Um caos

A casa estava de pernas para o ar, sapatos e saltos espalhados pela escada, um carro no meio do jardim, várias garrafas de bebidas alcoólicas na beira da piscina, com o tanto de álcool que consumiram era de surpreender que ninguém tivesse se afogado. Os pais de Jake, Sr. E Sra. Collins chegaram de surpresa e a situação da casa já não era novidade para eles, seu filhinho não mudaria nunca, assim pensavam. Evan achava o filho impossível, não sabia o que queria para vida além de farra e já era um adulto, estava na hora das coisas mudarem por ali.

Evan pula os degraus em direção ao quarto de Jake, abre a porta e se depara com ele dormindo, metade de seu corpo para fora da cama, Jason jogado no sofá com alguma garota e uma segunda garota ficou na ponta da cama. Certamente pelo estado em que estavam não lembrariam da noite passada.

Ele acende as luzes fazendo a escuridão do blackout desaparecer, a claridade parecia cegar os olhos sensíveis deles. As meninas se apressam em vestir-se, Jason e Jake dão um pulo assustados e ao olharem em direção a porta o vêem parado com os braços cruzados, balançava a cabeça negativamente.

Jason: Titio, Que bom revê-lo. - Diz com a maior cara de pau.

Evan: Não sei se posso dizer o mesmo perante a situação em que estão.

Jake: Oi, pai. Cadê a mamãe?

Evan: Não pense que ela vai te livrar de uns sermões desta vez. Graças a Deus ela preferiu ir relaxar num banho e não viu essa cena indecente. Já passa das 11h, o almoço vai ser servido.

Jason: Isso! Comida é o que precisamos e um bom remédio, minha cabeça está explodindo. -Ele sai com as mão na testa.

Jake: Eu vou me ajeitar.

Evan: Escute, filho. Temos alguns assuntos pendentes, vamos conversar logo.

Jake: Sério que vai vim com esse papo de divórcio novamente?

Evan: Não fuja, você é um homem e deve entender.

Jake: E vocês são maduros demais para se resolverem.

Ele dá as costas e sai deixando um completo silêncio. Depois de meia hora Jake desce a escada todo arrumado, o aroma do perfume tomava o ar enquanto ia passando. A mesa estava farta, as meninas juntaram-se a mesa também o que deixou Mary furiosa, ela não ligava de receber uma ficante do filho, mas naquelas condições era vergonhoso. Mary nunca se simpatizou com nenhuma, sabia que elas só queriam se aproveitar do status e nome da família.

Jason fazia uma piada para tentar aliviar o clima, mas seu tio estava tão furioso que não conseguia nem levantar os olhos para os que ali estavam.

Mary: Quero ouvir das meninas como foi a noite.

Garota 1: Dançamos muito e bebemos além da conta.

Evan: Como se fosse novidade.

Mary: E você como conheceu o Jake? -Ela olha em direção a segunda, a menina não parava de encarar Jake.

Garota 2: Eu o vi perto do bar, mas não consegui nada. Ele é bem difícil e charmoso, isso me atrai.

Jason: Difícil ou apaixonado? - Diz rindo enquanto lembrava as falas de Jake.

**Jake: Cala a boca, Jason!

Mary: apaixonado**? - Ela abre um grande sorriso e eleva as mãos a boca surpresa.

**Evan: Se estivesse não dormiria com ninguém.

Garota 2: Não se preocupe, não rolou nada. Ele foi gentil até, só me pagou algumas bebidas. E ficamos tão bêbados que dormimos depois de sair da piscina.... inclusive, acho que perdi meu sutiã lá**. - Ela se retira da mesa e logo atrás vai a amiga.

Mary: Então não rolou nada mesmo? Você está gostando de alguém?

Jake: Não, mãe. Para as duas perguntas.

Jason: Está sim, eu ouvi falando no celular o quanto a queria.

Mary: Podemos conhecê-la?

Jake: Impossível, eu mesmo não a conheço.

Evan: Um relacionamento sério vai ser bom para você criar juízo, se for possível isso acontecer.

Mary: Chega Evan. Não arruma briga, acabamos de chegar.

Evan: Ele tem que amadurecer, virar um homem de responsabilidade.

Jake: Homem de responsabilidade? Quer dizer igual a você ? prometer uma vida linda, um casamento perfeito e depois o quê? Trair! Porque é isso o que você fez, jogou fora todos os anos que tiveram juntos por uma mísera noite. Não me diz o que fazer da minha vida Sr. Evan Collins, quando você mesmo não sabe ajeitar a sua.

Ele levanta da mesa furioso e vai até a porta da frente. Todos ficam na mesa perplexos com a atitude dele. Jake estava de cabeça quente, não aprovava o comportamento do pai, mas também não queria vê-los se divorciaram, não queria ter sua vida mudada bruscamente, parecia um balde de água fria jogado em sua cabeça, sabia que não podia mudar o pensamento deles e odiava a sensação.

Dirige sem rumo, ficava dando voltas e voltas sem destino até que em um momento impensável ele estaciona em frente a loja dela. Ele a vê sorrindo enquanto atendia um cliente.Ela era tão linda, seus cabelos longos e pretos que nem o escuro da noite, simpática, inteligente e interessante, muitas coisas nela chamava sua atenção, era diferente de todas as outras que já ficou.

Não sabia o motivo de ter ido até ali, estava tudo muito confuso nos último dias, só pensava em Jane e como queria tê-la por perto. Jake coloca as mãos no volante pensando em dar partida antes que ela o visse, mas já era tarde. Seus olhos se encontraram, Jake sente seus batimentos aumentar, ela acena com a mão em cumprimento e dá seu belo sorriso, caminha até a porta e sai.

**Jane: Oi, pretende ficar aí só espionando?

Jake: E.. e .. eu não estava.

Jane: Estou brincando. O que lhe trouxe aqui desta vez, eu perdi algo** ?

Jake suspira tentando achar uma resposta, mas fica mais frustado, ela parece entender que tinha algo rolando.

**Jane: você quer conversar?

Jake: Não quero te atrapalhar e também não acho que seu pai permitiria eu te roubar por um tempo**.

Eles olham para dentro e vêem Sr. Estevão os observando.

Jane: Tudo bem, ele não morde. - Pede um minuto e dá as costas, logo volta com sua bolsa.

**Jake: Foi tão fácil assim?

Jane: Eu sou uma boa filha tá e sei como convencê-lo.

Jake: Isso não está cheirando coisa boa.

Jane: Relaxa, você só tem que comparecer a um jantar amanhã.

Jake: O quê**? - Ele arregala os olhos.

Jane: Ele só precisa te conhecer melhor, gosta de saber se é confiável essa nossa amizade. - segura nas mãos dele o fazendo relaxar. Jake sente um arrepio subir pelo seu corpo, o toque dela era tão macio e trazia alívio, um desejo de beija-la o consumia.

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