continuação

Havia um lago com lindos cisnes em frente ao restaurante que escolheram, era um lugar estilo rústico com mesas e cadeiras de madeira pura. Uma música tocava de fundo, apesar de estar cheio ainda estava silencioso, era muito aconchegante, um lugar perfeito para casais conversarem.

Jane olhava pela janela algumas crianças brincando enquanto os pais ficavam sentados no banco conversando, ela busca assunto para conhecê-lo melhor.

**Jane: Na noite passada eu falei mais de mim, me conte sobre você.

Jake: Não há muito o que dizer.

Jane: mesmo assim eu quero saber.

Jake: Tudo bem. Minha infância não foi das melhores, sabe? meus pais vivem viajando e até hoje é assim, se passo um dia da minha vida com eles é muito. Minha casa é grande o suficiente para 500 pessoas, meus empregados são minha família, a governanta Andy é como se fosse minha mãe, Albert o mordomo me ensinou como se tornar um homem. Posso levar uma fama ruim na boca dos outros, mas a verdade é que a curtição, as baladas e bebedeira me fazem esquecer quem realmente sou.

Jane: Tudo bem, eu não me importo com o quê você era ou é, mas só você pode mudar isso de agora em diante.

Jake: Eu posso lhe decepcionar.

Jane: Aí eu quem irei escolher se me afeta ou não.

Jake: Pelo pouco que sei você perdoa todos.

Jane: Depende da situação, se for me desrespeitar é melhor me distanciar.

Jake: Ele fez isso?

Jane: Ele?

Jake: Seu ex.

Jane: Ainda não estou pronta para falar.

Jake: Tudo bem, no seu tempo**.

Após almoçarem eles caminham de volta a loja. Jane criava coragem para fazer uma pergunta que poderia mudar o comportamento dele.

Jane: Você tem fé?

Ele a olha pensativo.

Jake: Não.

ela procura o que dizer.

Jake: Está de boa. Quando criança eu pedia tanto que meus pais estivesse em casa comigo, queria que Deus me ouvisse. Ansiava por uma família normal e nunca fui atendido, me tornei descrente.

Jane: Deus não tem culpa de nossos atos, eu sei que está decepcionado, mas deve liberar o perdão para se sentir livre.

Jake: Poderíamos não falar disso? Eu vou respeitar sua crença desde que respeite minha decisão.

Jane: Ok, não direi mais nada a respeito.

Chegam em frente a loja e observam dona Helena os espionando pela janela. Eles acham graça quando ela percebe que é descoberta. Se despedem formalmente, Jane lhe da seu número e agradece pelo dia, ela entra deixando ele a observando pelas costas, sente-se corar.

Sr. Estevão já está de prontidão esperando ela entrar.

**Estevão: Por onde andaram?

Jane: Andamos um pouco antes de voltarmos.

Helena: Ah homem! deixa a menina viver.

Estevão: E se ela se envolver demais, esse rapaz não parece sério. Você viu o relógio em seu pulso? custa mais que nossa casa.

Jane: Não se preocupe, papai. Jake e eu somos apenas amigos.

Estevão: Bom mesmo minha filha, Deus é testemunha do que faço se ele tentar se aproveitar de você.

Helena: Deixa as coisas ir com calma, se forem para ficarem juntos vai acontecer**.

As horas passam num piscar de olhos, eles ajeitam as prateleiras organizando tudo o que estava fora do lugar, varrem a poeira para fora. Helena começa sentir dores em sua perna por conta dos esforços, ela e seu marido vão para casa primeiro e deixa Jane terminando.

Quando rodava a chave percebeu pelo reflexo da porta de vidro alguém se aproximando.

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Parado do outro lado da rua, observava por trás de uma árvore. O rapaz que estava na companhia dela na outra noite, parou ao lado e anotou algo em seu celular e se despediu. Seu sangue fervia ao ver aquela cena, só faltava ele a beijar, o que faria perder a cabeça ali mesmo.

Anoiteceu, os pais dela tinham saído um pouco antes, quando a viu sair e trancar a porta atravessou a via e se aproximou fazendo-a se assustar com a sua sombra.

**Jane: Aí meu Deus!

Flávio: Desculpe, não quis te assustar.

Jane: O que você está fazendo aqui?

Flávio: Queria dizer um oi, ficamos tanto tempo sem nos vermos e ontem não tive a chance.

Jane: Olá, agora já pode ir.

Flávio: Calma, eu só quero saber como está.

Jane: Estou ótima, não morri por sua causa, satisfeito?

Flávio: Me perdoa Jane, eu fui um idiota e não deveria ter lhe tratado daquela forma.

Jane: Já passou, mas não se aproxime de mim novamente**.

ela dá as costas

**Flávio: É por causa dele não é?

Jane: Dele quem?