Capítulo 12

- E eu nunca esperava que você me enganasse\, muito menos engravidasse uma prostituta.

Alice tenta novamente bater em Eleonor, mas Aldo a impede. Eles olham decepcionados para Alice, que nunca imaginaram ser capaz de agredir outra pessoa dessa maneira. Embora ambos tenham errado, o filho que Eleonor agora espera é de Aldo e ele não pode permitir que ela seja prejudicada.

- Entendo\, esse bastardo é mais importante para você do que eu. Espero que não se arrependa dessa decisão.

- O que você está dizendo? É uma vida inocente\, não pode falar assim.

- Só por ser filho dessa prostituta\, já não vale nada.

Alice tenta soltar a mão, mas Aldo a segura com força nas duas mãos pedindo que levem Eleonor.

- Mesmo que ela se esconda\, juro que não descansarei até vê-la fora do palácio com seu bastardo.

- Basta\, Lady Alice\, você está ameaçando a vida de um príncipe\, sabe o que isso significa?

- Príncipe? O filho de uma prostituta? Que engraçado. Agora percebo que você não me ama como jurava.

Alice usou mais força para se libertar e saiu apressada daquela residência. Com aquilo, ela tinha o bastante para que o conselho pressionasse o rei ainda mais a tirá-la do palácio. Ao chegar à sua residência, ela disse a Hilda para ir arrumando suas coisas aos poucos, pois provavelmente teriam que sair do palácio muito em breve. No dia seguinte, exatamente como Alice pensou, o Duque Duma já havia falado com o conselho sobre o incidente entre Alice e Eleanor. O homem falou sobre como sua inocente filha grávida havia sido agredida pela noiva do rei, um comportamento, é claro, inaceitável.

- Como futura rainha\, ela deve aceitar as concubinas do marido.

- Majestade\, essa mulher deve sair do palácio\, não é apta a ser rainha.

- Concordo\, uma mulher deve respeitar as decisões do marido.

- Que exemplo ela estará dando como rainha?

E assim, continuaram falando contra Alice, nenhum aceitava que uma mulher tivesse esse tipo de caráter. Durante as próximas semanas, o comportamento de Alice continuou a ser questionado, especialmente porque começou a se reunir com as jovens e, primeiro, falava mal de Eleanor. Até Aldo já não aguentava mais esse comportamento e tentou falar com ela, mas Alice o rejeitava sempre, dizendo que falaria com ele assim que Eleanor fosse expulsa do palácio. E aquele dia não foi exceção, Aldo conseguiu pegá-la antes de subir na carruagem, pedindo até que os guardas não a deixassem sair.

- Lady Alice\, entenda\, se continuar com este comportamento\, nosso compromisso...terá que ser rompido.

- E pelo visto\, não pensa em fazer nada a respeito\, cede à pressão dos ministros\, mas não pode conceder uma única petição minha.

- Basta! Tem que entender que não se trata de lady Eleonor\, é pelo filho que ela espera\, é meu filho\, não posso deixar essa responsabilidade.

- Então acabe com essa responsabilidade\, é o rei\, ninguém suspeitará de você.

- O que está dizendo? Não acredito que esteja falando sério.

- Estou\, se esse bastardo desaparecer\, não terá problema em se livrar dessa prostituta\, apenas busquemos a maneira de culpá-la\, diremos que ela se desfez do bebê porque na verdade era de outro homem.

Alice tinha um sorriso malicioso, Aldo não podia acreditar que ela falasse sério; por mais que a ame, não pode permitir que ela faça mal ao bebê, então, apenas resta uma coisa a fazer.

- Tudo isso está afetando você demais. Lady Alice\, sinto muito\, não há outra alternativa.

- Aldo se afasta de Alice\, mas ordena que não a deixem sair do palácio e ainda diz a Alice que vá ao salão do trono\, além de pedir que convoquem os ministros do conselho. Após alguns minutos\, todos os ministros estavam presentes\, inclusive haviam chamado o Marquês Blanc\, o Duque Dumas e até Eleonor\, que se encontravam presentes. Aldo\, que estava em seu trono\, levantou-se tendo Alice à sua frente. O rapaz parecia triste\, mas não lhe restava outra opção senão fazê-lo antes que Alice cometa alguma loucura que possa lhe custar a vida. Aldo pediu a seu mordomo que entregasse a Alice um papel com o selo do rei.

- Perante a presença do conselho real e do Marquês Blanc\, eu\, Aldo Rogers\, Rei do país do Carvalho\, declaro dissolvido o compromisso com lady Alice Blanc.

- Majestade... isso...

- Marquês\, lady Alice cometeu muitas faltas\, mas em vista de não serem graves\, não tomarei represálias contra ela ou sua família.

O Marquês não esperava que isso realmente acontecesse, mas abaixou o olhar sem protestar. Afinal de contas, era o que sua filha desejava.

- E não se preocupe\, Marquês\, darei uma compensação monetária à família. Lady Alice\, realmente sinto muito.

Alice olhava para Aldo com lágrimas nos olhos.

- Agora entendo que sua promessa de amor nunca valeu nada e você se importava mais com aquela vagabunda.

- Alice\, com os olhos marejados\, aponta para Eleonor\, que estava sentada ao lado de seu pai. A jovem esconde o rosto no peito do Duque enquanto chora. O Marquês segura o braço de Alice.

- Sinto muito por tudo o que aconteceu\, mas não se preocupe\, majestade. Entendo perfeitamente a situação e agradeço. Peço desculpas pelos inconvenientes que minha filha causou.

- Pai\, você não deveria se desculpar. Aquela mulher arruinou tudo\, mas vai se arrepender. Todos logo saberão como é fingida e falsa.

O Marquês segura firmemente Alice e a arrasta para fora da sala. Eleonor observa tudo, cobrindo a boca com as mãos para esconder o sorriso. Finalmente, ela se livrou de Alice. Depois de deixarem o salão do trono, o Marquês para e solta Alice, que parece estar bem, apenas enxugando as lágrimas que derramou.

- Você vai ficar bem com isso\, Alice?

- Sim\, pai. Agradeço sua ajuda. Vou me preparar e amanhã cedo você virá me buscar.

- Claro\, tenha cuidado.

O Marquês se despede e Alice volta para sua casa, finalmente sendo retirada do palácio. Ela não quer mais esperar, pois ainda havia um pouco de história para acontecer, mas tudo estava caminhando como na novela.

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