezessete, já tenho a minha marca. — disse em ar de superioridade, mas sendo gentil.
— Como foi? Sabe, pra conseguir sua marca? — perguntou atenciosa.
— Foi um ritual… — ela riu irônica enquanto a mais nova a olha confusa. — Não se preocupe, estou brincando, mas tive que passar por todas as minhas gerações anteriores e conseguir pegar minha reencarnação mais marcante, foi legal… — olhou melancólica para o lado. — Gostaria de saber realmente como consegui a minha marca?
— Bom, se possível sim. — sorriu.
— Eu era uma Bruxa, e na aula compartilhada tive que ver aquela noite de novo — levantou a cabeça enquanto ainda anda. — Sinceramente, gostaria de ter os poderes do fogo, mas as reencarnações não ficaram do meu lado. — riu de suas palavras.
— Que legal! E o que mais?
— Fui queimada viva pelos humanos, tentei me soltar de primeira, mas… eu estava muito queimada, eu queria viver, mas não pude.
— Ah... Sinto muito, mas acho que fiquei traumatizada! — riu simpática. — Obrigada por compartilhar suas memórias comigo. — elas sorriem uma para a outra.
— Você ta preparada pra sua reencarnação? — pergunto.
— Sim e não, tenho medo, mas acredito que conseguirei.— sorriu confiante.
— Essa é a minha marca. — Elizabeth levantou a manga de sua blusa no lado direito e mostrou uma lua com símbolos em espiral. — Ela significa a minha noite, a minha noite de dor na Lua Cheia.
— Uau! — ela olha com os olhos brilhando, deveras é bem bonita.
— [...]
Contudo, todo esse tempo onde Elizabeth apresentou a escola a Angel, elas se despedem e a Magnus foi para quarto tomar uma ducha.
Ao chegar no quarto, Elizabeth vai direto ao banheiro, sem se preocupar onde sua irmã está.
Depois de alguns minutos, Elizabeth termina seu banho e escuta uma voz:
— Ruivinha, não pode se esconder de mim… — Cassandra cantarolou pelo quarto, procurando a irmã. — Porque não faz que nem nos velhos tempos, hum? — ela efetuou uma pequena chama em suas mãos. — Elizabeth? Cade você… — disse maligna.
Elizabeth, no banheiro escutando tudo, penteado seu cabelo e rindo, abre a porta e olha para a irmã.
O cheiro da fumaça se estende pelo quarto
— Cuidado para não queimar o quarto, Cassandra. — se escorou na parede e sorriu irônica.
— Até parece que não gosta desse cheiro.
Cassandra gosta de provocar qualquer um com suas falas e jeitos de agir com o fogo.
— Hum? Não, eu não gosto. — disse sarcástica.
Cassandra sorri e chega perto de Elizabeth, assoprando a pequena chama, deixando a fumaça subir.
— O que faz trancafiada neste quarto patético? — olhou a irmã de cima a baixo sorrindo impuramente.
— Não seja assim Cassandra, você já foi melhor! — ela riu de suas caras e bocas. — Eu apenas estava lavando o cabelo, não vê? — aponto-lhe para ele que está molhado.
— Olha só! Aprendeu voltar a se cuidar, essa é a minha Elizabeth! Cansou de ler esses livros bobos? — sentou-se na sua cama.
— Às vezes é bom cuidar do cabelo, ele não é liso como seu! — brincou. — E respondendo sua pergunta, eu apenas estudo muito, Cassandra. — falou alto e com ênfase quando anunciou seu nome.
— Estudar é chato quando se pode praticar! — disse criando novamente chamas em suas mãos.
— E você? O que fazia, antes de vir? — a mais nova perguntou.
— Treinando meu incêndio, mas tem algo de errado… — disse com um tom falso de melancolia.
— Cassandra, se eu pudesse ler pensamentos, adoraria saber o que passa na sua cabeça! — riu e terminou de arrumar o cabelo.
— Se soubesse não estaria aqui.
— Ei! Eu te odeio, mas não é pra tanto! — riu nervosa. — Só ia botar fogo nessa sua roupa ridícula! — disse sincera. — Nenhuma fofoca sobre as garotas novas?
— Tem a Leonor, ela é seca e ainda enfrentou a professora… Coragem! — riu lembrando das atitudes e pensa nos outros. — A Angel, ela é legal, e eu acho que só conheci esses. Sabe que depois que a diretora-geral entrou, a gente não pode mais ver os documentos.
— Sim, infelizmente, mas como a Leonor foi na aula?
— Impressionantemente bem, eu acho. Não sei nada sobre ela, apenas que é da Água, um ponto fraco para você! — ela piscou para a irmã. — Aliás, não quer treinar comigo? Estou sedenta de calor hoje, principalmente nesse frio…
Cassandra sorri animada e se levanta da cama nos pulos, ela adora ouvir isso.
— Vamos descer? Quero ver suas habilidades. — disse Cassandra.
Elizabeth riu e se levantou, dirigindo-se até a porta, abrindo-a e esperando a irmã passar.
Assim que Cassandra passa, as duas seguem juntas até o Campo de Treinamento, onde os alunos ficam quando tem aulas específicas de lutas.
Chegando lá, as duas se posicionam como sempre, uma em frente à outra e dizem o de sempre:
— Pronta? — Cassandra diz e esquenta as mãos. — Machucar ou pegar leve com a realeza?
Elizabeth riu.
— A realeza quer ser machucada, não tenho meus bonecos agora. — se referiu aos soldados.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments