Forgotten Love • BL

Forgotten Love • BL

꧁• Prólogo •꧂

...Sejam muito bem vindos a Forgotten Love. Uma história de amor que, apesar do tempo, ainda persiste....

...Tenham uma boa leitura....

...

...Prólogo...

Você acredita em lendas? Ou até mesmo no amor verdadeiro?

Se não, irei te contar uma história que fará você, meu caro leitor, mudar de ideia.

Deixe-me fazer uma pequena pergunta antes de começarmos; você conhece a lenda japonesa Akai ito? Ela também é conhecida como "a lenda do fio vermelho''.

Essa lenda conta que um cordão invisível aos nossos olhos é amarrado no dedo mindinho assim que nascemos. Esse fio está ligado a nossa alma gêmea, a quem estamos predestinados, seja em uma relação de amor ou de ódio.

Invisível, inquebrável e infinito, o fio embaraça, enrola, mas nunca se parte. Não importa o tempo, nem a distância, tampouco os obstáculos que possam acontecer no caminho. No final, as extremidades vão se encontrar e viver a felicidade plena que o destino reservou a elas.

Agora que você conhece essa lenda, irei te contar uma história.

Há muitos anos atrás, no século XV, em um grande reino conhecido como Ryukyu, viviam camponeses e plebeus, também conhecidos como o Clero.

No campo e na cidade, a vida dos homens e das mulheres medievais era muito dura. As moradias são conhecidas como Minka, tradicionais casas japonesas, eram casas desprovidas de riqueza, enquanto as vestimentas eram, em geral, surradas e com tecidos comuns, e a dieta baseava-se em cereais e legumes.

Não tinham festas comemorativas, apenas impostos e mais impostos cobrados pelos guardas para pagar as mordomias do Imperador.

Nessa época, muitas pessoas foram mortas injustamente por terem sido acusadas de magia negra, por uma falsa denúncia ou apenas contrariando xintó e ao taoísmo.

Próximo à cidade, morava uma família humilde de camponeses, a família Takeda. A família era composta pelo pai, mãe e dois filhos e uma filha mulher.

Entre os familiares, o filho mais velho se chamava Naoki Takeda, um garoto trabalhador de 17 anos. Seus pais tinham esperança que seu filho logo encontrasse uma esposa, já que está na idade de se casar e seus pais tinham medo que seu filho virasse um “malandro”.

Naoki, apesar de ser obediente aos seus pais e um bom trabalhador, se recusava a todo custo se casar. Isso nunca teve em seus planos. Ele almejava ser um dos cavaleiros do imperador, mas esse sonho aos poucos foi se tornando distantes.

Porém, os pais das belas moças, queriam que a mesma se casasse com homens ricos e com títulos nobres, não com um pobre plebeu como ele. Com isso, o menino se sentia irritado, ele não queria se casar, mas odiava o fato de ser recusado de uma forma tão ridícula.

Como era o seu dia de folga no campo, onde fazia a colheita de arroz da plantação de seus pais, ele decidiu ir até o bosque onde havia um pequeno riacho para se banhar. Lá era o seu lugar secreto, onde ele podia descansar ou apenas fugir das encrencas que se metia. Nesse lugar, havia árvores altas de várias espécies, principalmente as cerejeiras - as quais eram preferidas dele. O ar melancólico daquela floresta o deixava bem, Naoki gostava de tirar um tempo para si mesmo.

Ele corria pelo campo em direção à floresta. Ele se sentia vivo enquanto sentia o vento bater contra seu rosto e fazer seus cabelos esvoaçarem. Era o único momento que se sentia vivo, correndo livremente pelo campo.

Ao chegar no arvoredo, um lindo homem de roupas tão brancas como as nuvens em um dia ensolarado e cabelos longos, amarrados por uma fita vermelha de seda detalhada em ouro. Ele estava sentado encostado na imensa cerejeira. O homem desconhecido cantarolava baixinho de olhos fechados, apenas sentindo a brisa fresca em seu rosto.

— Ei, rapaz. — Takeda o chamou. — O que te trás aqui?! Esse lugar não é seu!

— Ao olhar suas vestes, suponho que esse lugar também não o pertence. — O pequeno garoto se pronunciou com um pequeno sorriso estampado em seu rosto.

Para Naoki ele parecia mais um nobre de nariz empinado.

— Ora seu... Ninguém te deu educação?! — Takeda falou andando até o garoto.

— Seu mau humor me assusta. Já pensou em ser um pouco mais calmo? — O menino olhou para o outro. — Vamos, estou brincando com você, sente-se.

O homem, até então desconhecido, se sentou cruzando suas pernas e, com um grande sorriso, ele apontou para seu lado em um pedido mudo para que Naoki se sentasse ao seu lado.

— Como achou esse lugar? — Naoki se sentou ao lado do garoto e suspirou se encostando na árvore.

— Vim da Vila das Cerejeiras — O garoto falou ainda com um lindo sorriso no rosto.

— Vens de tão longe... Por que atravessaste a floresta sozinho?

— Eu gosto do ar da floresta — Ele espreguiçou-se contra a madeira na árvore e fechou seus olhos. — Aqui, ninguém pode me fazer mal...

— Como te chamas?

— Me chamo Yoshiro Ren — O garoto finalmente estabeleceu contato visual.

— Eu sou Naoki Takeda.

— "Árvore honesta", "nobre aspiração". Seu nome é belo.

— O seu significa "amor de lótus", não?

— Um significado tão bobo, não é? — Ren riu. — O que te trás para esse bosque?

— Assim como você, gosto da calmaria daqui. — Naoki deu de ombros.

— Você é um homem interessante, deve ter várias mulheres aos seus pés.

— Sou apenas um plebeu, não tenho essa fama. Mas não posso negar que há algumas atrás de mim. — Falou convencido.

— É um homem de vasta modéstia. — Ren falou rindo. — Oh! Olhe, o sol já está se pondo, tenho que voltar antes que sintam a minha falta. — Ren se levantou e bateu em sua roupa, tirando a terra.

— Analisando suas vestes, você parece um nobre...

— Quem saiba eu seja um. — Ren sorriu e arrumou o coque no seu cabelo e começou a andar para longe.

— Ei! — Naoki se levantou rapidamente, algo dentro de si dizia para fazer isso. — Ao menos podemos nos encontrar novamente?

— Hm... Não me parece má ideia. — Ren olhou novamente para o garoto com simpatia. — Amanhã, assim que o sol se pôr.

Naoki sorriu e concordou. Já Yoshiro sumiu em meio às árvores de folhas escuras.

Naquele mesmo dia, uma linda amizade havia se iniciado.

...赤い糸...

Na manhã subsequente, Naoki se encontrava ansioso. Ele queria ver aquele homem novamente e, apesar de sua “misteriosidade”, ele parecia ser um bom homem.

Seu olhar estava perdido, mal prestava atenção ao seu redor. Com isso, fora repreendido diversas vezes em seu trabalho. Seu irmão mais novo se aproximou e falou:

— Parece estar tendo vários devaneios hoje. Está pensando em uma das belas damas apresentadas por nosso pai?

— De fato são damas encantadoras, ricas e educadas. — Ele suspirou e parou de ceifar as Oryza sativa (arroz). —  Contudo, nenhuma me chamou a atenção.

— Fico espantado com isso. São as melhores mulheres da vila. As mais bonitas e de famílias bem sucedidas. — Naoki olhou para seu irmão e riu assim que o viu estar perdido em seus próprios pensamentos. Ele voltou a ceifar.

— Não tenho recursos para sustentar as riquezas dessas mulheres. — Naoki suspirou alto. — Sou um pobre homem nascido em uma família humilde.

— Seus pais tem um belo terreiro com uma colheita de arroz próspera! — Fuyuki olhou para o amigo.

— Isso não é o bastante. — Naoki riu.

Quando perceberam, passos foram ouvidos. Naoki logo olhou para o lado, era seu pai. Ele tinha um semblante cansado, porém, feliz.

— Isso é tudo por hoje, fizeram um bom trabalho!

— Finalmente! — Fuyuki se espreguiçou estalando suas costas, um abito seu. — Parecia que o sol nunca iria se pôr!

Naoki olhou para o horizonte e sorriu ao ver o sol se pôr. Ele entregou seu Kasa Jizō, que possui uma similaridade com os guarda-chuvas, para Fuyuki e começou a andar para longe da plantação de arroz.

— Aonde vai? — Seu amigo olhou confuso.

— Sentir um pouco de ar fresco. — Ele falou alto andando para longe de lá.

— Esse garoto... — Fuyuki falou rindo tirando seu próprio chapéu.

Naoki andava calmamente, mas assim que saiu do campo de visão dos trabalhadores e de seu amigo, ele começou a correr em direção à floresta. Correm era algo que Naoki adorava fazer, ele se sentia vivo ao sentir o vento em seu rosto.

Quando chegou na tão esperada floresta, ele sorriu e diminuiu a velocidade de seus passos. Ele estava animado para ver aquele homem de cabelos longos e vestes claras novamente.

Por algum motivo seu coração palpitava rápido em seu peito, talvez a ansiedade por saber mais sobre aquele homem, ou apenas o medo que possa acontecer algo ruim consigo.

Seu sorriso foi desaparecendo assim que entrou na floresta, ele olhava para os lados atento a qualquer barulho e a qualquer movimento brusco nos arbustos.

Assim que chegou em frente daquela linda cerejeira, uma árvore alta e bela. Como era primavera, suas flores rosadas esbanjavam sua beleza. Aquele homem não estava mais ali. Por um segundo, Naoki sentiu um grande tolo por acreditar nas palavras de um desconhecido.

— Achei você. — Uma voz que recentemente se tornou familiar foi ouvida atrás de Takeda. Em um susto, ele se virou. — Ah! Mil perdões, não foi a minha intenção assustar você. — Yoshiro riu baixinho. — Pensava que tinha desistido de me encontrar.

— Eu nunca desisto! — Takeda falou convicto.

— Não sei se te acho um homem de palavra ou apenas um tolo que ouviu um estranho. Sabe bem que há feiticeiras por aí, eu poderia ser um deles.

— Por algum acaso você é? — Takeda perguntou em um tom divertido.

— Quem sabe eu seja, belo rapaz. — Yoshiro riu.

— Você é um nobre, não?

— E novamente essa pergunta. — Ren suspirou e andou até a árvore, se sentando em suas raízes.

— Bom, você sabe que está conversando com plebeu, certo?

— Vamos fazer assim,  quando estivemos nessa floresta, nós somos iguais, sem nenhum título para nos atrapalhar.

— Ok... — Takeda concordou sem pensar duas vezes. Era uma ótima proposta. Ele andou até o outro e se sentou ao seu lado.

— Sabe, já vi você aqui algumas vezes.

— Ahm? — Naoki questionou surpreso. — Você ficou me espiando?!

— Claro que não. — Yoshiro riu da reação surpresa de Naoki. — Assim que vi você, voltei para casa.

— Menos mal. — Takeda riu baixinho.

— Você deveria deixar seu cabelo crescer. — Yoshiro levou sua mão para os cabelos curtos e negros de Naoki, que ficou paralisado com tal ação, tentando processar o que acontecia. — Você ficaria lindo.

— Olha... — Naoki tirou a mão alheia de seus cabelos. — Apenas nobres podem ter cabelos grandes como o seu. Aliás, você é filho de quem?

— Hayato Ren, sou filho de um guerreiro do imperador. — Disse em um tom tedioso.

— Wow! E você irá servi-lo também?

— Pretendo ser um simples camponês, mas parece que isso está fora de alcance para mim... — Yoshiro suspirou e se encostou no tronco da árvore, logo olhando para o homem ao seu lado. — E qual é o seu desejo?

— Quero ser um samurai! Servir nas guerras e ser um verdadeiro herói!

— Mas heróis salvam ao invés de matar... — Yoshiro falou olhando para o céu.

— Mas eu estarei servindo a nossa pátria, o nosso império ao lado do imperador.

— O imperador apenas dá ordens para matar, isso não é ser herói ou servir a pátria. Você deveria saber disso mais que ninguém. — Ren suspirou alto. — Enquanto cabeças rolam no campo de batalha, o imperador se serve com um grande banquete. Pessoas passam fome e frio nas noites geladas, mas ele continua sendo o herói, apenas sentado em seu trono.

— Você tem uma visão bem ampla... — Naoki sorriu envergonhado. — Mas mesmo sabendo disso tudo, você ainda quer ser um camponês. Por quê?

Miyako sorriu imaginando como seria sua vida como um simples camponês, ao invés de um filho de um samurai.

— Sua vida, apesar de difícil, é gratificante. Você trabalha para ganhar seu alimento, sua vida tem um propósito.

— Eu daria tudo para ter a sua vida! — Naoki exclamou sério. — Você é um dos nobres, tem tudo e todos aos seus pés!

— Do que adianta tudo isso e não ter um pouco de felicidade? — Yoshiro encostou sua cabeça no ombro de Naoki, o que fez que o outro se assustasse.

— Ei... Sei que vocês nobres têm gostos peculiares, mas eu não sou... Desse tipo... — Naoki se referia a sabodomia, prática bastante recorrente entre a nobreza. Afinal, muitos títulos de nobres foram banidos por esse motivo.

— Eu não farei nada que você não queira. Apenas me deixe descansar sobre seus ombros por alguns minutos...

Takeda suspirou alto, mas deixou aquele desconhecido descansar sobre si. Aquele homem de cabelos longos e roupas nobres dormiu como uma criança em seu ombro; parecia que a dias ele não dormia tão bem como naquela noite.

...赤い糸...

Passaram-se algumas semanas, e os dois homens continuavam se encontrando às espreitas naquela linda floresta, iluminada pelas estrelas e pela linda Lua.

A amizade deles apenas cresceu, os fazendo voltar tarde da noite, apenas para ficar mais tempo juntos. Eles eram o refúgio um do outro.

E a intimidade desses homens foi apenas aumentando conforme se encontravam, noite após noite eles se encontravam,apenas para perguntar “como foi seu dia”. Dessa amizade, aos poucos foi florescendo o amor e assim que os lábios de Yoshiro tocaram os de Naoki, um simples selar que mudou a vida de ambos. E Naoki se tornou aquilo que ele mais julgava; um admirador do corpo masculino e de seus beijos cativantes. Mas ao contrário de muitos, ele tinha olhos apenas para um homem; aquele homem de cabelos longos que conheceu na floresta.

Mas em uma noite, aquela infame noite, Hayato, pai de Yoshiro, acabou seguindo seu filho em uma de suas noites. E viu a cena onde o seu filho beijava os lábios de outro homem com luxúria. E tudo só piorou quando um arfar ecoou por sua boca.

O sangue daquele soldado ferveu e seus olhos demonstravam todo seu desprezo. Em passos rápidos ele andou até os dois homens e pegou seu primogênito pelos braços e começou arrastar o mesmo pelo caminho enquanto ele tentava se soltar de suas mãos grossas e fortes.

Naoki se encontrava desesperado, sem saber o que fazer ou como reagir àquela situação. Ele apenas seguiu os dois implorando para que o mais velho soltasse seu amado. Mas ele não foi ouvido.

Por ser tarde da noite, eles tiveram a grande sorte de ninguém vê-los nessa bárbara situação. Assim que a porta da casa foi aberta, Hayato jogou seu filho contra o chão.

Naoki correu até seu amado e o ajudou a se levantar. Yoshiro tinha lágrimas em seus olhos, ele não imaginava que algo do tipo poderia acontecer, ele foi cuidadoso por tanto tempo; como pode cometer tal deslize?

— Sabe o que você fez?! — Hayato, pai de Yoshiro, falou irritado. — Sabe o quanto eu sofri para chegar até aqui, para você estragar tudo?!

— Não fale assim com ele! — Takeda levantou para defender Yoshiro.

— E você quem é? O amante dele?

— Não! Sou seu único e verdadeiro amor!

— Não fale isso... — Yoshiro sussurrou, ele se ajoelhou na frente dos dois. Yoshiro tinha medo do que seu pai era capaz de fazer contra Naoki. Ele preferia a morte ao ver ser amor ser destruído pelo seu próprio pai. — Me puna, mas deixe ele fora disso, eu o conduzi a fazer isso. Eu o seduzi!

Os olhos de Yoshiro brilhavam por conta de suas lágrimas, ele estava apavorado com o que poderia acontecer. Hayato empurrou Takeda e puxou seu filho por seus cabelos. Logo dizendo as seguintes palavras com rancor:

— Como tem coragem de proferir tais palavras tão repulsivas?! — Hayato apertou os cabelos de seu filho com força.

Yoshiro arfou de dor, ele levou suas mãos até as de seu pai, tentando se soltar das mãos do mais velho. Naoki olhava aquilo horrorizado, e quando foi socorrer seu amado, Hayato empurrou seu filho novamente, o fazendo colidir com o chão, pela segunda vez.

— Você me enoja. — Ele disse enfurecido.

O homem andou em círculos irritado. Uma silhueta feminina foi vista no corredor.

— Querido, o que está acontecendo? — A mulher perguntou assustada.

Yoshiro olhou para o corredor e olhou desesperado para a única pessoa que poderia o salvar daquela situação. A mulher olhava aquela cena sem saber o que pensar, um homem desconhecido com um semblante amedrontado, seu filho a olhando com desespero e seu marido os olhando com desprezo.

— Não se intrometa, vá para a cama!

— É assim que trata sua mulher? — Naoki perguntou em um tom debochado. — Me pergunto, de onde vem a gentileza de Yoshiro, talvez apenas de sua mãe. E graças aos céus, apenas a ela.

Ao ouvir essas palavras, Yoshiro arregalou seus olhos. Naoki estava brincando com o fogo, sem a menor preocupação em se queimar.

— Naoki, pare... Ele pode te machucar... — Yoshiro se levantou às pressas e entrou na frente de Takeda.

— Estou falando com ele no momento! — Hayato agarrou os cabelos de seu filho o puxando para longe. Mas Naoki agarrou o pulso do mais velho, o impedindo.

— Solte os cabelos dele! — Naoki falou irritado. Seu olhar era carregado de fúria e indignação

O homem relaxou os dedos, libertando o filho de seu toque rude e se soltou do aperto das mãos de Takeda, ele olhava diretamente nos olhos do mais novo e falou:

— Saia dessa casa. — Ele apontou para a porta com um olhar raivoso. — Leve ele com você e nunca mais cruze o caminho comigo! Quero que vocês queimem na brasa do inferno, esse é o lugar de pessoas como vocês.

— Vai deserdar assim de seu filho. Como se ele não fosse parte de sua família? Seu sangue? Que tipo de pai é você? — Já irritado, Hayato levou suas mãos para o pescoço do outro. Naoki levou suas mãos até a do mais velho tentando se soltar do aperto, mas ele ainda achou forças para falar: — Como sua esposa aguenta alguém tão intolerante e bruto como você?!

— Não fale da minha esposa em vão! — Hayato falou fora do controle.

Yoshiro conseguia ver a ira de seu pai apenas olhando em seus olhos, o suor escorrendo pelo seu rosto e os clássicos olhos vermelhos.

— Pai! — Yoshiro arregalou seus olhos ao ver o que seu pai estava fazendo. — Solte ele! — Ele tentava separar os dois.

— Parece... Que realmente... Nos veremos no inferno... — Naoki falou sorrindo, mas ainda tentando sair dos apertos das mãos grandes do mais velho.

— Solte ele! — Yoshiro exclamava freneticamente tentando fazer seu pai soltar Naoki. Lágrimas involuntárias caiam de seus olhos castanhos que demostrava todo o desespero do rapaz.

— Cale a boca! — O homem falou com ira transbordando em seus olhos.

Naoki olhou com seus olhos marejados uma última vez para seu amado e sorriu, um sorriso sincero.

— Eu... Sempre estarei... Com você... — Ele sussurrou com dificuldade, logo fechando seus olhos.

— Não! — Yoshiro exclamou assustado. Ele olhou em volta e viu a espada de seu pai. Ele pegou a mesma e colocou sobre seu próprio peito. — Solte ele ou me matarei! Todos o culparão por minha morte!

Assim que o homem soltou o pescoço de Takeda, o mesmo caiu contra o chão. Ele não havia resistido.

— Naoki... — Yoshiro correu até seu amado ainda com a espada em mãos. Ele soltou a mesma ao lado do corpo desacordado de Takeda e deitou sua cabeça sobre o peito do mesmo, para ouvir o coração do outro. — Você... O matou...?!

O mundo parecia ter se silenciado, Yoshiro sentiu toda sua força esvair-se de seu corpo, com suas mãos trêmulas ele tocou o rosto de Naoki. Ele sentiu um aperto enorme em seu peito, ele queria gritar, queria que todos sentissem sua dor.

Yoshiro olhou com rancor para o seu pai, ele pegou a espada e se levantou. O doce Yoshiro havia morrido junto ao seu amado, com seu olhar cerrado ele apontou a espada para seu pai e disse indiferente:

— Eu não irei te matar, porque será apenas uma vingança volúvel, pois eu quero que você pague por cada dia da sua vida. — Ele olhou no fundo dos olhos de seu pai. — Isso é culpa sua.

— Não faça isso! — Ele sorriu com sarcasmo, ele sabia que seu filho não teria coragem de cravar a espada em seu próprio peito. Ou teria?

Yoshiro olhou uma última vez o corpo do seu amado e falou:

— Eu te encontrarei, seja aonde você estiver, eu procurarei por você por toda a eternidade... Eu te amo e te encontrei...

Yoshiro olhou mais uma vez para seu pai e cravou a espada em seu próprio peito. Ele viu seu pai arregalar seus olhos, ouviu sua mãe gritar, só então viu que ela estava escondida vendo toda aquela situação. Seu corpo colidiu com o chão, o vermelho vibrante escorria por todo o assoalho.

Ele olhou uma última vez para seu amado antes de dar seu último suspiro.

...赤い糸...

Mais uma história escrita com muito amor

Estava tão anciosa para finalmente posta-la, e ai esta o meu bebê!...

Trabalho nessa história há um tempinho, espero que gostem dela....

Até quarta-feira My Little Butterflies.🦋✨***...

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Comments

Diva

Diva

Uiaaaaa!
Aiai.

2022-10-18

1

Cleonice Goltara

Cleonice Goltara

Enzo

2022-06-07

0

Deise💙Fujoshi sem salvação💙

Deise💙Fujoshi sem salvação💙

Minha nossa..! Estou encantada, e apaixonada por essa história. Parabéns autor(a) vc tem uma escrita impecável, e a sua narrativa é ótima.😍😍😍😍

2022-04-04

2

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