Capítulo 6

Fiuu, que bom que eu fiquei atrás da porta para ouvir a duquesa, porque os maus sempre dizem seus planos em voz alta quando estão sozinhos. Agora que sei que ela quer me matar, tenho que ser muito mais cuidadosa. O problema é que, se ela decidir contratar bandidos para me matar, estarei em desvantagem, já que não sei me defender. Ahhh, estou perdida. Mas posso começar a treinar, só não sei se seria muito boa no manejo da espada. Não sei o que fazer.

Enquanto estava pensando, estava voltando para minha mansão, mas meu caminho foi bloqueado quando esbarrei em alguém e, ao levantar os olhos, me deparei com um rapaz um pouco mais alto que eu, de cabelos verdes, pele branca e olhos prateados.

-Alisa, você está bem? - perguntou Lucia, que estava agarrada ao braço daquele rapaz, que agora percebo que é o príncipe herdeiro, olhando-me friamente. Ah, ele não acredite nem por um momento que isso vai me afetar, já que não tenho sentimentos por ele.

-Hun, estou bem. Agora, se me desculparem, vou retirar-me - disse enquanto os olhava como se fossem as coisas mais simples do mundo. E quando estava prestes a seguir meu caminho, o príncipe falou.

-Pare, não tive a oportunidade de te dizer que você deve pedir desculpas à senhorita Lucia por tê-la golpeado.

-Ah, não quero pedir desculpas e não vou fazê-lo. Além disso, não me lembro de tê-la golpeado - disse sem me virar e, quando terminei de falar, continuei caminhando.

-Eh? Mas o que... Alisa, Alisa!!! - ouvi o príncipe me chamando, mas não dei importância e segui meu caminho até chegar à minha mansão. Porém, quando a porta estava prestes a se fechar, o príncipe a empurrou para que se abrisse e me deu um tapa no rosto.

-Eu te disse que você precisava pedir desculpas à senhorita Lucia - disse ele, levantando a voz, enquanto eu ainda estava em choque com a mão na minha bochecha.

-Que pouco homem você é, príncipe - disse enquanto o olhava de frente, pois não lhe daria o prazer de me ver humilhada.

-Bater em uma mulher é coisa de covardes, sabia?

-Cale a boca! E faça o que eu digo. Agora, você vai pedir desculpas à senhorita Lucia de joelhos e não se levantará até que eu ordene - disse furioso, agarrando meu braço com muita força a ponto de me machucar. Mas não ia reclamar. O príncipe me arrastava para o lugar onde nos encontramos e lá pude ver a silhueta de Lucia.

-Eles não vão se atrever a me fazer pedir desculpas de joelhos, isso não, idiotas.

Num descuido, virei-me de frente para o príncipe, fazendo-o parar. E quando ele menos esperava, dei-lhe um joelhada nas partes baixas, sob o olhar surpreso não só de Lucia, mas também dos servos que passavam por ali e pararam para ver o escândalo.

Com o golpe, o príncipe me soltou e caiu de joelhos com as mãos nas partes baixas.

-Isso foi por ousar me bater - disse, olhando-o indiferentemente, e então comecei a caminhar para ir embora. Mas parei para dizer:

-Quero que os dois nunca mais cruzem meu caminho e abandonem seu estúpido pensamento de poderem continuar intimidando e humilhando. Já não sou a mesma de antes, agora quero que desapareçam deste lugar imediatamente. E se não saírem por vontade própria, farei com que os guardas os expulsem à força. Afinal, este lugar ainda está dentro das MINHAS propriedades - disse, e finalmente fui para minha mansão.

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