A viagem de avião durava horas, parecia uma eternidade. Em pouco tempo, adormeci.
De repente, o cenário muda totalmente. Lá estava eu, num dia normal, na escola. Todos agiam como se não tivesse acontecido nada.
"Amiga!" -a Amanda vem na minha direção -"Credo que cara pálida. Tá tudo bem?" -ela me olha com preocupação.
"Ahn... sim, eu só tive um sonho estranho." -respondo cada vez mais confusa.
"Sonho? Que sonho?" -a curiosidade estava marcada em seu rosto.
"Sonhei que eu estava indo a..." -ela me interrompe:
"Olha lá! O Bruno!" -ela me olha animada -"Depois você conta o sonho, vai falar com ele!" -sou empurrada na direção do Bruno que me olha um pouco confuso.
"Bom dia, Nath. Tudo bem? Você apareceu aí do nada, o assunto é sério?" -ele para por um instante -"Ah... Já sei, sabe a resposta daquela pergunta?" -ele desvia o olhar.
"Se tudo aquilo foi um sonho, então posso aceitar namorar com ele!" -pensei animada.
"Sim, Bruno!" -eu o abraço cheia de animação -"Sempre te amei, só não tive coragem de te dizer..."
Ele se solta do meu abraço, segura levemente meu queixo e ergue meu rosto para olhar nos meus olhos. Sinto sua respiração quente no meu rosto, estávamos muito próximos, o que me causava arrepios.
"Esperei muito por isso, Nath..." -ele diz quase cochichando.
Na distância em que estávamos agora, qualquer palavra dita era suficiente para nossos lábios se tocarem. Fecho meus olhos, esperando o toque suave dos lábios dele nos meus. Mas ao envés disso, uma voz distante me chamava, ficando cada vez mais alta: "Nath... Nath.. Nath!"
Acordo assustada, procurando em minha volta pelo Bruno, mas sou tomada pela realidade quando vejo a minha mãe.
"Ah, sim, mãe?" -respondo um pouco decepcionada.
"Estamos chegando, meu amor." -ela segura minha mão em um ato de carinho -"Se prepare para conhecer Portugal!"
"Já amanheceu?" -perguntei -"Que horas são?"
"Se a gente ainda estivesse no Brasil, seriam umas 9 horas da manhã, mas aqui em Portugal é..." -ela liga seu celular e verifica o horário -"13 horas."
"Ok, obrigada, mãe." -ela sorri gentilmente, como sempre faz.
"Está com fome?"
"Sim, um pouco."
"Vou chamar a aeromoça pra trazer um café pra gente." -aceno que sim com a cabeça.
Ela chama a aeromoça que a responde dizendo que logo traria café e pão. Enquanto isso, observo pela janela do avião a vista de Portugal. Logo estaríamos na capital e não me animava muito, já que veria mais meus amigos e o Bruno.
"Ainda posso conhecer gente nova... pode ser que eu me divirta." -pensei tentando ser positiva.
Minha mãe e eu tomamos o café enquanto conversávamos com meu pai e minha irmã. Ainda assim, sentia-me distante. Queria poder ver o Bruno uma última vez e dizer que não o ignorei porque senti vontade e sim porque achei melhor.
Tomo meu café e me levanto para ir ao banheiro localizado no fundo do avião, assim proveito para lavar meu rosto e pentear o cabelo. Depois, volto ao meu assento e coloco meus fones de ouvido. Um bom tempo depois, o piloto anuncia que logo estaríamos na capital de Portugal, Lisboa. Sinto, novamente, um desconforto por conta da pressão do ar e, finalmente, estávamos no chão. Meu pai chama um táxi com o celular que, sem muita demora, chega e nos leva até o apartamento. Ouço meus pais falarem sobre o apartamento, é pequeno mas é bonito. Minha mãe aponta para fora da janela do carro e pergunta ao meu pai se é aquele o apartamento. Tento ver melhor o edifício para o qual a minha mãe apontava e logo concluí que não decepcionou minhas expectativas.
O motorista estaciona logo em frente ao prédio e meus pais retiram as malas do carro. Meu pai paga o motorista e ele vai embora.
Subimos algumas escadas até chegar no apartamento de número 23. A porta era feita de madeira escura e a maçaneta de metal.
Abrindo a porta, podia ver as paredes tingidas num tom branco, o chão era amadeirado, a cuba das pias da cozinha e do banheiro eram de mármore. No apartamento já havia um armário de inox na parede da cozinha, um sofá almofadado na sala e camas nos quartos dos meus pais e no meu (terei que dividi-lo com a Rebeca). O lugar cheirava à poeira.
Passamos o dia todo organizando nossos pertences no apartamento, apenas parando para almoçar. Quando acabamos já era tarde para sair. Eu me sentia exausta, mal consegui jantar. Só pensava em dormir.
E assim foi meu primeiro dia em Portugal. Empolgante, não é?
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Mia Connolly
bom😍
2022-08-07
1
Paulo St
bem legal
2022-07-26
1
jojo0609
muito empolgante
2022-07-22
1