— Mas onde fica isso? — perguntei sem fazer a mínima ideia do lugar onde ela se referia.
— Vou com você até lá, minha filha, o bloco B1 fica no segundo piso.
Enquanto subíamos, fiquei horrorizada com toda aquela bagunça, eu, que já estava nervosa, fiquei ainda mais ao me deparar com uma turma cheia de estranhos, entre eles, alguns casais que pareciam estar em qualquer lugar menos em um colégio.
— Credo, que lugar é esse? Isso não parece um lugar de estudar e sim de namorar, por onde olho tem alguém quase devorando alguém.
Entre os bagunceiros e os Don Juan, estava o garoto maluco que me atropelou acompanhado de duas moças, as quais certamente seriam suas conquistas. Eduardo é um rapazinho moreno claro com dezoito anos, também cursando o 2° ano do ensino médio, um dos garotos mais populares da escola, não queria nada com nada, só se importava com seus cabelos caídos sobre a testa, filho único, vindo de uma família bem-sucedida, mais conhecido como Edu pelos seus amigos, a vida para ele parecia uma farra eterna, um verdadeiro filhinho de papai. Fui passando por eles totalmente séria quando desviei meu olhar ao ouvir alguém falando.
— Aquela dali que é a ceguinha que você quase matou, Edu?
— É sim! — Eduardo respondeu, se virando e me encarando nos olhos. — Gostosinha ela, essa eu pego — falou Fabrício, e todos riram com as gracinhas dele, enquanto isso o babaca me acompanhava com os olhos até virar no corredor.
— Finalmente chegamos à sua sala, é aqui, minha querida, pode entrar.
Meio acanhada, agradeci à secretária e entrei, procurando o lugar mais reservado para me sentar, então tocou o sinal e a turma foi entrando na sala com grande euforia, uma bagunça sem igual que cessou com um tremendo berro da professora:
— Silêncio! Bom dia a todos, vamos começar.
Nesse momento entra o garoto com duas de suas amiguinhas cheias de risos.
— Não sem a gente, né, tia?
— Não se vocês chegarem na hora certa não é, Sr. Eduardo? Anda, entrem logo vocês três e vão para os seus lugares.
E assim se deu o início das aulas, com ele e seus amigos sendo o centro das atenções todo o tempo até o final, entediada, olhei para o relógio. ‘Graças a Deus, está chegando ao fim da aula, não aguento mais ficar aqui’. Respirei fundo no momento em que arrumava meu material para finalmente sair daquele hospício e ir embora.
FABRÍCIO
— Oi, novinha, e aí o que achou da nossa escola? Está gostando? — falou o mesmo garoto que fez aquela piadinha, já com as mãos sobre a minha mesa.
— Oi, lógico que sim, não é exatamente o que eu gostaria, mas está bom — respondi a ele, sem deixar transparecer nervosismo.
— Como é seu nome, gata? Espera aí, vamos fazer do jeito certo. Muito prazer, meu nome é Fabrício, e o seu?
Nesse momento o sinal toca para o meu alívio.
— Me chamo Gabriella, e estou louca para ir embora, me dá licença, por favor — falei, já me levantando e saindo, louca para chegar em casa. Infelizmente para o meu desespero, ao chegar do lado de fora, me dei conta que não sabia voltar sozinha. — Ai meu Deus, como vou fazer agora? Me ilumina, mãezinha, não sei como ir pra casa. — Sentei-me no meio-fio da calçada com as mãos sobre o rosto, totalmente sem direção.
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Atualizado até capítulo 69
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