Início dos problemas.

Cavalgaram por horas a fio.

Anne acabou dormindo de esgotamento.

Acordou  em um leito pomposo com a voz da babá preocupada.

_ Acorde criança.

Dizia a velha.

_ Onde estou?

Perguntou em um sussurro.

_ Em nossa cama nosso lar.

Disse ele indo em direção a esposa.

_ Tem sede? Perguntou oferecendo um copo de água gelada.

_Muita sede. Respondeu em voz fraca.

_ Descanse minha querida, mais um pouco.

Disse ele beijando o topo da cabeça da esposa.

....

Anne acordou com o barulho de um praguejar.

_ Finalmente!

Falou uma mulher belíssima de cabelos negros e boca carnuda.

_ Quem é você?

Perguntou Anne se pondo em pé.

_ Vejo que a gatinha tem garras.

Falou a mulher de maneira sarcástica se aproximando de Anne. A medindo de maneira maldosa.

_ O que faz em meu quarto?

Falou Anne se pondo em posição de alerta.

_ Pergunte ao seu marido!

Disse a víbora rindo de maneira venenosa.

_ Saía daqui agora!

Exclamou Anne acertando o rosto da outra com um soco e um golpe na perna derrubando a no chão.

_ Nunca mais ouse entrar no meu quarto sua vadia. Não sou uma gatinha. Sou a rainha deste castelo. Não me importa quem é você sua prostituta. Rata de esgoto, que se esgueira pelos cantos. Nunca mais fale comigo. Você irá voltar para o bueiro que saiu.

Exclamou ela fitando a mulher no chão com raiva.

_ Guardas!

Gritou ela.

No mesmo instante o quarto foi invadido por um trio de homens armados.

_ Tirem esse lixo daqui! Descubram como  teve acesso a este quarto. Prendam essa criatura e preparem a extradição para o buraco que ela saiu.

_ Avisem ao meu esposo do ocorrido.

_ Você não pode fazer isso!

Exclamou a mulher ao ser presa pelos guardas.

_ Não posso.

 Disse ela indo em direção a outra com a sobrancelha levantada. E com um gesto calculado lhe deu uma tapa estralado.

....

Samir estava em audiência com o pai e os conselheiros do destino na sala de guerra quando foi informado do ocorrido com sua esposa.

Ficou surpreso com a liderança demonstrada pela jovem e as ações tomadas por ela.

Jani sua amante francesa estava acorrentada na masmorra do palácio, fato que o deixou  surpreso e divertido.

_Não há nada engraçado Samir!

Exclamou a mulher acorrentada a parede com as vestes rasgada e o rosto inchado pelas agressões de Anne

_A maluca me acertou com socos e chute. Me prendeu e quer me deportar.

Samir a fitou sem emoção e falou:

_ Adeus. Nunca mais volte a este país. Tenho o contrato que você assinou de confidencialidade. Caso queira receber o dinheiro que cabe aos seus préstimos, fique calada e suma de vista. Do contrário pagará com a vida.

A mulher ficou horrorizada com a fala do homem que deixou o espaço sem olhar para trás.

...

Ao chegar no salão a esposa já havia chamado o engenheiro chefe de modo a mapear a entrada secreta usada pela mulher que invadiu seu quarto.

O engenheiro ficou surpreso com a inteligência da jovem e com a autoridade exercida no momento de crise. Com graça e elegância a mesma demonstrou preocupação com a segurança do Palácio e com a infiltração de pessoas estranhas a Câmara dormitória.

Samir observava o modo como ela se debruçara sobre a planta do Palácio e de como ela identificou com tranquilidade os pontos vulneráveis da construção.

_ Senhor . Disse o engenheiro assustado.

_ Continue o que esta fazendo Nadie cumpra as ordens da princesa.

_ Venha!

Disse ele estendendo a mão a esposa que atendeu prontamente.

No quarto do ocorrido, Samir indagou com um olhar divertido.

_ Conte o que aconteceu.

Anne narrou-lhe os fatos que ocorreram.

Samir começou a rir.

Anne indignada bateu no braço do marido.

_ Você acha divertido uma rata invadir nosso quarto?

_ Não acho.

Respondeu ele entre os risos.

_ Quem era ela?

Perguntou Anne zangada.

_ Uma amante.

_ Amante! Exclamou Anne indignada.

Samir a fitou sério.

_ Minha palavra será cumprida. Hoje mesmo desativarei o castelo das concubinas e as mesmas serão pagas pelos seus serviços.

_ Já  Jane, foi ousada de tentar te confrontar, nunca imaginei que ela conseguiria entrar em nosso quarto.

Disse ele caminhando até a entrada secreta usada por Jane.

 Anne o fitava com decepção nos olhos e com o coração apertado disse.

_ Este quarto era o que você usava para dormir com suas prostitutas? Indagou ela com raiva.

_ Sim disse ele indiferente.

_ Obrigada pela honestidade.

Disse ela indo em direção a porta.

_ Onde pensas que vai? Indagou ele seguindo até ela a pegando pelo braço.

_ Para fora deste lugar. Por acaso pensa que ficarei no quarto da sua promiscuidade. Acreditei que seria especial para ti. Que seria tratada como uma igual. Contudo, não passo de mais uma em sua cama.

 Disse ela soltando o braço das mãos do marido.

_ Obrigada pela primeira promessa quebrada. 

Disse ela saindo pela porta deixando Samir sem palavras. Irritado passava as mãos pelo cabelo pois não sabia o que fazer. Sabia que a mágoa da esposa era justa.

Haviam acabado de chegar das boldas quando ela foi confrontada por uma de suas amantes fixas. Cansado pensou modos de compensar a esposa. Mas seu tempo era curto teria que partir antes de resolver a questão com Anne. Cansado fitou a grande cama vazia a sua frente.

Anne com o coração ferido procurou um aposento para chamar de seu e ali chorou sua primeira decepção com o marido.

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