Ela hesitou por alguns segundos e então tocou na árvore. Uma senhora bem velha encapuzada saiu por detrás da árvore e disse:
-Parece que você deseja seguir os passos de sua mãe.
-Quem é você?
-Não importa quem eu sou, mas sim o que você deseja. Está disposta a qualquer coisa pela sua felicidade?
Cecília pondera por alguns segundos mas responde com ímpeto.
-Sim, eu preciso...
-Eu sei do que você precisa, mas tem um preço a ser pago.
-O que eu devo fazer?
-Um sacrifício, você deve trazer alguém aqui a noite e ele deve morrer para que você seja feliz.
-Morrer? Eu jamais mataria alguém!
-Sua mãe recebeu o que queria mas não cumpriu a parte dela do acordo, por isso teve um fim tão trágico.
-Minha mãe...
Cecília não sabia o que pensar. O preço era muito alto e estava disposta a recusar quando a velha lhe disse:
-Como prova de que realizarei seus desejos, de agora até pouco antes do início do seu casamento você terá uma prova do que deseja, mas minha proposta encerra a meia noite. Faça bom proveito.
A velha passou por detrás da árvore e sumiu. O ambiente voltou ao normal e Cecília voltou para casa pensando em tudo que tinha vivido nesses últimos minutos, sem saber o que iria fazer.
Ao chegar em casa seu pai lhe diz:
-Bom dia minha filha, onde você estava? Venha tomar café com seu pai.
-Eu fui à floresta...
-Tudo bem, o que importa é que você está aqui. Hoje é o seu grande dia, peça o que quiser que se estiver ao meu alcance lhe darei.
Fazia tempo que Cecília não era tão bem tratada assim por seu pai, pelo menos não depois que ele descobriu o que ela vinha fazendo escondido.
-Não desejo nada meu pai, só quero ficar sozinha. O senhor se importa se eu der uma volta com o cavalo?
-Não, inclusive vou preparar a sela para você agora mesmo, enquanto você se alimenta.
O pai dela se coloca ao seu lado.
-Me desculpe pelo que eu disse ontem, eu só quero que você seja feliz minha filha.
-Oh pai.
Os dois se emocionam e se abraçam.
-Vou preparar a cela e comprar algumas uvas já que são suas frutas favoritas.
-Obrigada pai.
Assim que ele sai do ambiente, Cecília se lembra do que a velha havia lhe dito alguns minutos atrás e começa a refletir sobre a proposta enquanto come. Apesar de tudo ela sabia que o preço ainda era muito alto e estava decidida a recusar.
Assim que terminou de se alimentar, pegou o cavalo e foi em direção às planícies. A paisagem era de tirar o fôlego, era o seu santo remédio para esquecer os problemas. Entre as planícies e a floresta haviam frondosas árvores, Cecília resolveu sentar junto ao tronco de uma delas. Enquanto a brisa acariciava seu rosto suavemente, ela fechou os olhos para sentir mais intensamente. Ao abrí-los novamente avistou ao longe a silhueta de um homem que vinha em sua direção, ela não podia acreditar no que via...
-Gawain?! Como me encontrou? O que está fazendo aqui?
-O casamento vai ser hoje não é?
-Sim.
Gawain olha profundamente nos olhos de Cecília e segura as duas mãos dela.
-Eu não posso deixar vocês se casarem. Eu ainda amo você, sei que fui rude anteriormente, mas por favor me perdoe.
Cecília se emociona e começa a chorar.
- É claro que perdoo, nunca deixei de te amar.
Gawain toma Cecília em seus braços e a beija com muito vigor. Eles passam o resto da manhã juntos.
-O que faremos? Eu não quero me casar com o Geofrey.
-Eu queria que tivesse um jeito de ficarmos juntos, eu pagaria qualquer preço por nós dois.
Ao ouvir isso, imediatamente Cecília se lembra do que a senhora lhe disse e rapidamente se põe de pé.
-Meu amor, acho que tem um jeito.
-Qual?
-Encontre o seu irmão e traga-o à entrada da floresta, eu encontro vocês lá.
-Mas o que eu digo para ele?
-Invente uma desculpa, não sei, mas leve-o até lá.
-Está bem.
Cecília se deixou levar pela sua noção de felicidade, colocando-a acima de tudo e de todos. Estava decidida a pagar o preço.
Inspiração de Cecília
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Rosária 234 Fonseca
nossa que tristeza coitado
2024-02-29
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