Cap 8 um aprendiz? (2)

*Não revisado*

P.o.v. autora :-P

O garotinho abriu os olhos lentamente. Sua cabeça estava nublada, mas estranhamente não sentia mais o desconforto em seu corpo como anteriormente.

Seus olhos demoraram segundos até que focassem no local por completo, ao contrário do que normalmente faria, o menino não se moveu ou se assustou. Ele observou curioso o lugar onde estava.

A cama era grande e macia, havia um pequeno lustre no teto simples. O cômodo que parecia ser um quarto era bastante simples, e não tinha muitos móveis além do pequeno guarda roupa, a cama e um criado-mudo azul bebê. Mas aquele era simplesmente o melhor ambiente em que ele pôde estar desde que nasceu. A varanda do quarto estava aberta, trazendo para dentro um vento leve e refrescante, enquanto o ambiente se mantinha quente por conta do ar-condicionado.

Sem perceber, o garoto sorriu. Quando enfim ele decidiu se mexer, o menino se assustou ao sentir uma textura fofa se apoiar em seus braços. Descendo seus grandes olhos límpidos, ele observou com cautela um bonito coelho de pelúcia envolver seu corpo.

O coelho era de uma cor branca opaca, e seus olhos eram brilhantes e vermelhos, ao tocá-lo, o garoto ficou encantado com a maciez do brinquedo. Sem hesitar ele o abraçou com força, imediatamente uma fragrância familiar de rosas subiu por seu nariz, fazendo-o corar num bonito sorriso abafado.

A pelúcia na verdade parecia um pouco velho e descosturado em algumas partes de seu enorme corpo, como se tivesse sido usado por alguém por muitos, muitos anos.

Mas ele não se importou, na verdade, o menino foi capaz de sentir as verdadeiras intenções do dono ao dar-lhe tal boneco.

Ele não podia se sentir mais feliz. Em sua vida ainda curta, ninguém nunca foi tão gentil com ele.

Saindo da cama com o coelho agarrado em seus braços, ele finalmente se sentiu um pouco alerta. Apesar da pessoa que o salvou da chuva pareça ser alguém bom, ele não podia se dar ao luxo de relaxar. O menino aprendeu que o mundo não era como nos contos de fada, a bondade genuína não existia sem um preço.

Cuidadosamente ele caminhou em direção a porta do quarto, e ao tocar na maçaneta, imediatamente suas narinas captaram um cheiro maravilhoso de comida, inevitavelmente sua barriga roncou alto. Ele não comia a dias afinal.

Após limpar a baba que escorria de seus lábios, o garoto girou lentamente a maçaneta, e apertando o coelho em seus braços ele saiu do quarto dando de cara com um corredor mal iluminado.

Se sentindo um pouco intimidado, o menino finalmente afrouxou o aperto na pelúcia, com medo. Mesmo assim, ele arrastou-se para fora do corredor, sendo guiado pelo cheiro delicioso de comida que distraia sua atenção.

Na cozinha, Su Jiu estava de bom humor, ela havia levantado cedo, e apesar de ter dormindo tarde, JiuJiu se sentia animada em seu primeiro dia de independência após transmigrar.

Su Jiu calmamente preparava o café da manhã, não se esquecendo, é claro, do pequeno que dormia em seu quarto de hóspedes.

Quando se virou para colocar os pratos pré-acabados na mesa, Su Jiu se assustou com a sombra que se esgueirava do corredor. Ela rapidamente percebeu ser o garotinho de antes e não pôde evitar um sorriso caloroso.

-Você já está acordado?- O menino não respondeu. Esqueça seu medo, a mulher a sua frente era tão bonita que parecia uma fada brilhante. Seu rosto bonito parecia ter sido esculpido pelos céus, e quando ela sorriu, sua gentileza e carinho transbordou de seus olhos, sendo tudo derramado sobre o garotinho, que após ser abraçado por tanta ternura, sentiu seu peito esquentar e seu coraçãozinho bater tão rápido e alto quanto um tambor. Suas bochechas um tanto magras formaram uma cor bonita e brilhante de vermelho. Ele simplesmente não conseguia tirar os olhos da bela mulher a frente. E seja por sua aura gentil, seu sorriso terno ou sua bela aparência, era impossível para o menino sentir qualquer medo ou intimidado, ao contrário, ele simplesmente sentiu que podia fazer tudo enquanto ela o olhasse daquela forma.

Nunca ninguém agiu daquela forma com ele. Encarando pela primeira vez tal sentimento, a criança simplesmente sentiu que era bom sentir aquilo, e queria mais. Ele estava sendo ganancioso com uma mulher que nem ao menos conhecia direito? Aquela pergunta fazia seu coração afundar.

Su Jiu não recebeu resposta por um longo tempo, mas esperou em silêncio com paciência, ela podia ver em seus olhos escuros e grandes todos os sentimentos novos que causavam confusão em sua pequena mente. Então ela somente esperou com um sorriso.

Demorou um tempo antes que o garoto voltasse a sua realidade e captasse a pergunta, ele abaixou a cabeça envergonhado e acenou rapidamente.

Aquela cena fez Su Jiu soltar uma pequena risada anasalada. Sua reação chamou a atenção da criança, que levantou rapidamente a cabeça para encarar novamente JiuJiu. O menino descobriu, que vê-la rir ou sorrir principalmente por causa dele era o que ele mais gostava de ver, e o deixava igualmente feliz.

Sem perceber, o garotinho soltou uma risadinha também.

Su Jiu simplesmente não aguentou tal fofura.

Ela rapidamente colocou os pratos em suas mãos na mesa e se aproximou da criança para pegá-lo no colo.

A primeira reação do garoto foi o susto, ninguém jamais havia se aproximado dele assim, e se o fez, era para bater nele ou xingá-lo.

Mas inesperadamente ele sentiu novamente aquele cheiro familiar de rosas, o que o relaxou instantâneamente. Vendo o olhar carinhoso nos olhos claros da mulher, ele se sentiu confuso e pela primeira vez, não se moveu com a aproximação alheia, ele permaneceu obedientemente no mesmo lugar.

Até Su Jiu se surpreendeu, ela realmente esperava que ele ao menos se afastasse de si levemente ou por impulso. Jiu imaginou que está criança era muito obediente, o que reforçou seu bom humor.

Após pegar o menino no colo, que se recusou a largar seu coelho de pelúcia, Su Jiu o encarou com um sorriso.

-Hm, você é realmente uma criança muito obediente!- Ela elogiou, afinal, é somente uma criança. Bebês como ele precisam de elogios para crescerem bem.

Em sua vida passada, Su Jiu adorava crianças. Ela continuamente ajudava alguns professores em jardins de infância quando tinha uma folga. Ela participava de recreações porque era importante na vida da criança a aprendizagem desde pequenos, então ela ensinava a arte da culinária em palestras e eventos. Com o tempo, Su Jiu realmente se apaixonou por crianças, e sempre que viajava, ela visitava creches e ajudava a cuidar enquanto ficava no país por um determinado tempo. Por conta disso, Jiu conheceu todos os tipos de crianças, ela sabia como cuidar e como lidar com diferentes crianças de diferentes personalidades. Ela sabia que uma criança no caso desse garotinho eram os mais adoráveis, mas os mais lamentáveis também, eles podiam ser independentes e obedientes, mas isso porque eles não possuem muita alta estima e temem causar problemas para os mais velhos e serem repreendidos. Por isso Su Jiu deve ser mais cuidadosa e carinhosa com esses tipos de crianças. Se ela planejava ter filhos em sua vida passada? Claro! Pena que o destino lhe deu um fim diferente.

Em contraste com seus pensamentos profundos e conflitantes. O garoto já se sentia extremamente estranho nos braços dela, mas seu coração batia fortemente, se sentindo muito nervoso. Como se não bastasse, pela primeira vez em sua vida, ele foi elogiado. O garoto realmente achou estar sonhando, ou talvez tivesse escutado errado, mas olhando para os olhos limpos da mulher, não parecia mentira, e aquele momento era claramente a vida real.

As bochechas da criança voltaram a enrubescer violentamente. Seu coraçãozinho não aguentava tanta emoção em seu peito, parecia que iria explodir a qualquer momento. Ele ficou inquieto de repente. Era bom, ele estava muito feliz ao ouvir aquilo, então ele sinceramente queria ouvi-la dizer mais.

Mas antes que seus sentimentos se organizassem adequadamente, ou que ser quer pensasse em dar uma resposta a ela, ele foi novamente surpreendido.

Su Jiu pensando que o elogio não foi o suficiente, ela apertou umas das bochechas do garoto e imprensou um beijo cheio de amor na outra bochecha do menino.

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