*Não revisado*
Aquilo foi demais para a criança raciocinar.
Geralmente, o menino era muito inteligente e observador, ele sabia seu lugar, e podia ver as intenções das pessoas nos olhares nojentos delas.
Mas no momento, ele mal podia ler os olhos daquela mulher. Suas ações eram tão quentes e amorosas que derretia o pequeno coração do garotinho. Ele simplesmente não conseguia raciocinar. Sua mente e coração estavam sendo inundados por sentimentos novos e acalorados.
Ele ergueu os olhos e instintivamente pressionou sua mãozinha em sua bochecha recém beijada. Completamente surpreso e assustado.
Su Jiu pôde ler perfeitamente a mente de seu pequenino. Ela sorriu de indo confortá-lo.
-Você não precisa se preocupar, se eu fosse te machucar já deveria tê-lo feito! Você pode confiar em mim-
Ele realmente não precisou de muito tempo para automaticamente relaxar por completo. Afinal, por mais sofrido que tenha sido sua vida, ele ainda era uma criança, ele estava na fase onde deveria ser mimado e protegido por alguém, ele estava na fase onde dependia de um mais velho.
Não foi difícil a criança ser completamente conquistada e sem o conhecimento de Su Jiu, ele já havia colocado toda a sua confiança nela, seu mundo era onde ele podia vê-la agora. Ela sabendo ou não, discretamente aquela responsabilidade já havia sido colocado em suas costas.
O garoto não precisou mais raciocinar, ele decidiu deixar todos esses sentimentos e pensamentos confusos para lá. Ele os desvendaria com o tempo. Ele simplesmente escolheu seguir o que seu coração pedia no momento.
E era: Eu quero ficar ao lado dessa moça para sempre.
Egoísta? Irracional? Impulsivo? Ele não sabia. O garoto só deixaria temporariamente para lá.
Afinal, por mais inteligente que fosse, ele ainda era uma criança de 5 anos!
Meio hesitante, ele passou os braços em volta do pescoço dela e apertou de leve como se concordasse com ela.
Sua pelúcia estava pendurada em uma de suas mãos, parecendo um enfeite nas costas da mulher.
Su Jiu sorriu -Vamos lavar a mão antes de comer sim?- ela lentamente o colocou mais confortavelmente em seus braços, e espalhou leves tapinhas nas costas da criança.
Enquanto caminhavam para o banheiro, o bebê realmente se sentia extremamente feliz e satisfeito, aquilo era algo que ele pensou que não merecia ou nunca na vida teria.
Foi inevitável as lágrimas que fundiam com o vestido beje de Su Jiu da criança. Envergonhado, ele afundou sua cabeça no pescoço da mulher afim de secar suas lágrimas rapidamente.
Depois de já lavado, Jiu demorou um pouco para persuadir a criança a solta-la e sentar-se no banquinho ao lado dela para comer. No fim, a fome venceu e o garoto sentou-se obedientemente na cadeira da mesa, com alguns óbvios livros em cima para ele alcançar a mesa. Já havia passado um bom tempo então Su Jiu não precisou esfriar a comida antes de servi-lo ao garoto.
Observando-o comer, JiuJiu de vez em quando avisava o menino para comer devagar. Como era a primeira vez em que alguém se preocupava com ele, o menino não queria magoa-la, então só pôde reduzir a velocidade das mãos.
Enquanto mordiscava sua comida de vem em vez, Su Jiu começou a repassar o enredo da história, tentando lembrar se havia deixado escapar algo ou se ao menos a aparência do menino a sua frente era mencionada. Mas se decepcionou ao ter certeza depois de um tempo que a criança nunca fora mencionado ou citado no livro. Provavelmente era mais um figurante.
JiuJiu apoiou a cabeça em uma das mãos.
-Querido, te trouxe aqui porque o vi caído na rua em frente a minha casa, onde estão seus pais? Você mora por aqui?- Ela perguntou sem rodeios. De fato era algo complicado de se perguntar para uma criança, mas em algum momento ela teria de trazer isso a tona, e adiar não era uma boa opção.
O menininho sentiu seu coração esquentar com o apelido dado pela mulher. Por conta da boa atmosfera, ele não se sentiu incomodado com a pergunta, ele era uma criança inteligente e muito madura para seu tamanho aparentemente. Principalmente na frente dela, ele sinceramente sentia que não tinha medo de nada, e realmente não podia vacilar.
-Eu não sei- ele respondeu após uma colherada -Eu cresci num orfanato, não conheço meus pais. Vim parar aqui por coincidência.- Apesar de algumas pronúncias erradas e da voz incrivelmente leitosa e fofa de uma criança, o garotinho realmente se sentia indiferente com o assunto, e Su Jiu entendeu um pouco da seriedade na voz do menino.
Depois de entender a situação do garoto, Jiu não perguntou mais. Ela calmamente terminou seu prato e esperou até que a criança se sentisse satisfeita. Após isso, ela levou as vasilhas e pratos para a pia e trouxe uma bandeja com dois potes de vidro.
Em cima da mesa, eles chamaram muita a atenção da criança.
No pequeno pote, havia um bolinho fofo e saliente numa cor escura, ele estava enfeitado com fatias de morango e parecia na verdade ter uma aparência simples e sem graça, mas ele continha um segredo.
O menino já podia sentir sua baba escorrer por entre a boca aberta. Ele encarou curioso Su Jiu. Ela sorriu feliz, limpando com paciência a baba na boca da criança.
-Este é um doce especial que fiz como um experimento. Na verdade, é uma receita secreta, passada de gerações em minha família. Hoje decidi completa-la, para enriquecer meus conhecimentos. E você será o primeiro a tentar, tudo bem?- O tom na voz de Su Jiu era baixo e sugestivo, dava a impressão de que o assunto parecia ser realmente secreto e cheio de surpresas. Bem, aquilo funcionou completamente na criança. Ele rapidamente entrou na atmosfera, e apertou os olhinhos parecendo sério ao ouvir as explicações de JiuJiu com extrema atenção.
Su Jiu não pôde evitar sorrir. Ao ouvi-la terminar, ele acenou com a cabeça decisivamente.
Como se fosse algo extremamente importante e secreto, o garotinho olhou para Jiu com determinação, com ‘farei isso custe o que custar’ estampado em seu rostinho redondo.
Su Jiu naturalmente entregou o menor bolo para o menino, ela não queria que ele tivesse problemas por conta de muito açúcar, então decidiu diminuir a carga.
Felizmente, o garotinho não se importou em comparar os tamanhos de ambos os bolos, ele já estava feliz o suficiente por poder experimenta-lo. Vendo a mulher acionar pra si, a criança se apressou em pegar o doce e enfia-lo na boca.
A princípio, parecia um bolo normal, com uma textura fofa e volumosa de chocolate, mas o pequeno se surpreendeu ao dar somente uma leve mordida no bolo e ele simplesmente se desmanchou em sua boca, deixando escapar um líquido doce de morango que lembrava geleia.
Os olhos do pequeno se transformaram em pequenas estrelas. Ele corou e rapidamente tampou a boquinha com as duas mãos pequeninas e gorduchas.
O bolinho era doce na medida certa do chocolate, ele era macio e aparentemente firme. Porém, depois de entrar em contato com a de quem o experimentou, sua textura derretia e de dentro surgia um líquido parecido a uma geleia. Diferente dos industriais por aí, aquele sabor realmente parecia ter algo diferente. Não era só doce, tinha aquele azedo natural do morango no fim, mas mantinha aquele docinho que te induzia a comer mais.
Era algo que o pequeno nunca tinha provado na vida. Certamente aquele era seu doce preferido.
-O que achou?- Su Jiu perguntou num sorriso, enquanto aprovava mentalmente seu bolo com recheio de creme.
O menino sorriu ainda mais com a pergunta.
-Isso, isso, é delicioso!- ele exclamou fazendo gestos e gestos no ar, tentando expressar sua sinceridade enquanto falava. -É o melhor bolo que já comi! O pãozinho tem uma textura firme lembrando aquelas massas de pastel, e o recheio parece literalmente um morango na boca! Irmã é incrível!- Ele elogiou e elogiou, pulando de sua cadeira com dificuldade e correndo com os braços abertos para Su Jiu.
Por algum motivo, a criança realmente estava mais ousada...
No entanto, Jiu não negou, ela se levantou e pegou o menino no colo com cuidado.
Dando um beijo nas bochechas do pequeno ela elogiou -Este pequeno realmente tem um paladar impecável quando se trata de comida!- ela não estava mentindo, talvez fosse um dom natural?
O garotinho não entendeu completamente o que Su Jiu quis dizer, ouvindo seus elogios ele sorriu mais amplamente, se sentindo orgulhoso.
-Sabe qual é o meu sonho?- a mulher perguntou de repente, chamando a atenção da criança.
-Qual?- Ele repetiu curioso.
-Eu quero levar essas receitas para o mundo! Nesse planeta, deve haver milhares de criançinhas passando por coisas piores que nós dois. Se ao menos eu puder arrancar um sorriso dessas mesmas crianças, me sentirei feliz- Jiu disse sinceramente, com paciência e cuidado para que o menino entendesse bem.
O garoto, ouvindo com atenção, abaixou a cabeça, enrolando seus dedinhos nos de Su Jiu.
-Quando eu morava no orfanato- e do nada, o pequeno decidiu confessar também, sentindo aquilo entalado em sua garganta já a um tempo -Todas as criancinhas iguais a mim eram infelizes e tristes. Os adultos diziam que o orfanato estava falindo, e todos nós estávamos sofrendo muito, com fome. Um dia, um moço muito legal, nos enviou um monte de sacolas cheias de bolos, a tia que cuidava de nós disse que estavam prestes a estragar então mandaram para nós. E assim como eu, todas as criancinhas comeram os doces, aquele, foi o único momento em que pude ver meus amiguinhos sorrindo felizes. Eu nunca esqueceria o sabor daquele bolo, que marcou docemente nossas vidas. Pensei que quando crescesse, poderia me tornar um moço legal como ele. Mas todo mundo foi adotado no final, e os tios e tias me expulsaram porque fui o único a sobrar.- O garotinho dizia um pouco triste, e um pouco feliz. Ele falava atrapalhado e embaçado por causa do choro que suprimia em sua garganta. O menino nunca entenderia os significados de algumas palavras que ele ouviu como ‘estragado’ ou ‘falido’, mas todas aquelas lembranças traziam dor e esperança no coraçãozinho do pequeno de qualquer forma.
Su Jiu se sentiu muito amarga. Como podem tratar crianças tão friamente assim? Ela não podia acreditar que ousaram dizer palavras tão cruéis na frente de uma criança, e deram até mesmo comida estragada a eles. Esses pequenos podem não entender agora, mas essas palavras, cujo estão agora pregados em suas memórias, serão esclarecidos com o tempo, o que causará um estrago mais amargo em seus corações.
Pensando um pouco sobre isso, Jiu decidiu que era bom para uma criança soltar todas as suas mágoas e simplesmente depender de alguém por enquanto. Ela permitiu que o garoto chorasse, e somente aguardou pacientemente que ele se acalmasse, dando tapinhas em suas costas e dizendo palavra bonitas em seus ouvidos.
Funcionou, ocasionalmente o menino se sentiu muito melhor.
Quando ele parou de chorar, ela olhou bem nos olhinhos dele e disse -Eu também perdi meus pais quando pequena, e achei que tinha sido esquecida no mundo, mas um tio, muito legal, me acolheu e cuidou de mim como se fosse meu pai, ele me ensinou tudo o que eu sei hoje, principalmente sobre receitas. Querido, o mundo pode ser o mais feio possível, mas ainda existem pessoas boas nesse planeta, e diversas oportunidades. Ninguém pode proibi-lo de ser aquele tio legal, e ninguém pode me proibir de te criar também. Você quer que eu te ensine a ser como aquele tio legal? Você me permite ser sua mãe?-
Ela tinha pensado bastante sobre o assunto desde a noite anterior.
Ela realmente havia se apaixonado por esse garoto, tanto que simplesmente deixá-lo depois de um dia com ele partis seu coração só de pensar.
Ela sempre quis um filho, mas não teve oportunidade em sua vida passada. E desde que viu os olhinhos sinceros do garoto sob o Chef na TV ela soube, esse garoto não só tem um grande futuro pela frente, como tem um belo desejo na arte da culinária. Enquanto ela estava neste mundo do romance, não faria mal a ela plantar uma sementinha no coração da criança certo? Quando ela partisse, ela precisava de alguém que a levasse adiante afinal!
E por mais que pensasse e repensasse no enredo do romance, ela realmente não conseguia acha-lo. Isso significa que um personagem tão insignificante como ele, que nem ao menos seu nome era mencionado, não deveria ter qualquer ligação com os protagonistas. Cria-lo com certeza não afetaria nem um pouco na história original. Ela não tinha riscos ou contras, tudo a levava a adota-lo.
O menino paralisou no momento em que ouviu ela dizer que seria sua mãe.
Isso era surreal em sua cabecinha.
Todos os seus medos ou inseguranças sumiram. Isso era tudo que ele precisava, TUDO.
Essa mulher, seria sua mãe, ele teria uma mãe!
Sua felicidade era tanta que ele voltou a chorar, assustando a pobre Su Jiu.
Depois de muito tempo o persuadindo de novo ele concordou e concordou com a sugestão dele. Com todas as sugestões dela, ou melhor, com qualquer sugestão que ela tivesse.
O menino estava tão animado que passou a chamá-la de mãe repetidas vezes, e ela o respondia repetidas e repetidas vezes com tamanha paciência.
Um tempo depois algo realmente cruzou por sua mente.
-Alias, eu realmente não sei seu nome...- Jiu encarou o garotinho.
Envergonhado ele respondeu -Eu não tenho nome... Eles sempre me chamavam de garoto-
Jiu pareceu pensar profundamente antes de dizer -nesse caso, seu nome a partir de hoje será... Su Xing, e seu apelido é XinXin, o que acha?-
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Atualizado até capítulo 68
Comments
May♡Elis♡
meu coração 😍💞
2023-12-25
1
Joice broetto
continue a história por favor 🙏
2023-10-30
1
Carine Paes
to emocionada 🤧🥺💖💖💖💖💖
2022-08-28
3