Capítulo 19

Alice estava no jardim quando o mordomo se aproxima para informá-la de que o Visconde Vera deseja ver o general e, embora tenha sido informado de que ele não está, insiste em ser deixado entrar. Alice pede para deixá-lo entrar e até mesmo pede para ser guiada até ele. Quando o Visconde é guiado até o jardim, esperava encontrar o general, mas em seu lugar estava Alice, que nem sequer se levantou para cumprimentá-lo, algo que o irritou.

Mordomo, pedi para ver o general, não a sua amante.

Senhor, ela não é...

Obrigado, Ralph, você pode se retirar.

Alice acena para o mordomo e ele se retira, algo que irrita ainda mais o Visconde.

Espere, chame o general agora.

Quem é você para vir dar ordens nesta casa? Nem sequer se apresentou para mim.

Alice toma um pouco de chá enquanto mantém sua tranquilidade, o Visconde está irritado.

Você também não deve ser nada, esses servos são bons para nada, não preciso me apresentar a você.

Você está enganado, sou muito importante nesta casa. Além disso, lembro de ter dito à sua filha ontem que o general está em uma missão de reconhecimento e só retornará na próxima semana.

Mesmo que o general não esteja aqui, eu te digo: você não é ninguém para proibir minha filha de entrar nesta casa. No futuro, ela será a dona desta mansão.

Que arrogância a do Visconde, pelo visto, é o único que a filha dele aprendeu. Alice levanta os olhos, fixando-os nos olhos do Visconde e mostra um sorriso irônico.

- Sua filha não será nada nesta casa quando eu disser ao general que vocês vieram me incomodar com sua arrogância.

O general ouvirá minhas queixas de você, prostituta.

Claro, suas palavras foram ouvidas pelos guardas sempre por perto, mas Alice já havia feito um gesto para que não fizessem nada ou dissessem quem ela realmente era, o Visconde só chamou Ralph, o mordomo, aos gritos, e quando chegou, ordenou que o guiasse até a saída.

- O senhor conhece o caminho\, Ralph\, volte às suas atividades.

- Olha só\, prostituta\, eu posso ordenar o que quiser\, aliás\, você deveria voltar para o bordel de onde saiu.

Alice não hesita em rir do que o homem disse, nem é nada naquela casa e já se acha o dono; a garota se levanta, sorrindo ironicamente.

- Oh! Senhor\, se soubesse o que acaba de perder a mínima oportunidade de casar a filha com o general. Guardas\, acompanhem o senhor para fora desta casa.

Os guardas pedem ao Vizconde que se retire, embora ele o faça furioso, mas verá aquela mulher, assim que o general voltar, fará com que a expulsem da casa. Eli também observou tudo pela janela e sorriu, é notável que Alice não é uma garota fácil de intimidar; assim que o Vizconde foi embora, o mordomo perguntou a Alice se ela estava bem, ao que ela respondeu com total tranquilidade que sim.

No dia seguinte, durante o treinamento da tarde, Eli se aproximou de Alice, que estava praticando com Samuel, para lhe pedir um duelo de prática, que a albina aceitou.

- Não seja suave\, mesmo que seja a irmã do general.

- Não espero que seja\, se um dia tiver que lutar\, o inimigo não terá compaixão de mim.

- Vejo que você tem isso muito claro.

Samuel deu o sinal para começarem a empunhar suas espadas, o duelo foi com Alice em desvantagem, embora eles a fizessem retroceder, Samuel podia notar que ela tinha uma boa defesa. No entanto, quando Eli já estava um pouco cansado, foi então que Alice começou a fazê-lo retroceder, até que finalmente foi ele quem perdeu a espada. Os presentes comemoraram a vitória de Alice, embora Samuel tenha mencionado que sua estratégia é boa, mas somente quando luta com uma única pessoa, algo que Alice já tinha em mente.

- Sir Eli\, obrigada pelo duelo\, embora na próxima vez você possa ganhar.

- Não se sabe\, talvez eu perca novamente.

- Então vou treinar intensamente para ser melhor que você.

- Não vou perder tão facilmente.

Ambos se davam as mãos, mas Eli teve que se retirar, já que tinha trabalho a fazer. Hilda se aproxima de Alice e entrega uma carta, ao perceber que era de Roble e tinha o selo de sua família, correu rapidamente para seu quarto. Ao lê-la, sua mãe conta que ambos, ela e seu pai, estão bem, mas também relata que em várias ocasiões, Aldo foi à mansão perguntando onde Alice está. Sua insistência é bastante irritante, mas o Marquês pediu que ele parasse ou apresentaria uma queixa ao conselho, o que não convém a Aldo, senão será questionado sobre seu desempenho como rei. Alice suspira, esse homem é realmente irritante.

Seus pais estão bem, lady?

Sim, é apenas o rei insistindo em querer saber onde estou. Mas meus pais sabem como persuadi-lo.

Ela deixa a carta e sai até a varanda, onde os cavalheiros estão em uma pequena reunião sob a liderança de Samuel, entre as fileiras, Eli está lá também, ele sorri para ela e Alice acena com a mão. Com isso, os outros cavalheiros fazem uma pequena zombaria, brincando que ela estará em apuros por estar flertando com a irmã do general. Alice ri ao ouvir isso, já que se pode ver um leve rubor nas bochechas de Eli.

Este cavaleiro é bonito demais. As donzelas jovens suspiram por ele.

Menciona Hilda, que está lá com Alice e coloca uma capa nela, pois está começando a ficar frio.

- Também suspiras por ele?

- O quê? Não\, não\, claro que não\, senhora. Ele não é do meu agrado. Mas se você gosta dele\, não seria um problema\, certo? Ele é um cavalheiro e você é uma nobre.

- Não acredito que meus pais se importem muito com isso\, mas não precisamos nos apressar. Talvez ele já tenha uma namorada e\, da minha parte\, não posso me interessar apenas pela aparência dele.

Ambas entram na sala e fecham as portas. Já é de noite e ela pede a Hilda que vá descansar, enquanto ela fica lendo para aprender ainda mais sobre o mundo.

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