...
...Miyako Ren...
Lá estava eu novamente, naquela floresta escura. Estranhamente eu não sentia medo, naquela noite eu estava me sentindo seguro. Será que eu encontrarei aquele homem? Eu preciso encontrá-lo! Olhando para um lado e para o outro entre as árvores, eu o encontrei sentado nos pés naquela mais bela. Eu andei até ele, não posso esconder o entusiasmo que sinto ao vê-lo.
Ele tinha seus olhos fechados, parecia estar dormindo... Eu caminhei calmamente até ele e me sentei ao seu lado.
— Você demorou essa noite. Foi difícil sair despercebido de seu pai? — Ele finalmente abriu seus olhos para me olhar. Eu sem saber o que dizer apenas concordei. Ele virou seu rosto, fechou seus olhos novamente e suspirou alto. Parece irritado, cansado.
— Está tudo bem com você?
— Não é nada, só estou um pouco cansado... — Ele finalmente me olhou nos olhos. — Posso deitar-me no seu colo?
Não é como se eu pudesse negar. Eu de fato não o conheço, mas ele conhece essa pessoa que eu supostamente sou. Isso é tão confuso...
Eu concordei um pouco apreensivo, ele sorriu e deitou sua cabeça sobre meu colo. Ele fechou seus olhos e sorriu. Ele parece ser uma pessoa boa. Por impulso toquei em seus cabelos e aquilo me fez bem, como se mágicamente ele pudesse me transcender a paz. Sua mão foi ao encontro a minha, vi que ela estava machucada e calejada.
— O que aconteceu com sua mão? — Eu a peguei cuidadosamente e trouxe para perto para olhá-la. Não é como se eu fosse um médico ou um curandeiro, mas eu entendo um pouco sobre isso.
— Eu trabalhei demais hoje... Acabei machucando-as...
— Temos que cuidar desse seu machucado, ou eles podem piorar... — Falei preocupado. Eu olhei em volta a procura de água corrente, e por muita sorte, eu avistei um riacho. — Se levante, vamos lavar esses machucados...
Ele acatou o meu pedido e andamos até o riacho. Eu lavei seus machucados de suas mãos com cuidado para que não fosse doloroso para ele. Me levantei e olhei ao redor.
— O que está procurando?
— Fique aqui, eu já volto.
Eu andei a procura de alguma planta medicinal. Olhei de um lado para o outro à procura dessa planta. Por ser noite estava me sentindo um pouco limitado para ver as pequenas plantas no chão. Mas com muita sorte eu achei uma; Aloé vera.
Eu quebrei uma folha e corri até Naoki, ele continuava lá, sentado na beira do riacho.
— Me de suas mãos, por favor. — Eu me ajoelhei ao seu lado, ele estendeu suas mãos para mim. Passei cuidadosamente a baba da planta sobre seus calos e cortes. — Você deve pegar leve, ou poderá se machucar mais...
Minha fala foi interrompida quando seus lábios tocaram os meus. Uma onda de calor percorreu por todo o meu corpo, era surpreendentemente bom. Apesar de estar surpreso, eu não consigo me afastar, mesmo se eu quisesse.
Era um beijo estranhamente compatível, como se fosse um beijo nascido de uma antiga conexão. Agora consigo imaginar o que andamos fazendo naquela floresta apenas iluminada pelas estrelas, mas afasto o pensamento. Nossos lábios se separam, ele se afastou minimamente do meu rosto, apenas para poder olhar em meus olhos.
—Eu tomarei mais cuidado, prometo. — Ele se afastou se sentando como antes.
Confesso que ainda estou paralisado, ainda consigo sentir o calor e a pressão de seus lábios aos meus.
— Você está bem? — Ele perguntou com ternura.
— Ah... Eu estou bem sim... — Olhei novamente as suas mãos. Eu soltei a planta no chão, rasguei um pedaço do meu Hakama branco.
— Ei, não faça isso! — Ele falou surpreso. — Você não precisa fazer isso... Essa roupa deve ser muito cara para estar rasgando por minha causa.
— Você está machucado. Precisa de cuidados. — Murmurei ainda um pouco envergonhado do acontecimento de minutos atrás. Eu comecei a enxaguar suas mãos. — Certifique-se de deixá-las limpas para não machucá-las mais.
— Você é ótimo fazendo isso. — Ele sorriu olhando para as suas mãos. — Você melhorou cem por cento a minha noite! Obrigado Yoshiro-Kun. — Ele olhou para o Céu. — Acho melhor irmos logo... Precisamos voltar antes do amanhecer, para descansarmos e ninguém perceber a nossa ausência...
Eu concordei.
— Nos vemos amanhã à noite, Yoshiro-Kun. — Ele beijou a minha testa e se levantou. — Eu vou primeiro.
Ele começou a se distanciar me deixando sozinho na floresta.
...赤い糸...
Assim que acordei, percebi estar em meu quarto novamente.
— Foi mais um sonho. — Levei minhas mãos para meus lábios.
Ele me beijou...
Então somos um casal? Somos um casal! Isso é tão estranho admitir... Mas de certa forma é bom. Pelo menos não sou um encalhado em meus sonhos. Pensando bem, faz um pouco de sentido nos encontrarmos na floresta na calada da noite, ninguém aprovaria nosso namoro, não que nessa época aprovem...
No que diabos estou pensando, isso é ridículo, um sonho não pode me fazer isso, é impossível. Eu obviamente tenho controle dele, consigo me expressar e ter reações...
— Ou sentir... — Coloquei minha mão sobre meus lábios. — Melhor eu me apressar.
Narrador
Miyako havia acabado de chegar na editora, novamente. Ele saiu para se encontrar com um cantor que entrevistaria e foi como todas as suas outras entrevistas.
O rapaz estava cansado da infame rotina, mas o que ele poderia fazer de diferente? A única novidade que tinha era que estava tendo sonhos que ele tinha certeza que realmente estava acontecendo de verdade. Porém, quem acreditaria nisso, nem mesmo seu melhor amigo acreditava nele.
— Como foi a entrevista com o cantor? — Senhor Tatsuo perguntou curioso.
— Ele é gentil, e se comunica bem. Foi boa.
— Mesmo assim você continua sério. — Ele brincou.
Miyako não respondeu, afinal, ele sabia que era uma brincadeira.
— Como está indo a entrevista?
— Farei uma última na semana que vem. Mandarei uma cópia para ele aprovar também.
Tatsuo olhou para o notebook do outro, vendo o que ele já havia feito. A entrevista foi bem sucedida, ele tinha várias informações e curiosidades sobre o artista, o que era muito bom.
— Ele contou algumas curiosidades novas, até sobre namoro, foi bem interessante ele ter se aberto comigo. — Miyako falou dando de ombros. — Mas não falou se realmente tinha alguém, falamos sobre os rumores dele ter saído com uma mulher em um restaurante chique, mas me certificou que eram apenas grandes amigos de infância.
— Parece bom. — Ele olhou o seu relógio. — Parece que está na hora de encerrarmos por aqui.
— Oh! Então eu acho que já vou indo.
Miyako salvou a entrevista e desligou o notebook, ele se despediu de seu chefe e de todos os seus colegas de trabalho e saiu de lá.
Como são 18 horas da tarde, Miyako pensou em passar na cafeteria e se deliciar com um capuccino e foi exatamente o que ele fez.
O caminho não era longo e nem demorado. Assim que chegou na cafeteria, ele percebeu estar movimentada, talvez pelo horário.
Ele entrou e foi direto para a bancada, pronto para fazer seu pedido. Duas pessoas estavam em sua frente então ele esperou calmamente.
Ele olhou ao seu redor, havia um homem com um buquê de flores em sua mão, e na outra um livro, o seu livro. E quase que inconscientemente ele sorriu. Era bom ver alguém ler um livro escrito por ele. Quando chegou sua vez ele fez seu pedido e se sentou em uma mesa de dois lugares no canto.
Ele pegou seu celular e começou a ver as mensagens. Uma era da editora, ele rapidamente abriu o chat respondendo.
________
Editora Hanabira: Olá, Miyako-San. Ficamos muito felizes com o rendimento de seu livro. Há várias pessoas buscando por esse título, as divulgações nas redes sociais ajudaram bastante.
^^^Miyako:^^^
^^^Wow, fico lisonjeado ao ler isso, definitivamente não imaginei que meu livro pudesse se tornar tão famoso entre as pessoas.^^^
Editora Hanabira: Por ser um livro adulto e que aborda questões de sexualidade, há uma probabilidade disso ser um dos motivos para as vendas estarem na média. Mas para seu primeiro livro, as vendas estão indo muito bem.
^^^Miyako:^^^
^^^Ouvir que existem pessoas gostando do meu livro, isso já é uma grande conquista. Muito obrigado por me dar essa oportunidade.^^^
________
— Miyako-San. — Seu nome foi chamado.
Ele desligou seu celular e andou até a bancada onde retirava o pedido. Ele voltou para a mesma mesa com o café em mãos.
— Ah... Com licença. — Miyako se virou para ver o dono da voz. Era o homem que lia seu livro.
— Florista. — Ele falou surpreso. — Digo, Akira-san.
— Oh! É você. — Ele sorriu. — Eu não me toquei que seria você.
— É uma surpresa vê-lo novamente!
Akira estava envergonhado por estar em frente a um de seus escritores favoritos.
— Eu não fazia ideia que você era o escritor que eu estava lendo. Sigo você no blog e agora estou lendo seu livro. — Ele mostrou o livro.
— Fico lisonjeado. — Miyako sorriu. — Gostaria de se sentar?
— Oh! Não. Eu preciso fazer uma entrega. — Ele mostrou o buquê, Era um buquê de rosas vermelhas e todos os seus espinhos foram retirados. — Parei para tomar um café. — Akira olhou para o outro e pegou uma rosa do buquê e entregou para Miyako.
— Obrigado. — Miyako agradeceu confuso, mas encantado pela gentileza do florista.
— Miyako-San, ehr... Poderia autografar meu livro? — Ele perguntou envergonhado.
— Oh, claro! — Miyako sorriu alegre.
Claro, não era a primeira vez que ele iria dar um autógrafo para um de seus leitores. Mas isso foi apenas no lançamento do livro, onde ele apresentava seu livro, para seus leitores.
Ele pegou uma caneta e autografou o livro.
— Prontinho! — Miyako entregou o livro para Akira.
— Muito obrigado! E perdoe-me por atrapalhar sua tarde... — Ele se desculpou envergonhado.
— Não precisa se desculpar, é realmente bom ver alguém lendo o meu livro.
— Você será um grande escritor! — Ele sorriu. — Oh! Olhe a hora, eu preciso ir entregar esse buquê. Muito obrigado pelo autógrafo, e parabéns pelo belo livro.
Eles se despediram rapidamente, assim que Akira saiu da cafeteria. Miyako não conseguia desfazer seu sorriso enquanto olhava para a bela flor em suas mãos.
Era a primeira vez que era "reconhecido" por alguém. E essa sensação era extremamente maravilhosa para Miyako.
Mas assim que voltou para a realidade, ele colocou a flor ao lado de seu café. Ele abriu sua mochila e de lá tirou o seu netbook. Miyako começaria a escrever mais sobre os personagens e suas biografias.
— Parece que as coisas estão fluindo. — Miyako falou animado ao ver que agora estava tendo várias ideias para sua história.
...赤い糸...
...Essa história de Miyako pode ser um obstáculo ou uma solução?...
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Deise💙Fujoshi sem salvação💙
Tô começando a suspeita que esse florista seja o Naoki, pq eu tô achando muita coincidência os encontros deles, parece coisa do destino.
2022-04-04
4
blue sky
pensando bem, agora akira parece ser tão importante quanto o yuri... quem deles é Naoki?
2021-11-05
1
blue sky
miyako etsa se apaixonando por Naokiiiii
2021-11-05
1