CAPÍTULO 9

Paro quando ouço alguém me chamar , era alguém que me conhecia . Não quero que me vejam assim , ando mais rápido . Sinto uma mão no meu ombro me forçando a parar .

— Chloe . A voz parece familiar , mais eu estou muito desnorteada para associa-la com alguém . Eu me viro , Diogo me vê em um estado deplorável , seu olhar é confuso .

— O que aconteceu com você ?

Desabo novamente , as lágrimas descem fortes . Abraço Diogo , eu não devo mais eu preciso tanto . Ele me abraça devolta . O solto e volto a andar . Não sei oque estou fazendo , mais sei que tenho que ir pra algum lugar .

Não sei se estou seguindo a direção certa . A única coisa que vem na minha mente é Caio , eu falei que não queria matar ele , mas não tenho certeza se conseguiria me segurar o suficiente para não o matar . Eu sou um perigo pra qualquer um , um monstro é isso que eu sou .

Diogo se coloca na minha frente , sem dizer nada apenas me pega pela mão e me leva pra algum lugar .

— Eu sou um monstro . Digo enquanto sorrio em meio lágrimas . Não sei mais oque fazer .

— Você não é . O que aconteceu com a sua testa , tá bem feio .

— Cai .

— Caiu aonde ?

— Casa do Caio .

— Porque ele não limpou isso ?

— Não quero falar sobre isso .

— Foi ele que fez isso ? Ele pergunta assustado .

— Não .

Continuamos o caminho em silêncio .

Chegamos numa casa , um pouco longe da casa do Caio mais não muito . Penso ser a casa do Diogo .

— Sua casa ?

— Não , do Felipe . Olho pra ele , eu não quero ir . E parece que ele entende isso .

— Eu tinha saído daqui quando encontrei com você , é mais perto que a minha . Eu não quero entrar , mas também não quero ir pra casa desse jeito . Olho pro chão , passo a mão no machucado . O sangue está um pouco seco , mais parece que ainda está saindo . Não tenho alternativa .

— Tudo bem . Diogo toca a campainha , minha cabeça dói . Minhas bochechas estão marcadas pelas lágrimas que passaram por elas , eu não preciso me olhar no espelho pra saber que estou um lixo .

Felipe abre a porta , ele não me vê de cara , eu estou mais afastada da porta de cabeça baixa .

— Volto ? Esqueceu alguma co… Chloe ? Ele me viu , droga queria fugir .

— Eu encontrei com ela quando tava voltando pra casa . Vim com ela pra cá .

— Ela tá bem ? Não sei oque Diogo responde , não vejo .

— Vamo entrar . Continuo parada , Diogo me pega pela mão e me leva pra dentro .

Passo pela porta relutante .

— Ela precisa de curativo . Diogo fala .

— Oque aconteceu ? Felipe parece preocupado , ele nem imagina que quem precisa de ajuda não sou eu e sim Caio . Tomara que ele esteja bem . Mesmo ele tendo me traído , me preocupo , principalmente porque foi eu que o machuquei .

— Vou buscar alguma coisa . Felipe saí , não ousei a levantar a cabeça .

— Vou chamar a Jaqueline .

— Não . Falo um pouco mais alto do que queria , olho pra ele .

— Tudo bem . Felipe volta e eu vejo o susto que ele leva ao ver o sangue no meu rosto . Não fala nada depois que olha pra Diogo . Abre uma caixinha e pega algodão , chega perto de mim e eu desvio o olhar .

— Vamos no banheiro . Ele pega a caixinha e coloca o algodão dentro e saí em direção ao banheiro . O sigo e espero que Diogo também o faça .

Lavo o rosto , mas antes me vejo no espelho . O sangue estava na metade do meu rosto o corpo , o corte não está como eu pensava . Me viro pra Felipe , que tinha molhado o algodão em algo. Arde , fecho os olhos com a dor .

— Seria melhor se você fosse no hospital .

Nego com a cabeça . Ele continua , até que esteja tudo limpo . Joga fora o algodão e coloca curativos . Dói bastante , mas já tá bom . Tenho que ir embora e quando meus pais verem isso vão querer me levar no hospital .

Saio do banheiro , seguida por Diogo e Felipe .

— Obrigado . Sorrio em agradecimento , quando já estou na sala , e rumo pra porta de saída .

— Aonde você vai ?

— Preciso ir embora .

— Você não pode ir embora nesse estado . Diogo reclama , eu preciso dar uma explicação . Será que conto a verdade ?

— Eu não posso ficar , ontem dormi fora e tenho que dar explicações pros meus pais .

— A gente também quer ouvir explicações . A gente tá preocupado Chloe .

— Tem alguma coisa haver com oque eu falei do Caio ? Felipe pergunta e eu me viro pra ele .

Confirmo com a cabeça .

— Eu não deveria ter falado . Ele parece arrependido .

— Tudo bem , não tem importância .

— Foi … foi ele que …

— Não . É eu preciso ir embora . Resolvo sair , percebo que as lágrimas estão ameaçando a vir .

— Chloe , o que aconteceu ? Felipe insiste , me irrita um pouco . Então pra pararem de perguntar resolvo falar .

— Oi . Alguém aparece na sala .

— Chloe essa é a minha irmã , Sara essa é a Chloe .

— Eu sei quem ela é , é a namorada do Caio . Ela fala friamente , provavelmente gosta de Caio . Ela saí .

— Vamos pro meu quarto , lá ninguém vai interromper .

No quarto , me sento em uma cadeira afastada da cama que é onde os dois garotos sentaram .

— Vocês já ouviram falar de uma história , de quatro anos atrás , de uma briga que aconteceu do lado de fora da escola . Uma das meninas foi parar no hospital quebrou duas costelas ?

— Não com todos esses detalhes , mais sim . Ouvi dizer que a menina era doida e que saiu da escola logo depois pra ser internada . Mais oque isso tem haver ? Não sabia que eles tinham aumentado tanto a história , mas Diogo pelo visto não tem a menor noção da verdade . Eles entraram na escola depois que isso aconteceu . Da minha sala , só Jaqueline sabe .

— Mas oque vocês acham dessa menina ? Da história ?

— Eu não sei . Mas acho que ela é uma doida mesmo , já que foi internada . Não tem o porque dela ter batido tanto na outra , só porque estava mechendo com ela . Diogo se posiciona .

— Não sei , eu não tava lá pra saber como foi . Gosto da resposta de Felipe , ele não julga sem saber .

— Diogo oque você faria se encontrasse com ela na rua ?

— Sei lá , acho que não daria atenção já que eu não conheço ela .

— Resposta errada . Estou achando a situação divertida , coisa que me deixa alerta .

— Porque errada ?

— Porque você não fez isso . Você pegou essa menina e levou pra casa do seu amigo . Quando termino a frase os dois se assustam .

— Você ?

— Sim . Mas a história que vocês ouviram não é a verdadeira . Eles estão com medo , vejo isso em seus olhos .

— Eu não vô machucar vocês . Eu só quero contar a verdadeira . E eu conto , os dois me ouvem calados .

Conto tudo oque aconteceu na casa do Caio até Diogo me encontrar na rua .

— É isso . Felipe chega perto de mim e me abraça , fico com os olhos marejados .

— Me desculpa Chloe . Diogo fala olhando pro chão .

— Tudo bem . Não tem importância . Falo quando Felipe me solta .

— O Caio tá bem ?

— Acho que sim , depois que ele acordou me expulsou da casa dele .

— Então ele tá bem .

— É , tomara que sim . Me levanto da cadeira e olho pra Felipe que ainda está de pé .

— Obrigado , agradeço a vocês dois . Os dois veem e me abraçam .

— Eu vou embora agora , meus pais já devem tá uma fera . Sorrio pra aliviar a tristeza que paira no ar .

— Eu vou com você .

— Não precisa Felipe .

— Eu faço questão .

— Tudo bem então .

Saímos todos da casa de Felipe , Diogo foi embora e Felipe vêm comigo .

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