...
...Narradora...
Mais uma vez Miyako, ou melhor, Yoshiro acordou naquela floresta. Ele estava deitado sobre o pé da enorme árvore. Assim que se deu por conta onde estava, ele se levantou rapidamente olhando para os lados à procura daquele homem.
Ele começou a andar vagarosamente pela floresta à procura do jovem rapaz, mas infelizmente ele não podia chamá-lo, afinal, ele não sabia seu nome.
Olhando lado a lado só se via apenas a escuridão da floresta, proporcionando o medo iminente. Seus olhos olhavam atentamente o lugar, ele estava assustado.
— Procurando alguém? — Uma mão pousou sobre seu ombro. Miyako se assustou e se afastou do homem.
— Você me assustou...
— Desculpe, Yoshiro-Kun. — O homem sorriu.
— Você continua me chamando assim... — Miyako passou seus dedos em seu longo cabelo.
— Esse é seu nome, não?
Miyako parou de andar e falou frustrado:
— Eu já falei para você, esse não é meu nome... Eu não sou daqui, eu não sei quem você é, e isso tudo está me deixando maluco.
— Yoshiro-Kun... — O homem parou no local, virou-se e caminhou até Miyako. Ele colocou suas mãos ao redor do rosto do outro. — Você está tão irritado, por favor se acalme.
— Não tem como. — Miyako falou, olhando nos olhos daquele homem desconhecido. — Eu só queria que você me respondesse...
— Você é Yoshiro, o meu Yoshiro! — Ele puxou Miyako para um abraço apertado.
Miyako estava surpreso com a ação do outro. O que deu nele?! Perguntou mentalmente. Ainda um pouco relutantes, suas mãos se ergueram contra o corpo do outro, logo o abraçando, dando batidinhas nas costas do outro. Ele estava confuso.
— Você está agindo estranhamente essa noite. — Naoki falou rindo se afastando do abraço. — Vem, vamos andar enquanto ainda temos tempo.
— Tempo?
— Sim, bobinho. Seu pai não pode saber que estamos juntos, ele vai perceber sua ausência. O que aconteceu com você?
— Ah! Eu não sei exatamente... — Miyako suspirou.
— Não fique triste, eu estou aqui para animar sua noite. Vamos, sorria para mim.
Miyako olhou para aquele homem ainda desconhecido e deu seu melhor sorriso, que não era dos mais belos, afinal, ele não estava de fato feliz.
— Farei esse sorriso melhorar até o final da noite, eu prometo! — Ele sorriu gentilmente e começou a andar.
— Pode... Me falar seu nome?
— Hm? — Ele virou-se para olhar Miyako. — Eu não sei o que você está planejando, mas já que é assim. Naoki Takeda.
— O meu é Miya... Digo Yoshiro...
Naoki se aproximou de Miyako e sorriu.
— Você claramente não está bem, você sempre foi extrovertido e agora está todo acanhado e falando coisas estranhas.
Miyako baixou seu olhar, aquilo não era ele, suas roupas, o cabelo enorme, seu suposto nome, aquilo não era ele.
— Pode me dizer onde estamos?
— Vejo que você não vai parar com essas perguntas, então, ao invés de questionar vou te responder. — Naoki suspirou. — Estamos na floresta que fica ao lado do palácio do imperador. No Reino Ryukyu.
— Você é meu irmão, amigo... Ou algo do tipo?
— Yoshiro-Kun, você está me deixando um pouco irritado... — Naoki virou sua cabeça para o lado. — Vamos continuar o nosso passeio, restam apenas algumas horas...
Miyako ia falar, mas acabou desistindo assim que viu o homem à sua frente começar a andar. Talvez eu deva ser mais cuidadoso...
— Eu estou me sentindo um pouco cansado agora... — Miyako falou parando de andar.
— Está tudo bem? — Naoki se aproximou do outro. — Yoshiro-Kun.
— Eu estou com sono... — Miyako se apoiou em Naoki. — Eu... Não posso ir agora...
— Do que está falando?
Miyako fechou seus olhos e assim dormiu.
...赤い糸...
— Naoki-kun... — Ele falou ainda sonolento.
Quando se deu por conta, Miyako percebeu que estava de volta a sua casa. Ele havia sonhado mais uma vez com aquele homem. Ele se sentou na cama e passou suas mãos por seu rosto logo por seu cabelo.
O rapaz estendeu sua mão até a mesinha de canto, ao lado de sua cama e pegou seu celular, às 02:02 da madrugada.
— Ah droga... — Ele murmurou irritado. — Aquela floresta escura é mil vezes melhor do que aqui...
Foi então que ele teve a brilhante ideia de escrever um livro, era isso que ele precisava. Uma inspiração, e esse sonho o deu a melhor idéia de todas.
Miyako se levantou e foi até o pequeno escritório de sua casa e pegou o seu notebook. Ele deu um título qualquer, até poder planejar um título adequado. Palavras eram digitadas rapidamente, ele queria que aquela ideia fosse escrita enquanto as lembranças ainda estavam "frescas". Então um pequeno resumo da história foi feito, com palavras soltas ou sem algo mais complexo.
Sua ideia foi escrita, ele precisava agora dar vida àquele pequeno resumo, dar vida a mais uma história. Ele começou escrevendo características dos dois personagens principais.
— Reino Ryukyu... — Ele murmurou para si mesmo, mordendo as pontas das unhas, sem as de fato cortar.
Ele abriu a ferramenta de pesquisa em seu notebook e pesquisou mais sobre esse reino. Poucas coisas apareceram sobre ele, nada de imperador, nada de floresta. Seria apenas só um sonho mais "detalhado"?
Ele suspirou alto e voltou para a aba da história.
Miyako já estava acostumado a acordar no meio da noite para escrever ou passar a noite em claro. Era algo que ele gostava de fazer, por mais cansativo que fosse. Quando ele tinha uma ideia, não importava o horário, ele escrevia.
..."Era uma vez..."...
— Começar com "era uma vez" é clichê, fora que parece infantil... — Ele lamentou. — Mas não é como se eu não tivesse feito antes...
"Em um reino distante, conhecido como Reino Ryukyu, vivia um humilde camponês, seu nome era Naoki Takeda."
— Não parece tão ruim... — Ele releu o que escreveu, mas precisava de algo a mais. — Eu mal sei o que somos! — Ele choramingou irritado. — Mas se eu dormir, poderei conversar com ele e perguntar tudo. — Ele falou animado mas assim que percebeu o que falou colocou sua mão sobre a testa. — No que eu estou pensando?! Pareço um lunático falando assim.
Ele olhou para o computador, logo para a cama. Era loucura pensar nisso, mas tinha uma grande probabilidade de dar certo.
Ele fechou o notebook e andou em direção a cama. Miyako se deitou e se cobriu por completo, mas ele já não tinha mais sono. Virando para um lado para o outro, ele se perguntava o que aconteceria se ele conseguisse ir de volta a Ryukyu. Se ele fosse de volta para esse sonho, ele poderia perguntar mais sobre o tal Yoshiro?
Ao se deitar, ele se virava de um lado para o outro tentando dormir, mas quanto mais ele pensava nisso, parecia que ficava mais difícil adormecer novamente. Mas, de tanto rolar de um lado para o outro, Miyako sentiu seus olhos começaram a ficar pesados e cansados. Quando se deu por conta, ele já havia dormido.
...赤い糸...
Na manhã daquele mesmo dia, Miyako acordou decepcionado; ele não conseguiu voltar para o seu sonho. E isso foi obviamente frustrante para ele. "Não passou de um sonho bem elaborado' " Miyako pensava frustrado. "Está na hora de levantar, não posso apenas viver de minhas imaginações."
Apesar de trabalhar na editora ser extremamente entediante, de certa forma, ele estava escrevendo. Obviamente não era algo que ele gostaria de escrever, mas era isso ou viver desempregado.
...Miyako Ren...
O dia passava lentamente, e a cada minuto, ou melhor, a cada segundo, eu me pegava pensando naquele sonho, em Naoki. Dizem que nosso cérebro não pode criar novos rostos, então... Quem ele é?
Por que esses sonhos mudaram tão de repente? Até parece que é real. Como se eu fosse para outra realidade, sem sequer saber dela. Será um novo jeito de meu subconsciente me mostrar a nova história que ele planeja? Não, isso seria loucura demais.
Mas então eu não faço a menor ideia do que possa estar acontecendo comigo. Mas não seria má ideia ter essa tal realidade alternativa, apenas para, talvez, colocar em minha história. Aquele rapaz, jovem e belo, seria um ótimo modelo para mim. Seu sorriso é estranhamente acolhedor e contagiante. Já Yoshiro, bom, ainda não tive a oportunidade de ver meu rosto, mas meus trajes brancos e meu cabelo longo parecem gritar que eu pertenço a uma potência poderosa daquele lugar. Talvez filho do imperador? Não, isso seria ousadia demais, nunca permitiriam que o filho do imperador andasse sozinho na floresta. Filho de um general ou samurai? Talvez sim, talvez não, quem sabe?
Olha só, estou pensando nisso novamente. Mas não é como se eu conseguisse controlar.
— Viajando novamente? Sabe que você tem que trabalhar também?
— Yuri-kun... — Eu olhei para trás. — Você já retornou, como foi a sessão de fotos?
— Foram ótimas, tive a grande oportunidade de tirar fotos da....
— Choi Nabi, a atriz que entrevistei.
— Essa mesma. — Ele sorriu e se aproximou de mim. — Ei, sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? — Ele tocou em meus ombros, massageando.
— Eu sei. —Falei sério olhando para ele.
— Um escritor de poucas palavras. Ou apenas está economizando palavras para seus livros?
— Para de graça. — Falei revirando meus olhos.
— Acho que você se dá melhor com os livros do que com palavras. — Olhei sério para ele. — Eu sou seu amigo, é minha função falar a verdade. — Ele continuou massageando os meus ombros.
— Por que você sempre está com suas mãos ai?
— Mudando de assunto é?! — Yuri sorriu e distanciou suas mãos de mim, logo se apoiando na minha mesa. — Eu gosto de tocar em você. É uma mania. — Ele riu. — Você está livre esta noite?
— Eu...
— Vamos?! Apenas eu e você, vamos comemorar a postagem de seu primeiro livro!
Bom, essa noite eu planejava escrever... Mas talvez sair com ele não seja má ideia. E eu nem tive tempo de "comemorar" sobre meu primeiro livro publicado, esse é um bom motivo para "comemorar" ou para sair com ele.
— Tudo bem... Com uma condição. — Ele me olhou confuso. — Por hora me deixe trabalhar...
— Hm. — Ele se desencostou de minha mesa. — Eu vou indo então, tenho que editar aquelas fotos. Te pego às 20h, ok?
— Estarei te esperando.
A tarde parecia passar nunca. O relógio de ponteiro pendurado na parede em cima da porta parecia parado e seus 'tik-tak' eram lentos. Talvez eu esteja muito entediado. Talvez eu devesse começar a escrever já que não há nada mais "interesante". É claro, eu já terminei o meu trabalho, porém, ainda me restam algumas horas aqui dentro.
Ou talvez eu possa ver como está indo o desempenho do meu livro com meus leitores, espero que os feedback sejam bons, faz quase uma semana que foi postado, mas ainda não tive coragem de ver como está sendo o processo mais importante; a avaliação dos leitores.
Lendo cada um daqueles comentários, me senti amado. Eram vários positivos, claro tendo seus negativos também, mas não dou tanta importância a eles (a menos que sejam comentários construtivos).
Um comentário me deixou extremamente feliz, ele claramente é meu preferido:
"Essa história foi uma das melhores que já li, ganhou um lugar muito importante no meu coração. Chorei horrores e surtei. A cada novo capítulo eu ficava aflito, com raiva e também triste para caramba! Senti milhares de sentimentos e pensei muito sobre minha existência em algumas partes, simplesmente perfeito. "
Esse foi o meu preferido, dentre tantos, esse foi o que mais me emocionou. São tantos feedbacks bons que parece até um sonho tudo isso. Como pode ser real, quero dizer, olhe isso, meu livro foi publicado, vendido e muitas pessoas estão lendo. É claro, por ser meu primeiro livro, ainda tem poucas pessoas comparado a escritores grandes e famosos. Mas isso é tão surreal para mim, dentre tantos, alguém deu uma oportunidade para o meu livro e ainda teve a sensibilidade de dar seu feedback.
Ouvi passos se aproximando, olhei para trás e vi a garota de cabelos claros. Ela é uma estagiária aqui na editora.
— O que está olhando aí? Oh! É seu livro não é?! — Elizabeth perguntou curiosa.
Seu nome é Elisabeth, ela é estrangeira e veio para o japão em busca de novas oportunidades. Talvez seja por isso que sua fala seja um pouco travada.
Ela é divertida, uma das pessoas com quem mais tenho intimidade aqui dentro da editora.
— É sim! Não parece surreal?
— Realmente, Miyako-Chan. Algum dia, seu nome estará entre os mais notáveis escritores.
— Vai, não exagera. — Eu revirei meus olhos e sorri disfarçadamente.
— Você amou ouvir isso! — Ele falou rindo.
— Creio que você não veio aqui para bisbilhotar o que eu estou fazendo, muito menos para elogiar o meu livro. Então, pode começar sem enrolação.
— Bom, está na hora de irmos. — Ele riu. — Nós somos os únicos aqui.
— Pelos céus, eu acabei me perdendo a noção do tempo... Peço desculpas por isso.
— Não tem problema. — Ela sorriu. — Vamos?
— Oh! Sim.
Eu acompanhei ela até a saída, ou ela me acompanhou. Bem, não sei ao certo.
Eu me despedi rapidamente da moça e fui em direção à minha casa. Estou cansado, o dia não foi nada produtivo no trabalho...
Assim que cheguei em casa, entrei na mesma e tirei meus sapatos, logo tranquei a porta. Eu me espreguicei e andei quase me arrastando pela casa até o meu sofá, como eu ansiava por esse momento maravilhoso. Finalmente posso descansar.
...赤い糸...
Abri meus olhos, a casa está toda escura e a campainha tocava freneticamente, eu acabei cochilando. Pelos céus eu cochilei! Eu tinha que sair com Yuri-Kun!
Levantei as pressas e andei até a porta de entrada, lá estava ele todo arrumado como sempre. Eu abri a porta.
— Miyako-kun... Você esqueceu não é?
— Eu não esqueci... Eu acabei dormindo... Desculpe por isso, eu realmente estava cansado, eu irei me arrumar rapidamente, você pode me esperar aqui na sala.
— Ficarei à sua espera então.
Como eu pude dormir, eu não estava tão cansado para isso... Ainda bem que Yuri é meu melhor amigo e entende isso. Por outro lado, eu não tive aquele sonho novamente.
Não vou mentir, eu quero muito dormir e sonhar com tudo aquilo, queria ter mais respostas, queria poder ter uma base para escrever o meu livro. Aquele homem, como era mesmo seu nome...? Eu não consigo me lembrar... Droga, eu escrevi apenas o nome do meu "personagem" (se é que eu posso chamar assim); Yoshiro Ren.
Ele tem o mesmo sobrenome que o meu, mas deve ser impossível isso ser real.
— Miyako-Kun, você está pronto?
— Oh! Estou terminando, já estou indo.
...赤い糸...
— Hm, esse huramaki está ótimo! — Ele elogiou. — Ei, se anime! — Yuri colocou sua mão em meu ombro. — O que está acontecendo? Está se sentindo mal?
— Eu só estou um pouco avoado, não precisa se preocupar. — Comi um Huramaki.
— Eu te conheço bem para ter certeza que algo está acontecendo. Deixe-me ver... São aqueles sonhos? — Eu concordei. — Certo, o que está acontecendo neles? São sempre os mesmos?
— Se especializou em sonhos? — Eu brinquei. — Ele conversou comigo.
— Ele quem?
— Eu não lembro seu nome, mas ele parece me conhecer muito bem... Parece que eu estou em um corpo de outra pessoa.
— Hm, como você é? E esse homem, como ele é?
— Bom, eu já te falei antes, eu tenho cabelos longos e negros, roupas brancas como se fosse um nobre... Já ele, bom, ele tem cabelo curto, roupas beges e "surradas". Ele parece um camponês.
— Se lembra de mais alguma coisa?
— Ah... Não...
— Hm, você deveria ver isso, mas vamos mudar de assunto. Eu estou lendo seu livro, estou no finalzinho já, eu estou amando.
— Sério? — Olhei surpreso para ele, eu já havia me esquecido sobre isso.
— Estou demorando pois os dias estão bem corridos. Adorei a forma como os personagens estão se aproximando. Não é de repente, tem uma história envolvida. Apesar do personagem chorar por outro homem, seu amor entende exatamente a dor do outro e espera até que ele esteja preparado.
— É, eu queria fazer que eles se aproximem sutilmente...
— Você é um ótimo escritor! — Ele tocou em minha mão. — Estou amando seu livro e toda a história.
— Ah... Obrigado! — Falei um pouco constrangido e afastei minha mão da sua.
— Certo. — Ele desviou o olhar e pegou o copo o erguendo em minha direção. — Ao seu futuro sucesso?
Eu sorri e peguei meu copo e encostei no seu.
— Ao meu futuro sucesso. — Sorri.
...赤い糸...
...Hey, hey!...
...Está indo embora sem deixar seu comentário e sem seu voto?...
...Como vou saber se está gostando?...
...Não seja um fantasminha, vote🦋✨...
...Até domingo.❤️...
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Deise💙Fujoshi sem salvação💙
Estou fascinada!😊
2022-04-04
1
Gabriely Gomes
Essa história capturou completamente minha atenção
2021-11-10
1
Rafitia라파 🏳️🌈
Vc escreve mt bem, eu to amando
2021-11-05
1