Annie

120 anos depois...

-Pai, o rebanho já está no curral.

-Obrigada Annie!

Depois que sua mãe faleceu, Annie e seu pai passaram a viver juntos um pouco longe da cidade de seu reino, próximo a estrada que dá acesso a ela. Lá eles consumiam o que plantavam e cuidavam. Apesar da simplicidade, os dois eram muito felizes com o que tinham.

A noite já se aproximava e os dois estavam dentro de casa.

-Annie você pode buscar um pouco de água no poço para mim.

-Vou agora mesmo pai.

-Não demore, está escurecendo.

-Sim senhor.

O poço ficava alguns metros da casa, próximo a colina, que separava a casa da floresta que existia ao redor do reino.

De repente Annie escuta um galho estalando, como quando alguém pisa em cima. Ela olha ao redor e não vê ninguém.

-Tem alguém ai?

Ela não ouve mais nada e resolve continuar o que fazia. Ao retornar para casa, a lua já se encontrava alta no céu, cobrindo as colinas com sua luz como se fosse um véu.

Annie é distraída de sua admiração quando percebe que alguém se aproxima. Ela solta o balde e começa correr em direção a sua casa, mas ela só consegue dar mais alguns passos até ser agarrada por trás.

-Shiiii, se você gritar, seu pai vai morrer.

O homem dizia isso segurando a boca de Annie com uma das mãos e mantinha a outra ao redor de sua cintura, prendendo seus braços. Ele remove a mão que cobria a boca.

-O que você quer?

-Isso vai doer um pouco.

O homem volta a segurar a boca de Annie e crava os dentes em seu pescoço. Ela grita de dor e ele volta a cobrir sua boca. Alguns segundos depois ele a solta e ela cai no chão desmaiada.

Annie acorda de madrugada em sua cama.

-Ai minha cabeça! O que está... Como eu cheguei aqui... Pai? Pai!

Ela sai do quarto com medo do que pode ter acontecido com seu pai, mas o encontra na sala sentado e o homem que lhe atacou horas atrás encostado em uma das paredes da casa.

-Pai! Você está bem?

Ela corre em direção a ele e o abraça. Ela olha para o homem.

-Você me atacou ontem a noite! Pai esse homem...

Ele a interrompe.

-Eu sei filha.

-Sabe? Sabe exatamente o que?

Com a voz triste seu pai anuncia:

-Filha você tem que ir com ele.

-O que? Eu não vou com esse homem a lugar nenhum.

Ela se levanta.

-Vá embora da nossa casa! Nos deixe em paz!

O homem se aproxima de Annie com passos lentos, olha nos olhos dela e diz:

-Eu não sou um homem.

Imediatamente Annie se recorda do ocorrido e coloca a mão em seu pescoço ainda dolorido.

-Você...você me mordeu?! O que você é?

-Acho que quer saber o que NÓS somos agora, não é?

Ela se afasta com medo.

-Nós somos vampiros.

Ele fala com uma cara de satisfação no rosto. Annie não consegue acreditar no que acabou de ouvir.

-O que você fez comigo? Isso não existe.

-Você tem que vir comigo ou seu pai não vai sobreviver.

-Sobreviver a que?

-A você.

-Eu jamais machucaria meu pai.

-É mesmo?

O homem se aproxima do pai de Annie e lhe faz um corte em uma das mãos, o suficiente para o sangue pingar no chão da casa.

A garganta de Annie começa a arder desejando o sangue que escorria pela mão de seu pai.

-O que é isso? Você me transformou em um monstro!

Annie sai correndo de dentro de casa tentando pensar em outra coisa que não seja sangue. O vampiro vai atrás dela.

-Você tem que se alimentar de algo se não vai morrer em algumas horas.

-Eu não vou machucar meu pai!

-Coma outra coisa então.

Ele aponta para uma das cabras do rebanho.

-Eu não vou comer nada! O que você quer?

-Você tem que vir comigo.

-Já disse que não vou a lugar nenhum com você!

-Isso não é uma escolha sua. Se você não for comigo seu pai morrerá, é isso que você quer?

-Tenho que ir com você para onde? Por que eu?

-Talvez eu conte no caminho, agora é melhor irmos antes que amanheça.

Sem mais opções, Annie caminha em direção a sua casa para se despedir de seu pai.

-Pegue apenas suas roupas! Vou te esperar aqui fora.

Ela consente com a cabeça e entra dentro da casa. Enquanto envolve o ferimento de seu pai com um pano, ela diz:

-Pai, o senhor conhece esse homem? Por que quer que eu vá com ele?

-Eu nunca o tinha visto antes. Ele me ameaçou filha, mas disse que vai cuidar de você. Desde que esteja bem eu também estarei querida.

Os dois se abraçam. Annie começa a chorar.

-Eu voltarei para ficar com você novamente. Espere por mim, está bem?

-Sempre esperarei.

Ela olha nos olhos de seu pai procurando gravar cada detalhe de seu rosto e sai de casa.

Inspiração para Annie

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

linda história a anne é linda

2024-02-29

1

Vitoria Feitosa

Vitoria Feitosa

💖💖💖

2020-10-28

1

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