Quando o advogado contou a Marinny Schneider que ela seria libertada na manhã seguinte, um misto de alívio e alegria tomou conta de todo o seu corpo, ela estava com medo de que os bebês resolvessem nascer a qualquer momento, parecia que a sua barriga já tinha alcançado o seu limite de crescimento. Ela se sentia muito pesada e cansada, não aguentava ficar muito tempo em pé, e ir para casa e estar ao lado do seu marido e da família seria muito bom nesse momento.
A Marinny Schneider estava contando as horas para que esse dia logo terminasse, para se distrair ela pegou o livro que estava ao lado dela e começou a ler novamente, haviam mais duas cartas que a esposa escreveu para o seu marido quando ele estava lutando na guerra as cartas estavam repletas de palavras sentimentais:
MEU AMOR
Espero que você esteja bem,
Aqui há densas nuvens lá fora
O frio e a chuva quase entram pela minha porta.
Nesse momento estou olhando para o céu,
Ainda é cedo, mais está um pouco escuro.
Estou lembrando do teu sorriso
Você é tudo o que eu preciso,
A chuva está muito forte agora
Eu só queria que você estivesse aqui comigo nessa hora, para nos aquecermos com nossos corpos...
Sinto falta das tuas mãos grandes e dos teus braços firmes me abraçando forte,
Sinto falta de olhar nos teus olhos e ver o teu amor.
Agora um vento frio acabou de entrar pela janela do nosso quarto,
Estou aqui me prendendo na esperança de em breve te abraçar novamente.
Estou pensando em você, ficarei imersa nesse pensamento, até o momento em que eu possa te encontrar de novo.
Marinny Schneider estava lendo a segunda carta:
PARA O MEU AMADO
Já passou muito tempo desde o dia em que nos vimos pela última vez, estou te esperando por muito tempo mais você não vem.
Espero que essa guerra logo acabe, estou com tanta saudade que o meu pensamento começa a imaginar loucuras e o meu viver começa a definhar.
Só desejo que você volte, não peço nada mais que isso!
Estarei aqui te esperando,
Às vezes me entristeço com a sua ausência
Mais só de pensar em você eu me sinto mais confiante em te ter perto de mim, e a minha fé será a minha companheira até que você volte.
Só espero que não demore demais.
Enquanto a Marinny Schneider continuava presa na sua cela se distraindo com aquele livro, a dona Marinete Bellini estava com a sua neta chamada Mariane na casa da Sílvia e do César Bellini, Mariane era uma menina de dez anos muito educada, risonha e divertida, também era muito bonita tinha olhos azuis, cabelos longos e loiros e a sua pele era muito alva. A Sílvia e o César Bellini estavam também na sala aproveitando a companhia das duas, de repente a campainha tocou, uma empregada foi ver quem era e a voz no interfone respondeu:
- Boa tarde, aqui é o Estello Schneider e estou procurando o César Bellini, o Wando Campbell me pediu para vir aqui trazer um contrato para que o César Bellini possa assina-lo.
O portão imediatamente se abriu e a empregada muito gentil pediu para que o Estello Schneider a acompanhasse. O César Bellini ouvindo uma voz na entrada da sua casa veio ver de quem se tratava e viu que era o irmão da Marinny Schneider. Ao vê-lo o Estello Schneider ficou um pouco constrangido pois não sabia se seria adequado aparecer na casa do César Bellini assim de surpresa sem avisar antes. Um pouco meio sem graça o Estello Schneider falou:
- Boa tarde senhor Bellini, não sei se o senhor está lembrado de mim, eu sou o Estello Schneider irmão da Marinny Schneider e nos conhecemos no hospital, me desculpe aparecer assim de surpresa mais é que o meu cunhado Wando Campbell me pediu pra trazer esse contrato para o senhor.
O Estello Schneider estendeu uma pasta com um envelope contendo o contrato para ser assinado. O César Bellini pegou a pasta e estava com um sorriso largo de satisfação em receber o Estello Schneider em sua casa, então ele logo foi dizendo:
- Ora Estello é uma honra recebê-lo em minha casa, e não me chame de senhor, vamos entrar para tomar um café ou um chá, enquanto isso eu assino o contrato e você já o leva de volta para o Wando Campbell, por falar nisso como ele está?
O Estello Schneider respondeu:
- Ele já está melhor...
O Estello Schneider ainda ia dizer alguma coisa quando a dona Marinete Bellini apareceu na frente dele, ela não dizia nada apenas ficou olhando pra ele com um olhar estranho. A Mariane com curiosidade veio ver com quem o seu tio César Bellini estava conversando, assim que viu o Estello Schneider ela falou sorridente:
- Oi, eu sou a Mariane!
Ela continuou sorrindo para ele, depois se virou e voltou para dentro da casa.
O Estello Schneider continuou em pé próximo a porta, o César Bellini estava ao lado dele e a dona Marinete Bellini estava parada na porta ainda observando o Estello Schneider com muita atenção. A Sílvia apareceu e muito amável convidou o Estello Schneider para entrar. Mais ele estava muito atordoado, disse que tinha que ir embora pois tinha um outro compromisso e saiu apressadamente.
Quando ele entrou no carro, ficou sem nenhuma reação, apenas sentado com as mãos sobre o volante pensando naquela menina que era quase uma cópia da sua irmã Marinny Schneider, os olhos, o rosto, os cabelos e principalmente o sorriso eram muitos semelhantes. Ele ainda estava pensando naquelas coisas quando um carro veio na sua direção e parou ao lado dele, a pessoa que estava dentro do carro apertou a buzina várias vezes, depois desceu e gritou impaciente:
- Vamos vó estou esperando por vocês!
O Estello Schneider estava observando toda aquela cena de dentro do seu carro que por ter película escura a motorista que parou ao lado dele e desceu do carro não o enxergava.
A motorista que havia saído do carro era também parecida com a Marinny Schneider, só que essa tinha o cabelo um pouco mais curto, aparentava ser uns quatro ou cinco anos mais jovem que a Marinny Schneider e os olhos eram azul mais claro, parecia os olhos do Estello Schneider.
O Estello Schneider ainda estava observando aquela cena até que o portão se abriu e a menina que ele tinha visto antes apareceu com a mãe do César Bellini. O Estello Schneider ligou o carro e saiu dirigindo devagar olhando pelo retrovisor, estava tão confuso, pela primeira vez ele não sabia o que fazer. Será que deveria dar a volta e perguntar à Sílvia e ao César Bellini porque aquelas garotas pareciam com a sua irmã?
Como não conseguia se decidir, ele continuou dirigindo até que chegou em casa, parou o carro na garagem e desceu. Quando ele passou pela sala viu a Cláudia Campbell sentada no sofá olhando uma revista, quis conversar com ela sobre aquilo mais faltou coragem. Subiu as escadas e foi para o seu quarto, pouco tempo depois o Walter Campbell veio perguntar como ele estava pois tinha visto do jardim quando o Estello Schneider chegou em casa um pouco estranho, ele não sabia o que responder e levando as mãos ao rosto começou a chorar.
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Atualizado até capítulo 61
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