Pedido de socorro.

Marie ao ficar as sós com a irmã começou a chorar. Pondo em prática seu plano ambicioso e maléfico. Queria destruir a imagem de Nazir e fugir daquele casamento. Estava cansada daquele reino árido, da vida simples e da ameaça de guerra e morte.

Marie não compreendia o apego da irmã aquela terra e aquele povo miserável. Em meio ao choro de desespero falou:

_ Anne socorro!

Disse ela em um pranto sofrido.

_ O que houve minha querida. Falou sentando ao lado da jovem no banco de mármore de jardim pegando a mão dela entre as suas. O coração amoroso de Anne sabia qye a irmã teria grande dificuldade para se adaptar ao modo de vida do deserto. Ali achou que poderia ter pela primeira vez com ela uma relação fraterna. Mal sabia ela que Marie nutria por ela um misto de sentimentos entre o ódio e o amor.

Marie com o rosto banhado em lágrimas começou a falar:

_ Meu marido é um monstro. Disse ela em soluços.

_ Como?

_ Ele me bate. Se aborrece com tudo que faço. Me deprecia. Tudo que faço é criticado.

Disse a jovem segurando as mãos da irmã sobre as suas.

_ Estou desesperada. Socorre-me irmã.

Anne fitava a jovem com olhar preocupado. Não podia ser verdade que Názir se comportara de maneira tão odiosa. Conhecia o caráter frívolo de Marie.

_ Não compreendo o que se passa. Você escolheu casar com um sheik. Casamento é coisa séria!

Exclamou Anne irritada. Sabia que a irmã era uma ótima atriz. Que estava fazendo todo aquele show para fugir da responsabilidade assumida.

_ Como quer abandonar seu marido?

Anne acreditava ser mais uma das tolices da irmã. Mas a outra desesperada se jogou a seus pés clamando socorro.

Entre soluços contou a irmã as seções de disciplina que sofria por parte do marido, que iam desde dias a fio trancada no quarto. Como surras e fome.

Anne horrorizada observava as marcas do corpo de Marie que chorava amargamente a tolice de ter feito a escolha de se casar com Názir.

Anne respirou fundo bolando um plano para afastar a irmã de Názir.

Mal sabia ela que as palavras de Marie eram meias verdades. Que seu coração invejoso e orgulhoso queria uma forma de destruir Nazir. A muito compreendeu que ele nutria sentimentos pela irmã e aquilo trouxe mais ódio em seu coração contra Anne.

...

Anne solicitou a Názir o auxílio da irmã para viagem a Inglaterra. Názir permitiu prontamente desde que fosse ele a escoltar ambas até o aeroporto.

Passaram a viagem em silêncio. Nazir trajava seu traje de guerra completo que traçava a beleza do corpo másculo forte do guerreiro. A cada dia ele estava mais bonito com seus olhos verdes esmeraldas e os cabelos que estavam até os ombros lhe dando uma aparência selvagem e sensual.

No aeroporto Názir dispensou a esposa com um menear de cabeça. Observando o ventre de Anne com alegria.

 Anne ao se despedir de Názir disse.

_ Querido Názir creio que Marie possa ficar um tempo a mais comigo na Europa. Quero bordar o enxoval do bebê e escolher as melhores peças além de fazer exames para ver se está tudo bem com ele.

_ Não se preocupe graciosa. Ela pode ficar o quanto necessitar.

Respondeu ele segurando a mão dela com os olhos brilhando de forma intensa.

_ Obrigada respondeu Anne sorridente.

Assim que embarcaram na aeronave não notaram o rastreador posto por Nazir para proteger Anne de qualquer atentado. Ele tinha pleno conhecimento que Anne se tornou alvo daqueles que conspiravam nas sombras.

Seu coração ficou pequeno ao ver a máquina sumindo no céu. Ao longo do percurso notou movimentação nas dunas próximas ao seu comboio. Neste momento se pôs a vista de quem os perseguia de modo a deixar claro que qualquer emboscada contra a mulher amada resultaria em morte.

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