Ouço a minha irmã batendo na porta.
— Gaby, está tudo bem? Amanhã bem cedo vou sair com a nova vizinha, ela é filha da Sra. Ofélia, a dona da casa, vai me levar para fazer sua matrícula no novo Colégio.
— Que droga, ainda tem mais essa!
Eu, completamente deslocada com toda essa mudança, caí para trás ao perceber que o que estava ruim, ainda podia ficar pior. No dia seguinte, Marina saiu bem cedo e após algumas horas voltou com a notícia de que eu estava matriculada e poderia ir à escola já na próxima aula, para o meu desespero, é lógico. O inevitável aconteceu, meu primeiro dia de aula chegou, logo ao amanhecer ouço Soraya batendo na porta do quarto esbravejando.
— Gabriella, Gabriella, quer fazer o favor de acordar?! Hoje você tem que sair mais cedo!
— Nossa, calma, Soraya, já vou, não precisa fazer esse escândalo todo.
— Precisa sim, já que você não sabe dar um passo na frente do nariz, não sabe nem como ir à esquina sozinha! Anda rápido que seu pai vai hoje com você e de lá vai para o serviço dele, vem logo que ele disse que não pode demorar, no novo trabalho os patrões são enjoados e não admitem atrasos dos funcionários. Estamos te esperando aqui na cozinha, vê se não fica enrolando.
— Tá bom, tá bom! — respondo, ainda meio sonolenta.
Embarquei naquela correria e levantei-me em um pulo, afinal não sabia o que era pior, enfrentar o desafio de encarar a nova escola ou ficar ouvindo Soraya tão cedo cheia de seu mau-humor.
— Estou pronta, pai, vamos?
— Sim minha princesa, vamos.
Durante o percurso para escola, mil e uma coisas passavam pela minha cabeça sobre meu primeiro dia de aula.
— Ai, mãezinha, como serão as pessoas nessa escola? Será que vou conseguir falar com eles? Ou será que vão me ignorar? E se fizerem piadinhas comigo? Ai, meu Deus!
Insegura com o novo ritmo que minha vida estava tomando, temia o que ainda estava por vir, fui me aproximando da escola com lágrimas nos olhos, tudo que eu não queria era ficar nesse lugar, queria apenas minha velha vida de volta. Ao chegarmos, meu pai disse:
— Filha, até aqui eu posso ir com você, agora é contigo.
— Tudo bem, pai, tchau — respondi cabisbaixa.
Ele me dá um breve beijo na testa e parte para o trabalho, me deixando na porta de entrada, olhava boquiaberta a imensidão daquele lugar, no momento em que fui atropelada por um rapazinho.
— Desculpa, moça, foi sem querer, você está bem, se machucou? — perguntou o garoto, no momento em que me ajudava a levantar do chão.
— Tudo bem! Não foi nada, eu estava distraída e não percebi que você vinha — falei, já saindo à procura da secretaria. Já ao entrar para pedir informações, uma amável senhora me atendeu, percebendo meu desconforto.
— Bom dia, minha querida, no que posso te ajudar?
— Bom dia, senhora, hoje é meu primeiro dia de aula aqui e não conheço nada neste lugar, será que pode me ajudar?
— Sim, meu anjo, como você se chama?
— Meu nome é Gabriella. — Acho que falei com a voz tão trêmula e baixa que ela quase não ouviu.
— Calma, minha filha, não fique tão nervosa, vamos até minha sala para que eu possa olhar na sua matrícula, assim saberemos onde é sua sala. A senhorinha olhou minha pasta e logo disse. — Pronto, minha linda, já resolvemos seu problema, sua sala fica no bloco B1.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Paula Marques
irmã dela
2023-02-25
1
Conceição Andrade
Quem é Marina?
2022-07-28
2